Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
23/10/11 Dom: Ez 22,20-26 – Sl 17 – 1Ts 1,5c-10
EVANGELHO: Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”. Jesus respondeu: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’. Esse é o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,34-40).
Deus-Amor indica pela palavra do Filho, no mandamento do amor, o maior dos mandamentos, princípio e meta de todos. Ele quer que a sua vida se torne a vida do outro. O desejo de ser como Deus não se realiza no ter tudo nas mãos, mas em colocar-se nas mãos do Pai e, por causa dele, dos irmãos, em confiança e amor. É impossível captar Deus com a mente ou com as mãos, mas somente com o coração. Só o coração, amando, pode contê-lo, pois possa a ser habitado pelo amor. Amar, de fato, é ter o outro no coração. Somos feitos para amar, porque Deus nos fez à sua imagem e semelhança. Sendo Deus amor e vivendo Deus de amor, é à medida que amamos que nos tornamos aquilo que somos. O conhecimento é fundamental ao amor: ninguém ama aquilo que não conhece, e só se conhece aquilo que se ama. Amor e conhecimento se alimentam reciprocamente. Essa tensão dinâmica própria do amor faz com que a sociedade aumente o desejo de saciar-se ainda mais, num círculo vicioso, insaciável. O amor, além de envolver a mente e o coração, tem a ver com a vida. O amor é alegria no coração pelo bem do outro: é o contrário da inveja. O amor se exprime pela boca através do louvor: é o contrário da maledicência. O amor se realiza também pelas mãos, que põem a servir: é o contrário da opressão. O amor precisa de afeto, de palavra, mas, sobretudo, de fatos: “filhinhos, amemos não com palavras, mas com fatos e em verdade”. O amor leva a comunicar o que se é e o que se tem, tendendo à perfeita união, que não anula diferenças, que devem permanecer, senão não é amor, deixam, então, de ser lugar de subterfúgio e agressões, e tornam-se lugar de acolhimento e serviço mútuo. O mesmo se diga dos limites e erros, tão diabólicos e tão humanos em nossa situação pós-adamítica, que se tornam provocação e alimento para mais amor. O mandamento de Jesus, que enfeixa num único mandamento as Dez Palavras e as 613 obrigações e proibições dos fariseus, é duplo: amar a Deus e amar ao próximo. Com efeito, é amando o Pai e os irmãos que nos tornamos o que somos: filhos e, consequentemente, irmãos. Mais profundamente ainda, é amando o irmão que amamos a Deus: “A relação originaria com Deus é o amor ao próximo”. É amando que atingimos a nossa identidade, colhendo a nossa origem e curando a ruptura originária, depois de Agostinho, se disse ‘pecado original’, com o Outro, conosco mesmo, os outros e as coisas. O amor é o cumprimento da lei porque nos torna semelhante Àquele a quem fomos criados semelhantes: torna-nos filhos perfeitos como o Pai.
24/10/11 – Seg: Rm 8,12-17 – Sl 67 – Lc 13,10-17
25/10/11 – Ter: Rm 8,18-25 – Sl 125 – Lc 13,18-21
26/10/11 – Qua: Rm 8,26-30 – Sl 12 – Lc 13,22-30
27/10/11 – Qui: Rm 8,31b-39 – Sl 108 – Lc 13,31-35
28/10/11 – Sex: Ef 2,19-22 – Sl 18 – Lc 6,12-19
29/10/11 – Sáb: Rm 11,1-2a.11-12.25-29 – Sl 93 – Lc 14,1.7-11