Venham a mim todos os que se acham cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei

30/10/11 Dom: Ml 1,14b-2,1-2.8-10 – Sl 130 – 1Ts 2,7b-9.13

EVANGELHO: (Ler na Bíblia Mt 23,1-13).

O Evangelho, de hoje, bem como, aliás, toda página do Evangelho, foi escrita para a Igreja, que somos nós, os batizados. São Jerônimo diz que ‘os escribas e fariseus’ do Evangelho são os cristãos, que lêem o Evangelho. Os fariseus de ontem podem até tê-lo ouvido, mas nunca o leram. Moisés não só libertou o povo da escravidão do Egito, mas lhe deu o Decálogo, as ‘Dez Palavras’, para que jamais voltassem à escravidão, passiva ou ativa. Os ‘escribas e fariseus’, porém, usurpara a cátedra de Moisés e, depois da vinda do novo Moisés, tomaram também o lugar de Jesus, cujo jugo é leve e suave, para impor, à comunidade dos discípulos missionários do Mestre, os insuportáveis fardos da lei. Jesus mudou a água em vinho, e nós, a sua Igreja, voltamos a mudar o vinho em água, substituindo o Evangelho com a lei ou impondo-o como se fosse lei. Jesus substitui as purificações exteriores da lei pelo ‘vinho belo’ do Espírito, que nos dá um coração novo, o coração de Filho, que é amado e ama. E nós, pobre humanidade, fazemos o caminho inverso: “O cão volta ao seu próprio vômito” e “A porca lavada volta a revolver-se na lama”. Sobre essa primeira tentação da Igreja, de trocar ou pelo menos, de ofuscar o Evangelho pela lei, nos alerta Paulo vigorosamente na carta aos Gálatas, que faríamos bem em ler de vez em quando! As leis são necessárias sobretudo para a convivência em comunidade e em sociedade. São até positivas quando nascem do Espírito de liberdade, se brotam do amor e conduzem ao amor, que é o cumprimento da lei. Fora isso, pense-se naquelas leis que só visam à vantagem do legislador, submetem o pequeno à vontade onipotente de quem está por cima, que consagram as inaceitáveis diferenças entre os seres humanos, destroem a vida filial, pois somos todos imagens do Pai, uniformizam o legitimamente outro e diverso, mantêm ou promovem as diferenças que deveriam ser suprimidas. Jesus tem em mira particularmente algumas atitudes, a de quem legisla para os outros, mas não cumpre o que ele mesmo prescreve e algumas motivações de fundo, a hipocrisia, o desejo de parecer grandes, inteligentes e bem quistos, para, no fim revelar qual é a grandeza e a glória de Deus: a grandeza de Deus é ser pequeno, a sua glória é servir na humildade. “Venham a mim todos os que se acham cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei”. Procuramos a importância do ‘serviço da palavra’ na família, na comunidade e na sociedade. Nós nos tornamos a palavra que ouvimos! Daí a importância de ouvir a Palavra de Deus e de prestar a atenção aos sinais dos tempos. Daí a necessidade do discernimento para saber o que é bom e faz bem e o que faz mal e deve ser evitado. A palavra que a Igreja anuncia não é dela, mas provem de Deus. A Igreja não pode usá-la como bem entende, mas servi-la na forma que Deus determina. Não estamos acima da Palavra, mas a seu serviço. Não é carga pesada, mas fonte de vida e liberdade para todos. 

31/10/11 – Seg: Rm 11,29-36 – Sl 68 – Lc 14,12-14

01/11/11 – Ter: Rm 12,5-16a – Sl 130 – Lc 14,15-24

02/11/11 – Qua: Sb 3,1-6.9 – Sl 41 – Rm 8,14-23 – Jo 11,21-27

03/11/11 – Qui: Rm 14,7-12 – Sl 26 – Lc 15,1-10

04/11/11 – Sex: Rm 15,1-21 – Sl 97 – Lc 16,1-8

05/11/11 – Sáb: Rm 16,3-9.16.22-27 – Sl 144 – Lc 16,9-15

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