Santa Catarina, cantada em verso e prosa como um dos Estados mais bem sucedidos do Brasil, de vez em quando vira manchete nacional – geralmente por causa das boas notícias. Ontem, porém, um dos programas de maior audiência, o “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, estampou em suas chamadas: “Em Santa Catarina, as polícias Civil e Militar não se entendem”. A matéria apresentou o polêmico caso envolvendo comando policial militar, delegados e promotores de Justiça, que teria sido tornado público após uma gravação que teria sido feita através de telefone celular, em Jaraguá do Sul. No próprio Evolução, nas duas últimas edições, foram publicadas cartas com acusações de ambos os lados, expondo uma ferida que, agora, com o caso das gravações, é notícia em todo o País. Resta saber a quem interessa a briga entre a Polícia Militar e a Polícia Civil.
O governador Raimundo Colombo declarou que pretende definir “o papel de cada uma das polícias”. Sinal que, até o momento, as atribuições não estão claras. Enquanto isso, a sociedade reivindica uma Segurança Pública mais eficiente, com investimentos satisfatórios, com qualificação, com equipamentos e sem jogos de intrigas e de vaidades. Se há pouco perguntávamos a quem interessa a briga entre a Polícia Militar e a Civil, talvez possamos responder que ao cidadão de bem, definitivamente, ela não interessa. A população, certamente, não só merece como tem direito a um trabalho bem desenvolvido por ambas as corporações. O que não pode é ficar assistindo a uma guerra institucional enquanto a bandidagem, em todos os níveis, age com toda a sua pompa e circunstância.