Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
Veja também Sociedade, clique aqui.
Que me perdoem meus amigos policiais civis. A manifestação da quarta-feira, 26, para reivindicar o que é justo, foi muito mal organizada. A segurança não é só problema da polícia, como está no título. É um problema de todo cidadão, da sociedade, das entidades de classe, das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos. Responsabilidade justamente dos irresponsáveis, dos que governam. Dos que prometem a cada eleição e depois viram as costas deixando todos na mão. E lamentável que uma causa tão justa, que previa a mobilização desde Porto União até Campo Alegre, tenha contado com apenas um policial civil de Mafra, outro de Ibirama e apenas um de Rio Negrinho. Um fracasso. Um fiasco. Isto que além de toda a imprensa escrita local, estavam aqui RBS e Record para mostrar para todo o Estado. Os governantes – se é que assistem, pois seus assessores preparam a clipagem – devem estar rindo. Com uma manifestação deste tamanho, o salário, como dizia o Chico Anísio, “oh!...”. Aumento ou reposição, menos ainda. Tenho escrito várias vezes que em qualquer condição ou situação “ninguém é melhor que todos nós juntos”. A frase não é minha, mas serve muito bem. Fiz minha parte. Fui lá. Não como colunista ou representante de jornal. Fui para ser solidário, único, realmente só. Os demais estavam lá a serviço. Lamento ter que estar escrevendo estas linhas e narrando estes fatos. Mas é uma vergonha. Cadê a participação, o envolvimento a representatividade de nossos políticos? Nenhum vereador presente, independente de partido político. Talvez seja por isso que queiram aumentar o número de cadeiras na Câmara - não estão dando conta dos compromissos. Nem os assessores para representá-los. Ah! Não tinha protocolo, nem cerveja. Cadê os líderes empresariais e de entidades de classe? O movimento pela reposição de salários defasados em treze anos atinge a todos. Os policiais, seus familiares, o comércio, a segurança pela desmotivação, a diminuição do efetivo, que a cada semana sofre novas baixas. Onde estavam os familiares dos policiais que poderiam engrossar a reivindicação? As mulheres e filhos batendo panela? “Ah! Estavam trabalhando”. Então me perdoem mais uma vez. Não souberam se organizar. Deveriam ter programado o protesto para o horário de almoço e ninguém seria prejudicado e talvez ganhasse mais adesão e atenção. Não vou falar em deputados, pois para estes ainda é muito cedo para aparecer – as novas eleições para seus cargos só acontecem em 2014. Cadê o homem que se diz representante do governador? Afinal! Ouvi alguém dizer que a polícia dos Estados Unidos é a mais bem paga do mundo. A do Canadá, a mais bem preparada. A do Brasil – e principalmente a nossa –, uma das mais corajosas e com maior resolução nas ocorrências. Vou discordar mais uma vez: faltou coragem para estes bravos mostrarem a cara, mostrar que estão descontentes e que estão sendo vítimas de gestões desastrosas e que não privilegiam os funcionários públicos. Faltou solidariedade dos policiais aos professores. Faltou dos professores aos policiais. E assim, infelizmente, caminha a humanidade, cada um puxando para o seu lado, fazendo o jogo e o interesse dos governantes. Parabéns aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário pela participação e comando de voz. Estamos realmente vivendo um buraco negro de lideranças conquistadas e não apenas nomeadas. Democracia se faz com participação, debate, disputa. Só teremos entidades fortes, representativas e realmente envolvidas e comprometidas quando a representatividade for conquistada através do voto. A causa é justa, os policiais merecem respeito e reposição salarial, só que precisam da mesma coragem com que enfrentam os bandidos para colocar a cara na rua e certificarem-se que a melhor arma ainda é a palavra a voz forte e a união.
****************************************************
Não precisa explicar, eu só quero entender
Alguém, dos mais antigos evidentemente, lembra do título desta nota, que era usado pelo Jô Soares no “Planeta dos Homens”. Pois é, repito: “Não precisa explicar, só quero entender”. Leiam o que disse o presidente da Fiesc em reunião dos empresários em São Paulo: “Os empresários do setor industrial querem ampliar a participação nas decisões tomadas no âmbito político e que causam impactos nos custos de produção no país”. Essa foi a tônica dos debates no primeiro dia do Encontro Nacional da Indústria (ENAI) em São Paulo, que conta com uma delegação de setenta representantes catarinenses. “Há um consenso de que há necessidade de participação mais ativa do setor empresarial junto ao Congresso Nacional, na discussão dos projetos e políticas para melhorar o ambiente de negócios e estimular os investimentos e a geração de empregos”, disse Glauco José Côrte, que lidera a comitiva catarinense. Aí é que surge a minha dúvida. Não são os empresários que financiam as campanhas dos deputados e senadores que legislam neste país? Ainda é necessária maior influência da classe empresarial? Até o sindicalista odiado pelos patrões virou patrão.
****************************************************
Tá sobrando
Deputados de oposição reagiram com críticas diretas ao governo. Os parlamentares da base aliada também questionaram a decisão do governador de autorizar o pagamento de R$ 5 milhões para a realização, em Itajaí, da Volvo Ocean Race, a mais tradicional regata mundial. O comparativo entre os deputados foi instantâneo, tão logo a informação foi veiculada no ClicRBS. Os governistas fizeram as contas. Para todas as festas de outubro, que movimentaram mais de um milhão de pessoas em Santa Catarina, o governo liberou a quantia de R$ 1,7 milhão. E para uma competição náutica de uma multinacional sueca, que terá sete barcos participando, o Tesouro entra com R$ 5 milhões. No Centro Administrativo, há versões oficiais de que o próprio governador teria reagido a este patrocínio. Ele foi definido no governo Leonel Pavan (PSDB), no final de 2010. Pavan assinou um contrato com a Volvo, antecipando com a liberação de uma taxa de R$ 500 mil. Este contrato previa o pagamento, em 2011, pelo governo catarinense, da cota de R$ 5 milhões. Raimundo Colombo chegou a questionar os valores, mas recebeu uma representação judicial. Foi acionado pelos organizadores, que invocaram cláusulas do direito internacional para exigir o cumprimento do contrato. O pagamento dos R$ 5 milhões foi feito em duas parcelas. Uma de R$ 3,5 milhões em nome da Amfri - Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí; e outra de R$ 1,5 milhão para a Federação dos Convention Bureau de Santa Catarina.
****************************************************
29ª Copa Samae
A prefeitura de São Bento do Sul, através do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), promove a 29ª Copa Samae. Abertura oficial hoje, às 19:30, no ginásio Annes Gualberto. A Copa Samae é um evento realizado entres as Companhias Municipais e Intermunicipais de Água e Esgoto do Estado de Santa Catarina. O objetivo principal é a confraternização esportiva entre os servidores das entidades, envolvendo seus familiares em diversas práticas e modalidades esportivas.
****************************************************
E nós de pires na mão
Secretaria de Comunicação do Governo do Estado divulgou e publicamos no saite do Evolução que o governo destinou nestes dez primeiros meses R$ 558 milhões para a saúde em Santa Catarina. Na matéria você pode conferir os municípios e hospitais beneficiados. Pergunto ao vice-prefeito Flávio Schuhmacher, que se diz representante do governador: quanto foi que o governo destinou para o Sagrada Família em São Bento do Sul? Com a palavra.
****************************************************
Imaginem as escolas
A Gerência Regional de Educação (Gered) de Joinville foi interditada pela Vigilância Sanitária na tarde desta sexta-feira. O local vai ficar fechado até que as reformas sejam concluídas. Por enquanto ainda não há previsão para o término das obras. De acordo com a fiscal sanitarista Lia Renata de Abreu, a sede da Gered, que fica na rua Felipe Schimitd, no Centro de Joinville, está com problemas na infraestrutura. Umidade, rachaduras na parede e no piso, goteiras e problemas da instalação elétrica são alguns dos pontos críticos. “O local coloca em risco a saúde e a integridade das pessoas que trabalham no local. Não há como fazer reformas de emergência. É preciso reformar todo o imóvel”, avisou a fiscal sanitarista. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Joinville informou que ainda não foi definido um novo espaço para as atividades da Gered. A Secretaria de Estado de Educação deve divulgar o local na próxima semana. Isto que Joinville é a maior cidade de Santa Catarina. A sede da principal SDR é lá. O ex-governador por oito anos foi de lá. Calcule como estão as escolas.