O eu sendo feliz
Somente como as selvagens
Flores astrais podem ser
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Eu acordada com a divinal graça
Do alvor em um novíssimo dia
Ao lado teu
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Um sorriso ameno
E um abraço eufônico teu
Eu só posso ser feliz
Como as celestiais álgidas
Negras flores podem o ser
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Eu acordada
Com o alvor do astro rei
Em um novíssimo dia
Ao lado teu
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Não! Não sensualize assim
Somente feche as nevoentas cortinas
Não! Não venha me embair
Somente apague
Todas as sibilinas luzes
Dispa-se lentamente
De todas as fluídas mentiras
E de todas as infindáveis
Desculpas abstratas
E débeis hipérboles afins
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O eu-ser feliz postado
No vergel das almas perdidas
Como as imaculadas
Flores vagas podem o ser
Como um sonho bom
Como um nevoento retrato teu
Na pós-modernidade liquefeita
Uma quimera que nasceu
E morre em nanosegundos
Texto de Samuel da Costa é cronista e funcionário público em Itajaí, Santa Catarina.
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br