por Pedro Alberto Skiba
ALVI cad. 36
Crônica para as Calçadas (pas)
Ainda não tinha nascido. Contam que um certo senhor abriu uma rua para chegar a sua propriedade. Foi desmatando, patrolando, vieram os vizinhos e tudo ficou bem mais fácil. Mas, como progresso destrói algumas coisas e arrasta outras, foram surgindo novas necessidades. De repente muita gente caminhando pela rua e se misturando com as carroças, estas puxadas por animais mais bem civilizados que os futuros motoristas. O movimento foi aumentando, surgiram as bicicletas, motos, automóveis, caminhões e ônibus. Aí o espaço foi diminuindo e a disputa se acirrando. Alguém teve uma ideia e eu iria nascer. Era preciso ou diminuir o espaço dos veículos ou criar um espaço para os humanos que caminhavam. Pois bem! Resolveram que eu seria chamada de calçada e solucionaria todos os problemas. Legal! Como a filha mulher que nascia, alguns me enfeitaram toda. Plantaram grama, árvores, flores, colocaram bancos e até me fincaram alguns postes. Em alguns lugares ganhei pedrinhas estilo mosaico. Chique! Era uma roupagem de gala, embora perigosa. Os mais ousados colocaram orelhões, degraus, ganhei até latões lixo. hidrantes e placas de sinalização. Foram tantos adereços que o espaço ficou pequeno. Fui obrigada a empurrar alguns de volta para caminharem pelo leito das ruas. Ah! Teve até aqueles que depositavam material de construção no meu espaço. Carros estacionados e aquelas caçambas para coleta de resíduos, placa de propaganda. Agora o SAMAE resolveu que sob minhas entranhas plantariam um intestino novo, um moderno metro da merda. Me bateram, quebraram, enfiaram tubos e na maioria dos lugares me abandonaram como uma prostituta usada na orgia e descartada na madrugada. Quantos cocôs de cachorro, quanta urina dos mijões e vômito dos beberrões. Estou arrasada, esburacada, esgarçada, destruída, estuprada, violentada e ainda tenho que ficar ouvindo que estou feia, abandonada, mal cuidada. Acusada de torções de pés e quebra de saltos de sapato feminino. Agora já tem gente até me desviando. Nem as empreiteiras me querem mais. Aliás, muitos de vocês me desprezaram e nem me querem na frente das suas casas. Preferem os reluzentes de quatro rodas. Para estes não pode ter buracos nem defeitos nas ruas e ainda ganham rampas que me destroem. Em alguns lugares até me masculinizaram como consolo, reservaram um espaço e me colocaram lá como Calçadão. De salto alto, chinelo ou descalço, pise com jeitinho. Ai! Ui!. Que foi? Desulpe madame mas a senhora pisou com seu salto alto bem no meu calo de estimação!
PARABÓLICAS
- A política é mesmo a arte de engolir sapos. Pedradas do Pedroka, Trovoadas do Zé Trovão - Sabinadas. Assim os protagonistas são-bentoanos estão vivendo as intempéries que estão destruindo o ninho tucano. Tudo originado pela migração do prefeito tucano do PSDB para o reduto bolsonarista do PL. O prefeito diz ter sido uma decisão estatégica, mas não imaginou que no caminho teriam algumas pedras, barreiras, inundações. A atitude provocou a ira do presidente estadual do PSDB. Diante de outras defecções no Estado, o deputado Vieira resolveu se vingar e agir nos diretórios que perderam poder. Aqui mesmo na capitania o que era para ter sido expulso poderá se tornar o comandante. A ata continua aberta e a porta se escancarou para os executores. O partido que era o dono do passe do mandatário passará a ser o seu maior opositor. Sabino, de caça para caçador. O ninho tucano que já foi bunker do prefeito será trincheira dos adversários políticos. O PSBD poderá se tornar um abrigo para vereadores como Chicão, Darlan, sem descartar Carla, e até uma então impensada filiação do ex-prefeito Magno Bollman e sua candidatua a prefeito. Na Câmara já está exposta a mudança. Já imaginaram o PSDB com Sabino no comando e uma bancada com Chicão. Darlan, Carla e mais unzinho, o inferno astral que Tomazini terá nos seus últimos meses de mandato. E, meu a migo Edimar, como será ue irá agir? Salomonicamente? Salve Jorge1
- Ninguém engole sapo de livre vontade. Engole porque não tem outro jeito. Tem sempre alguém que nos obriga a engolir o sapo, à força. A pessoa que nos obriga a engolir o sapo, a gente nunca mais esquece. Diz a Adélia que “aquilo que a memória amou fica eterno”. Aí eu acrescento algo que aprendi no Grande Sertão. Conversa de jagunços matadores. Diz um: “Mato mas nunca fico com raiva”. Retruca o outro, espantado: “Mas como?” Explica o primeiro: “Quem fica com raiva leva o outro para a cama.” É isso. A gente leva, para a cama, a pessoa que nos obrigou a engolir o sapo. A raiva também eterniza as pessoas. Não adianta falar em perdão. A gente fica esperando o dia em que ela também terá de engolir um sapo. Ou como dizia uma propaganda antiga de loteria, a gente reza: “O seu dia chegará…”Rubem Alves
- Nunca faça acordo com bandido nem de as costas para o inimigo.
- Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira mostra que 63% dos eleitores da cidade de São Paulo não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A rejeição a um nome vinculado ao presidente Lula (PT) é menor, mas significativa: 42%, segundo o instituto.
- Quem lê tem no mínimo a obrigação de ser mais inteligente do que quem escreve. Saber interpretar e entender.
- Na minha modesta opinião, o PP é ainda o partido que tem alguma chance de endurecer o páreo para a reeleição de Tomazini. A carta na manga continua sendo Silvio Dreveck. A saber como reagiria o govenador J. Mello?
30 anos
Três décadas de existência, é o que comemorou na segunda-feira, 11, o Rotary Clube Cidade dos Móveis de Sao Bento do Sul, em reunião festiva com a presença do Governador do Distrito, autoridades, convidados e membros do Clube. O Clube atualmente é presidido por Robinson Lucas dos Passos. Parabéns e longa vida nesta ação solidária.