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Custo de vida na RMSP cresce 3,29% em 12 meses, indicando inflação mais controlada, aponta Fecomerci

Quinta, 08 de agosto de 2024

 
 
Serviços e produtos relacionados à saúde foram os que mais subiram no período, assim como o grupo de educação; Federação acredita que preços podem subir nos próximos meses em razão dos reajustes na gasolina
 
Em uma conjuntura de inflação ainda controlada no País, os preços também parecem mais estabilizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Dados do Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostram que, no acumulado dos últimos 12 meses finalizados em junho, o custo de vida na região subiu 3,29%.
 
Em junho, a variação foi tímida, de 0,11%, mas uma desaceleração relevante em comparação ao 0,35% registrado no mês anterior. É o resultado mais baixo desde maio — e o segundo menor desde agosto de 2023 [gráfico 1].
 
Pelas variáveis analisadas, o aumento no custo de vida foi mais sentido entre famílias de renda mais alta (as que ganham acima de dez salários mínimos). Para esses lares, a variação foi de 0,14%, em junho. Já para lares de rendimento mais baixo, essa taxa foi de 0,08%, para a classe E, e de 0,07%, para a D.
 
[GRÁFICO 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
12 meses
Fonte: FecomercioSP

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O grupo de produtos relacionados à saúde foi o que pressionou os preços nos últimos 12 meses, crescendo 6,58%, por causa dos reajustes nos convênios médicos e em uma série de medicamentos. Em seguida, o de educação, com alta de 6,08% no período — em razão dos reajustes nas matrículas escolares. Ainda no acumulado dos 12 meses, apenas um dos nove grupos analisados apresentou retração o de artigos do lar (0,43%). A menor alta entre todas as atividades foi observada em comunicação (1,58%).
 
Em junho, foi o grupo de saúde que também puxou a CVCS para cima, cujos preços se elevaram em 0,86% [tabela 1]. Os dados da FecomercioSP apontam que isso aconteceu tanto nos custos de serviços — como hospitalizações (2,1%) e exames de imagem (3,5%) — quanto no varejo, com produtos farmacêuticos subindo até 1,2%.
 
[TABELA 1]
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS) – GRUPOS ANALISADOS
12 meses
Fonte: FecomercioSP 

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Esse fato é importante porque impacta de forma mais intensa as classes mais baixas, que dependem desse tipo de produto e serviço. O aumento desse grupo para a classe E foi de 1,09%, enquanto a taxa foi de 0,86% para a classe A. Outras atividades também registraram altas em junho, como despesas pessoais (0,30%), comunicação (0,14%) e educação (0,06%). Em contraste, itens de vestuário e de transportes sofreram quedas de 0,26% e 0,53%, respectivamente.
 
Segundo a FecomercioSP, o grupo de alimentos e bebidas exerceu papel central para a desaceleração do CVCS em junho, variando apenas 0,01%. A variável foi bastante afetada pela queda de 0,23% nos preços dos produtos de supermercados, ainda que contrastando com um aumento de 0,35% na alimentação fora do domicílio. Nas gôndolas, a redução de frutas (-4,36%) e carnes (-0,64%) contribuiu para o resultado geral, assim como a alta na oferta de bovinos, com crescimento de mais de 20% nos abates.
 
A Entidade acredita que, apesar dos desafios que ainda permanecem na conjuntura econômica do País, os alimentos estão controlados — o que é um elemento importante nessa conta —, e não há sinais de repasse de custos mais altos ao consumidor, mesmo com o dólar mais caro. Os preços das commodities agrícolas em baixa ajudam a evitar pressão nos produtos derivados de soja, milho e trigo. Isso ajuda a entender por que o custo de vida na RMSP segue com variações amenas.
 
No entanto, é importante observar os próximos meses, marcados por reajustes nos preços da gasolina e do gás de cozinha pela Petrobras, além da mudança tarifária da energia elétrica residencial da bandeira verde para a amarela. Essas despesas pesam no indicador e no orçamento das famílias — e isso será confirmado já nos próximos relatórios.
 
Índice de Preços no Varejo (IPV)
O IPV registrou estabilidade em junho, com variação de 0,17%, acumulando alta de 1,42%, em 2024, e de 1,89%, nos últimos 12 meses. Em 2023, o indicador acumulava 1,18%, entre janeiro e junho, e 0,28%, entre julho de 2022 e junho de 2023.
 
Dentre os oito grupos do indicador, quatro encerraram junho com decréscimos: vestuário (-0,26%), alimentação e bebidas (-0,23%), transportes (-0,06%) e despesas pessoais (-0,01%). A maior contribuição para a alta foi observada no grupo saúde e cuidados pessoais (1,02%), com altas acumuladas de 4,75%, nos últimos 12 meses, e de 4,86%, em 2024.
 
Índice de Preços de Serviços (IPS)
O IPS avançou 0,06% em junho, acumulando alta de 1,96%, em 2024, e de 4,78%, nos últimos 12 meses. Em 2023, o indicador acumulava 3,33%, entre janeiro e junho, e 6,49%, entre julho de 2022 e junho de 2023.
 
Dentre os oito grupos do indicador, dois encerraram junho com decréscimos: transportes (-1,36%) e artigos de residência (-0,10%). A maior contribuição para a alta foi observada no grupo de habitação (0,32%), com alta acumulada de 3,23%, nos últimos 12 meses, e de 2,11%, em 2024.
 
Nota metodológica
CVCS

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.
 
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.


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