Audiência Pública foi comandada pela equipe do Samae
São Bento - O Samae - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto realizou na terça-feira a primeira Audiência Pública para tratar da questão dos resíduos sólidos produzidos no município. A explanação da pesquisa de campo aconteceu na Câmara de Vereadores. Mais de cinquenta pessoas participaram do debate que revelou importantes questões do lixo em São Bento do Sul. O presidente da autarquia, Geraldo Weihermann, na abertura dos trabalhos, explicou a forma como aconteceu o levantamento dos dados. "Pela primeira vez temos o diagnóstico do lixo gerado em São Bento do Sul. Desde a captação do lixo nas residências, até o despejo no aterro, tudo foi acompanhado pela equipe. Também foram obtidos dados da coleta seletiva, catadores autônomos e lixo industrial", contou o presidente.
Os dados, apresentados pela engenheira sanitarista Vivian Alves Máximo Simões, revelam informações da totalidade, em peso e em volume, do lixo recolhido em todos os bairros, com base na quilometragem percorrida pelos caminhões. Desde 2004, a geração de resíduos domésticos e comerciais aumentou 21,67%, sendo que em 2004 a média de recolhimento foi de 11.290 toneladas e em 2011 a previsão é que atinja mais de 14 toneladas.
LIXEIRAS VICIADAS
O público ficou surpreso quando conheceu a realidade das lixeiras viciadas, também conhecidas pela equipe como lixeira bota-fora. "É o local impróprio onde as pessoas jogam o lixo, sem se preocuparem com a agressão ao meio ambiente e também com a sua saúde e dos demais moradores das proximidades, ressaltando ainda a questão da higiene", relatou a engenheira. Foram encontrados mais de quinze pontos que servem como depósitos de lixos - um deles inclusive às margens de um rio.
A pesquisa foi reforçada com o desmembramento do lixo recolhido. A equipe separou aleatoriamente pacotes em residências localizadas em bairros distintos. "Nos sacos foram encontrados todo tipo de material, desde material orgânico, material reciclável, material inerte, entre outros", analisou Vivian. A amostragem relatou que se considerado o peso do lixo, 28% do que é mandado para o aterro são materiais recicláveis, 44% são matéria orgânica e 29% são rejeitos. Porém, a pesquisa também foi realizada observando o volume - 46% são recicláveis, 32% são materiais orgânicos e 23% outros tipos. "A diferença em peso e volume pode ser esclarecida na comparação com a matéria orgânica, que tem pouco volume mas tem peso - e os litros de plástico, que têm volume mas seu peso é menor", exemplifica a engenheira.
DADOS
Todos os dados da pesquisa estão disponíveis no saite do Samae, www. samaesbs.sc.gov.br. Além desses, também são apresentados os dados sobre a enquete feita no comércio referente ao recebimento de materiais que devem ser devolvidos, como pilhas, baterias, entre outros. Dados sobre a coleta seletiva e lixo industrial também podem ser analisados. A pesquisa faz parte do trabalho de adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem como principais objetivos a Não Geração, a Redução, a Reutilização, a Reciclagem, o Tratamento e a Disposição Final do Lixo Urbano. Todos os pontos têm como foco, por exemplo, a racionalização dos recursos naturais (água, energia, insumos) no processo produtivo, aumento da reciclagem, intensificação de ações de educação ambiental, entre outros.
A realização da audiência relatando os dados do lixo no município constata os estudos iniciais para a elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. O evento acontecerá no mês de outubro e a previsão é que representantes de diversos ramos da sociedade compareçam. A data e o local ainda serão confirmados.