São Bento - Centenas de pessoas reunidas com um objetivo em comum, sensibilizar e conscientizar a sociedade na busca por direitos iguais às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Assim foi realizada na manhã de sábado, dia 17, a Caminhada da Acessibilidade. O ponto de concentração foi na Praça Centenário, próxima ao Hospital, onde às 8:00 as primeiras pessoas começavam a chegar. Com camisetas na cor azul e branca, partiram com destino ao Calçadão, passando pelas principais ruas da cidade. A ação foi promovida em parceria entre o Conselho Municipal dos Deficientes e a Prefeitura de São Bento do Sul.
Para a presidente do conselho, Marilene Strapassoni, o evento superou as expectativas, pois cerca de 500 pessoas participaram. “Além de superar as expectativas com a participação do público, conseguimos atingir nosso objetivo, que é pedir não somente por rampas e acessos para as pessoas com deficiência, mas também uma abertura em todos os aspectos, seja através de vagas de emprego, na cultura, entre outras coisas”, disse.
Em seu discurso, o prefeito Magno Bollmann agradeceu pela presença de todos, destacando que a Prefeitura são-bentense está ciente das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. “Sabemos dos problemas e estamos trabalhando para que toda a população tenha direitos iguais, prova disso são as inúmeras melhorias que colocamos à disposição da comunidade, como a academia para portadores de necessidades especiais, adaptação da piscina municipal e a reforma do Calçadão e das escadarias da Igreja Matriz”, citou Magno.
AS DIFICULDADES
Há 3 anos em uma cadeira de rodas, Lenon Rafael Flores, 20 anos, era um dos participantes na Caminhada da Acessibilidade. Juntamente com seus pais, Luiz Carlos e Tereza Flores, Lenon não se intimidou e cobrou por melhorias. “Essa semana ganhei uma bolsa de estudos e quando fui conhecer o local, soube que a sala de aula era no 2º andar. Como o prédio não tem rampa para que eu pudesse chegar à sala, desisti do curso. Precisamos que mudanças ocorram, só queremos ter direitos iguais”, desabafou.
Luiz Carlos, pai do jovem, destacou a falta de respeito de alguns motoristas que estacionam em vagas exclusivas para deficientes ou idosos. “Quando vemos um carro estacionado em vaga para deficiente ou idoso, chamamos o gerente ou o dono do estabelecimento, mas só uma conversa não basta, é preciso uma atitude mais rigorosa”, pede o pai.
Ir ao banheiro, o que para muitos é uma tarefa fácil, para Lenon isso é impossível de fazer na escola estadual a qual estuda. Lá, conta o jovem, não há acessibilidade nem nos banheiros. “Ou faço xixi nas calças ou espero para fazer em casa”, diz. Mesmo com tantos problemas enfrentados, Lenon segue a vida cheio de sonhos e esperança.
UNIDOS EM PROL DA ACESSIBILIDADE
Washington Henrique Marques, professor responsável pelo Agita São Bento, programa desenvolvido pela Prefeitura de São Bento do Sul, estava presente na Caminhada de sábado com um grupo composto por mulheres que participam das atividades desenvolvidas por ele durante a semana. “Elas participam das aulas e quando as convidei para participar, toparam na hora,” conta.
ATIVIDADES
Barracas montadas no Calçadão estavam à espera das pessoas para mostrar alguns trabalhos desenvolvidos no município com pessoas deficientes. Explicações sobre acessibilidade e comunicação com os deficientes auditivos, demonstração dos locais que já possuem as adaptações necessárias, mostra de itens criados para ajudar no dia a dia das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e uma apresentação de alunos da APAE fizeram parte do Dia Municipal da Acessibilidade.