Em abril de 2024 a produção industrial nacional apresentou uma queda de 0,5% em relação a março, na série com ajuste sazonal. Esse resultado marca o fim de dois meses seguidos de crescimento, período em que acumulou expansão de 1,0%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O economista Lauro Chaves Neto, conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), explica que o comportamento ascendente da produção industrial foi interrompido levemente por fatores sazonais.
“No mercado externo, nós temos uma série de conflitos geopolíticos, como a guerra de Israel, guerra da Ucrânia, e isso tem afetado as demandas globais de produtos industriais. Sem contar que o nosso sistema tributário prejudica em muito a competitividade da nossa indústria”, aponta.
Ele afirma que é ”importante” encarar a indústria como o motor da economia, pois ela possui um efeito multiplicador e irradia seus benefícios para todos os setores. Por outro lado, ele também pontua que o crescimento do comércio e dos serviços faz com que aumente a demanda pela indústria no mercado.
A economista e conselheira federal do Cofecon Ana Cláudia Arruda explica que a queda foi puxada por indústrias extrativas, especialmente a produção de minério de ferro e petróleo, e recuou 3,4%. Outra contribuição negativa veio de produtos alimentícios (-0,6%).
Apesar disso, Arruda destaca que no acumulado do ano houve uma recuperação na atividade industrial.
“É um setor que está reagindo positivamente. No primeiro quadrimestre de 2024 a atividade industrial já acumula uma alta de 3.5%. Em 12 meses, a atividade cresceu 1.5%. Mesmo com a queda, é possível observar movimentos interessantes em outros setores estratégicos para a economia, como a indústria automobilística”, ressalta.
Os dados do IBGE mostram que a média móvel trimestral registrou um aumento de 0,2% no trimestre encerrado em abril de 2024 em comparação com o mês anterior.
Para André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, o setor industrial deve apresentar melhora no decorrer do ano e encerrar 2024 no “azul”.
Ele pontua que em alguns momentos a produção industrial ficou negativa e sofreu com os efeitos da pandemia e da taxa de juros elevada.
“Agora, com o restabelecimento completo das atividades e com a redução da taxa de juros, embora ainda muito aquém daquilo que a gente precisaria, isso deve favorecer a indústria no longo prazo. Então a gente espera por uma retomada”, afirma.
De acordo com o IBGE, vale lembrar que com os resultados de abril de 2024, a produção industrial se encontra 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 16,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
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Fonte: Brasil 61