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Estudo revela recorde histórico de cheia na região do Rio das Antas, no Rio Grande do Sul

Quarta, 19 de junho de 2024

Software indica que média mensal de vazão na UHE 14 de Julho em maio ficou 28% acima do maior número registrado na história




Objetivo do software é identificar eventos climáticos extremos e ajudar na projeção de chuvas nas bacias hidrográficas. Foto: João Saboia.

 

A vazão natural média registrada em maio de 2024 na Usina Hidrelétrica 14 de Julho, no Rio Grande do Sul, quando ocorreu a ruptura parcial da barragem, já é um recorde histórico. O mês com a maior média mensal de vazão natural na região do Rio das Antas havia sido, até então, em maio de 1941, com 2.048 m³/s. A média mensal atual correspondente à mesma bacia é de 2.623 m³/s, ou seja, 28% acima da maior média já registrada na história.

 

O dado foi coletado a partir das análises do Climex, um software inovador desenvolvido pelo Lactec em parceria com a Norte Energia. O objetivo é identificar eventos climáticos extremos e ajudar na projeção de chuvas nas bacias hidrográficas que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN). Algumas metodologias utilizadas na pesquisa incluem o uso de Inteligência Artificial, especialmente Machine Learning, que auxiliam a compreender eventos climáticos extremos e os fatores que os influenciam, como El Niño e La Niña, até os antrópicos, ou seja, as mudanças provocadas pelo ser humano. 

 

Entre as suas funcionalidades, a ferramenta auxilia o setor elétrico frente às consequências geradas pelas mudanças climáticas para a produção de energia, especialmente no Brasil, onde 55% da matriz energética é gerada em usinas hidrelétricas. “A ferramenta oferece subsídios para compor análises mais precisas sobre as consequências dos eventos extremos para o sistema elétrico, trazendo maior previsibilidade e auxiliando no desenvolvimento de planos de atuação mais eficientes”, diz o pesquisador da área de Meio Ambiente - Hidrologia, do Lactec, João Paulo Jankowski Saboia, responsável pelo estudo. O desenvolvimento do software está entre as especialidades da área de Hidrologia do Lactec, que dá suporte a estudos ambientais, energéticos e planejamento urbano de diferentes atividades humanas. 

 

Estudo analisou 115 bacias hidrográficas brasileiras

 

O processo de desenvolvimento do software foi realizado pelo setor de Hidrologia do Lactec e incluiu análises das 115 bacias hidrográficas afluentes às usinas hidrelétricas que compõem o SIN para identificar eventos extremos e efetuar projeções sobre os impactos das mudanças climáticas nessas regiões. Realizado em escala mensal, o estudo analisou as estimativas futuras de chuva média  por meio de projeções climáticas, que tiveram como base cenários que compõem o Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (Coupled Model Intercomparison Project - CMIP). 

 

O CMIP é uma estrutura colaborativa do Programa Mundial de Pesquisas Climáticas (World Climate Research Programme), formulado para o compartilhamento de informações sobre o clima. O projeto está na fase 6 (CMPI6) e conta com mais de 70 modelos climáticos.

 

A partir dos dados obtidos, foi realizado o detalhamento regional utilizando o modelo Weather Research and Forecasting (WRF). Com as informações obtidas, o pesquisador produziu uma série de acumulados mensais de chuva das áreas selecionadas. As simulações incluem o período de 1980 a 2060, sendo que os dados até 2014 são utilizados para verificar a eficácia dos modelos em reproduzir o passado. 

 

Ele explica que foram analisados diferentes cenários relacionados a variadas trajetórias socioeconômicas futuras. “Consideramos diversas condições de emissões de gases de efeito estufa, desde as mais conservadoras até as mais extremas. Em nosso trabalho, optamos pelos cenários de emissão moderada e emissão extrema", ressalta. 

 

A pesquisa intitulada “Caracterização de eventos extremos de precipitação em bacias do SIN e projeções futuras com base em cenários de mudanças climáticas” (PD-07427-0222/2022), executada pelo Lactec e financiada pela Norte Energia, segue em desenvolvimento e tem previsão de finalização em janeiro de 2025.



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