Cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue — o que equivale a 14 pessoas a cada mil habitantes e mais de 3 milhões de doações por ano no Sistema Único de Saúde (SUS) — apontam dados do Ministério da Saúde. Entretanto, essa quantidade nem sempre é suficiente para suprir a demanda nos hemocentros. Devido ao grande número de cirurgias eletivas e dos casos de dengue, o Banco de Sangue de Brasília está convocando doadores do tipo O- para realizarem doações, pois os estoques desse tipo sanguíneo estão 22% abaixo do ideal.
De acordo com o Hemocentro de Brasília, nos três primeiros meses deste ano a média diária de doações de sangue ficou em 174. O ideal é 180, para atender com segurança toda a rede pública de saúde do Distrito Federal, além dos hospitais conveniados.
Martha Mariana, onco-hematologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, explica que o sangue é essencial para a saúde. “As transfusões são utilizadas diariamente e de forma contínua, em várias situações médicas comuns, como acidente, trauma com grande perda de sangue, cirurgia de emergência, anemia hemolítica, várias doenças crônicas graves, entre elas os tratamentos de câncer — e especialmente os cânceres de sangue, os cânceres hematológicos.”
Mariana destaca que para garantir um suprimento adequado de sangue, os hospitais dependem de doações regulares feitas por doadores voluntários.
A médica informa que os requisitos para doação de sangue são semelhantes em vários estados brasileiros. “Os mais importantes são: estar bem de saúde, ter entre 18 e 65 anos, pesar no mínimo 50 quilos, não vir ao banco de sangue para doação em jejum, mas fazer uma refeição leve 3 horas antes da doação; e de preferência evitando alimentos gordurosos”, destaca.
Ela também aponta outros requisitos, como:
A radialista Simone Tortato, de 38 anos, é moradora da capital paulista e doadora de sangue há 15 anos. Ela afirma que sua última doação foi realizada entre outubro e novembro de 2023, E está se organizando para doar novamente neste ano.
Ela relembra que trabalhou em uma empresa que promovia doações com os funcionários duas vezes ao ano, e apesar de não trabalhar mais no mesmo local ela tenta manter essa frequência. “Eu sou doadora de sangue porque acredito que é um ato de empatia, que desse jeito eu consigo ajudar de alguma forma. Alguns anos atrás, meu pai estava internado devido a um câncer, — e tive amigos e conhecidos que foram doar em nome dele no hospital, então que sei que faz uma bela diferença”, afirma.
Minas Gerais
Os estoques da Fundação Hemominas estão baixos e todos os tipos sanguíneos são necessários. O Hemocentro convoca pessoas dos grupos O e A, tanto positivo quanto negativo e B negativo, para que agendem sua doação imediatamente.
No Hemominas, há uma média entre 1.100 e 1.300 doadores por dia, somando todas as unidades no estado.
Amazonas
No Hemocentro do Amazonas (Hemoam), os níveis de estoque de sangue estão baixos para os tipos O+ e O-, devido ao período de chuvas e doenças virais.
A média diária de doações é de 190 doadores por dia, mas para alcançar o estoque ideal são necessárias 250 doações por dia.
Paraná
No Paraná, os estoques de sangue encontram-se estáveis nos tipos sanguíneos A, B e AB, sendo necessário os tipos O+ e O-.
A média de doadores por mês no estado é de 18.520 pessoas, que fornecem aproximadamente 16.227 bolsas por mês
Bahia
No Hemocentro da Bahia (Hemoba), os estoques de sangue tipo A-, B+, B-, O+ e O- estão em níveis críticos.
Fonte: Brasil 61