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Indústria quer ampliar participação nas decisões em Brasília

Quinta, 27 de outubro de 2011

 

Sem presença maior nas discussões dos projetos e políticas que impactam os custos de produção, empresas brasileiras seguirão perdendo competitividade

São Paulo - Os empresários do setor industrial querem ampliar a participação nas decisões tomadas no âmbito político e que impactos os custos de produção no país. Essa foi tônica dos debates no primeiro dia do Encontro Nacional da Indústria (ENAI) em São Paulo, que conta com uma delegação de 70 representantes catarinenses. "Há um consenso de que há necessidade de participação mais ativa do setor empresarial junto ao Congresso Nacional, na discussão dos projetos e políticas para melhorar o ambiente de negócios e estimular os investimentos e a geração de empregos", disse o presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, que lidera a comitiva catarinense.

Na mesma linha, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, pregou a presença dos empresários em Brasília. "È necessário agir, falar, se fazer ouvir" disse no discurso de abertura do evento. Braga explicou que a CNI monitora, atualmente, mais de 130 políticas públicas e mais de 4.500 projetos de lei, enquanto sua congênere britânica acompanha menos de 20 projetos. "Essa avalanche de projetos revela importantes disfunções do nosso sistema político. Foi difundida no Brasil a ideia de que o trabalho do Congresso é produzir projetos e Brasília se tornou uma verdadeira fábrica de projetos de lei. O problema vem do fato de que uma parte importante deles é puro combustível para a indústria do Custo Brasil", criticou.

O 1º vice-presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, que acaba de voltar de missão empresarial à China, comparou a realidade em debate no ENAI com o que viu no país asiático. "O foco da discussão é a competitividade. E nesse aspecto a China leva vantagem em aspectos como infraestrutura, carga tributária, legislação trabalhista. Enquanto isso, o empresário brasileiro tem como vantagem apenas a sua flexibilidade para enfrentar os problemas", disse. "Por isso precisamos promover a aproximação do setor privado e do setor público, para promover o desenvolvimento do país", afirmou.

Custo Brasil - Ao debater a necessidade de inovar, os empresários foram unânimes quanto aos impactos dos custos estruturais de produção, o chamando Custo Brasil, tratado durante a discussão como um aspecto que ameaça até a sobrevivência das empresas. Para o presidente da FIESC, entre os diversos componentes, o da infraestrutura precisa ser priorizado. "Temos um custo muito elevado de logística em relação aos países que competem conosco. Isso requer esforço do governo no sentido de promover novos investimentos. Mas para isso, o poder público precisa ajustar os seus gastos com custeio, para que sobre os recursos para investir", disse Côrte.

"Se não se reduzir o custo Brasil, não vamos inovar. As empresas precisam garantir a competitividade tanto no mercado interno quanto externo e para isso vão ter de inovar", disse o presidente da CNI.

O diretor-presidente do Grupo Gerdau, André Gerdau Johanpeter, que também participou do evento disse que a indústria brasileira é eficiente e produtiva, mas perde competitividade ao ser prejudicada pelo câmbio. "O mercado interno vem sendo tomado por importações e isso tem diminuído o emprego na indústria. Estamos perdendo espaço", destacou. Para o presidente da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa, a carga tributária é um dos maiores problemas brasileiros. "A questão tributária atrapalha a internacionalização das empresas", afirmou.

Cenário - O economista Lawrence Summers, ex-diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, alertou que os países europeus precisam adotar ações mais efetivas para combater a crise financeira na região. Caso contrário, as consequências serão desastrosas e atingirão todo o mundo. "Os efeitos da indecisão dos governos europeus serão severos para todos", advertiu, no evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reúne cerca de 1.500 empresários.

Na avaliação de Summers, apesar das reformas que fortaleceram a economia nos últimos anos, o Brasil não está imune às crises externas. Lembrou que, mesmo com a expansão do mercado interno e a redução da vulnerabilidade da economia na última década, o crescimento do Brasil também depende do cenário internacional. "Se os governos europeus não resolverem a crise financeira e restabelecerem a confiança dos mercados e os Estados Unidos não voltarem a crescer, o Brasil enfrentará problemas", disse o economista.

Para ele, a retomada do crescimento econômico nos Estados Unidos depende de medidas fiscais que estimulem o consumo das famílias, do aumento dos investimentos em infraestrutura, de políticas de incentivo à criação de empregos e ao crédito. "É o momento de aceitar mais riscos, de fortalecer a confiança e evitar regulamentações que não sejam essenciais", destacou Summers.



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