A cirurgia, comandada pelo Dr. José Antônio Guasti, conseguiu fazer a descompressão do tecido cerebral. Agora, os médicos vão aguardar 72 horas antes de fazer uma nova avaliação do paciente, que ficará em coma induzido e entubado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Por enquanto, o estado de saúde de Gomes ainda é grave, sem alteração em relação a quando ele foi internado. O técnico ainda corre risco de vida durante o pós-operatório.
A hemorragia ocorreu do lado direito do cérebro, que é responsável pelos movimentos e pela fala. Ainda não é possível afirmar que haverá sequelas, mas os médicos já se antecipam a respeito dessa possibilidade. "Mesmo havendo sequelas, elas poderiam ser tratadas com uma boa fisioterapia", explicou Clovis Munhoz, médico do Vasco que atuou como intermediário entre os médicos do Hospital Pasteur e os jornalistas.
"Ele fica em coma induzido por 72 horas para ter repouso total e para o tecido cerebral não sofrer mais danos", disse Munhoz. Independentemente da evolução do quadro, Ricardo Gomes permanecerá no hospital nos próximos oito a dez dias, em observação.
Ricardo Gomes passa mal durante o clássico e é amparado por médicos no Engenhão
Mal-estar no Engenhão
Ricardo Gomes sentiu-se mal no banco de reservas do Engenhão, durante o clássico, e solicitou atendimento médico. Logo foram feitos exames de rotina para testar sua lucidez, e então ele foi levado ao hospital pela ambulância do estádio.
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“Ele me reconheceu. Cheguei e perguntei: ‘Sabe quem sou eu?’ Ele disse meu nome, conversamos e vi sua lucidez. Mas estava um pouco nervoso, sem organizar direito as palavras. É muito cedo para qualquer diagnóstico. Só mais tarde saberemos o que houve”, disse o médico do Vasco Clovis Munhoz.
Susto na época do São Paulo
Ricardo Gomes teve, em fevereiro de 2010, um problema semelhante quando dirigia o São Paulo. Na ocasião, o treinador se sentiu mal logo após um clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Ele chegou a ser internado, ficou dez dias afastado do trabalho e depois voltou a comandar a equipe normalmente.
Sobre este episódio, Munhoz revela que ambos já tiveram longa conversa esclarecedora a respeito do tema. De acordo com o médico, Ricardo Gomes contou tudo o que aconteceu e o que foi feito para investigar o mal-estar sofrido no Morumbi, a fim de que o Vasco não achasse que estava contratando um profissional com risco de lesão cerebral.
“Ele me contou que na época, ele fez todos os exames, investigou tudo para saber o que era. E não foi encontrado nenhum indício de AVC“, diz Clovis Munhoz.