Computação Gráfica: modelagem e renderização 3D

Da descoberta "por acaso" à participação nos Contests

"Levantar-se para trocar o canal de TV é coisa do passado": quinta colocação (Foto Reprodução)

São Bento - Em São Bento do Sul há cerca de seis anos, o paulista Milton Hurpia da Rocha, 33 de idade, começou a aprender computação gráfica 3D há algum tempo, com um programa gratuito e com código aberto chamado Blender. Ele diz que descobriu o programa "por acaso", no Guia do Hardware (www.hardware.com.br). No início, as primeiras atividades foram desenvolvidas na versão 2.49, que era "antiquada e com interfaces espartanas", na sua definição. Hoje o Blender está na versão 2.59. "O começo é sempre difícil e entediante", afirma Milton. "Qualquer ferramenta 3D é complexa, mas com o tempo seus conceitos tornam-se naturais". Também com o tempo Milton acabou descobrindo diferentes tutoriais na internet. "Foi questão de insistência", revela.

Milton já fazia desenhos à mão e com computador desde criança. "Mas o Blender me viciou", diz. "Estes instrumentos são utilizados para fazer modelagem ou construção (cenários, personagens), colocam cores, materiais, texturas de fotos, reflexos e transparências nas malhas 3D, simulam iluminação real através de algoritmos complexos (feita através de questões matemáticas), servem para fazer animações, jogos de videogame/celular/computador, apresentações e vinhetas, edições de vídeos, entre diversas opções", explica.

"O Blender me viciou", diz Milton: "O começo é sempre difícil e entediante" (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)

CARACTERÍSTICAS

Ele explica que no mercado há diversos programas 3D, "cada um com suas características e especialidades". Os chamados renderizadores, por exemplo, são aplicados a projetos 3D, convertendo-os para apresentações 2D. Também são utilizados para efeitos especiais, modelagem avançada e criação de games, por exemplo, podendo ser gratuitos, baratos ou caros, muito caros. "Estes diversos tipos de programas interagem muito bem entre si, sendo utilizado diversos tipos de softwares em vários projetos mais complexos, como os da indústria de animação e games", destaca. "Por ser de código aberto, o Blender pode ser aprimorado por qualquer pessoa que conheça as linguagens de programação utilizados, no caso C++ e Phyton".

Os mais conhecidos programas 3D são, entre outros, o 3DMax, o Maya e o SketchUp (exclusivo para arquitetura), todos pagos - há uma versão gratuita para testes de todos, mas com funções limitadas, apenas para aprendizado. O Blender destaca-se por ser o mais conhecido software gratuito da categoria. Também gratuitos, destacam-se o Gimp (editor de imagens semelhante ao Photoshop), o Inkscape (desenhos vetoriais como o Corel Draw ou o Adobe Illustrator), além de renderizadores como o Vray (pago) e os gratuitos Yafaray e Lux Render.

TEMAS

"Recentemente comecei a participar dos famosos Contests, competições de modelagem e renderização 3D, num saite chamado Blender Brasil (www.blen der.com.br) e numa comunidade do Orkut com o mesmo nome", conta Milton. Tais competições têm um tema específico, como, por exemplo, óvnis, robótica, arquitetura e medievalismo. O tema do "concurso" através do Blender Brasil foi "Arquitetura futurista dos anos 60". O trabalho de Milton, intitulado "Levantar-se para trocar o canal de TV é coisa do passado", ficou em quinto lugar - entre quatorze participantes. Na comunidade do Orkut "Blender Brasil Competições", ele participou de três concursos - em um deles, ficou na segunda colocação.