O deputado federal Dr. Vicente ergue sua voz em meio ao clamor internacional pela defesa da democracia e dos direitos humanos na Venezuela. Diante dos recentes acontecimentos envolvendo a prisão arbitrária da advogada e ativista política Rocío San Miguel e o fechamento da representação da ONU no país pelo governo de Nicolás Maduro, o parlamentar ocupou a tribuna da Alesc nesta terça-feira, 20, para expressar preocupação com a omissão do Brasil diante dessa crise. Ele também criticou veementemente a fala do presidente Lula que comparou a reação de Israel em Gaza ao extermínio de judeus por Hitler.
Ao observar o posicionamento conjunto de países como Uruguai, Argentina, Paraguai, Costa Rica e Equador em condenar veementemente os abusos contra a liberdade na Venezuela, o deputado lamentou a ausência da assinatura brasileira no documento. Para Dr. Vicente, a falta de posicionamento do Brasil representa não apenas uma falha diplomática, mas também uma omissão moral diante da violação dos direitos humanos, da liberdade e da democracia que aflige o povo venezuelano.
"O Brasil não assinou a nota em defesa da democracia. O silêncio do governo brasileiro faz de todos nós cúmplices desse crime contra a liberdade."
O parlamentar destacou que a defesa da democracia e da vida não deve ser seletiva nem condicionada a interesses políticos e ideológicos. Ele lamentou a falta de pronunciamento do Brasil não apenas em relação à crise na Venezuela, mas também diante de outras situações internacionais, como a agressão russa à Ucrânia e as mortes suspeitas de líderes opositores na Rússia.
"Um governo democrático, comprometido com os valores fundamentais de nossa Constituição, tem o dever moral de se opor firmemente a qualquer forma de tirania e violência, seja ela de que natureza for, seja ela em seu território ou em qualquer lugar do mundo. O totalitarismo, o terrorismo, seja de direita ou de esquerda, deve ser duramente rejeitado."
Holocausto
Para o deputado, o presidente Lula cometeu um erro grave ao usar o termo holocausto para comparar o revide do governo de Israel contra grupos terroristas na Palestina.
"Um erro grosseiro que manchou nossa diplomacia. O holocausto tem um significado eterno de sofrimento, perseguição e humilhação para o povo judeu e de terror para o mundo. Não que Israel não deva ser responsabilizado pelo abuso desproporcional da força bélica contra o povo Palestino, prometer exterminar a Palestina e ocupar seu território também precisa ser condenado veementemente pela opinião internacional e pelos tribunais internacionais."