Industriais e população avaliam governo estadual como regular

Pesquisa da Federação das Indústrias com empresários e com a população economicamente ativa avaliou 16 áreas de atuação do Executivo com vistas ao desenvolvimento do estado

Florianópolis - A atuação do governo do estado nos primeiros seis meses de mandato é regular na avaliação dos empresários industriais e da população economicamente ativa, mostra pesquisa da Federação das Indústrias (FIESC), realizada pelo Instituto Mapa. A nota média atribuída ao governo, numa escala de 0 a 100, ficou em 54 segundo os empresários e 56 segundo a população, mostrando convergência na avaliação. Houve uma pequena evolução na avaliação em relação ao levantamento anterior, realizada há um ano, quando a avaliação dos empresários foi de 51 e da população foi de 54.

Entre os representantes das indústrias, a média geral de avaliações decorre das médias específicas, que se mantiveram entre 46 e 68 nas 16 áreas individuais avaliadas. Impostos e tributos, segurança pública, saúde, transporte e educação básica foram as áreas com as piores avaliações (médias de 46, 48, 50, 50 e 52, respectivamente). Por outro lado, condições para geração de empregos, telecomunicações e meio ambiente foram as áreas melhor avaliadas (médias 68, 66, 64, respectivamente).

Entre a população, os piores resultados foram impostos e tributos, gastos públicos, saúde, segurança pública e educação básica (médias 44, 48, 48, 50 e 50, respectivamente). As melhores avaliações foram na áreas de energia, telecomunicações, condições para geração de empregos e formação profissional (médias 70 em energia e 68 nestas demais três áreas). A população mostrou-se um pouco menos crítica que os empresários no que se refere às áreas de infraestrutura e ligeiramente mais crítica nas questões ligadas à gestão pública.

O presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, lembra que a pesquisa é um desdobramento do trabalho Desenvolvimento SC: uma visão da Indústria, que no ano passado entrevistou empresários industriais e a população para fundamentar as propostas encaminhadas aos candidatos nas eleições 2010. "Naquele momento definimos que faríamos avaliações anuais dos pontos críticos ao desenvolvimento, como uma forma de contribuir para que o governo tenha informações consistentes sobre a percepção da população e dos empresários quanto à sua atuação. Assim ele tem em mãos uma poderosa ferramenta para balizar as suas ações", diz.

A atual pesquisa acrescentou questões de avaliação geral e elas também mostraram a avaliação regular do governo Raimundo Colombo. Para 31% dos empresários e da população a avaliação é positiva (ótimo + bom). A metade dos entrevistados aprovou a maneira como o atual governador vem administrando o estado: 54% dos empresários e 50% da população. Também metade dos empresários e da população considera que o governo está dentro das expectativas, enquanto apenas 10% dos empresários e 16% da população pensam que ele está melhor do que o esperado.

Conforme o Instituto Mapa, o índice de tolerância está baixo entre os empresários e crítico entre a população: 63% e 83%, respectivamente, acreditam que o atual governador poderia, no mínimo, ter feito mais do que fez no momento.
Um dos poucos pontos em que houve maior variação entre as avaliações dos empresários e da população foi com relação à confiança. Conforme o Instituto Mapa, entre a população, o índice de confiança pode ser considerado crítico, uma vez que 40% dos entrevistados declara explicitamente não confiar no governador, contra 56% que disseram confiar. Por outro lado, entre os empresários da indústria, 81% declararam explicitamente que confiam no governador.

Corrêa chama atenção para o fato de que, embora a avaliação seja predominantemente regular, ou até crítica em algumas áreas, o índice mais positivo de confiança no atual governador pelos empresários, pode revelar uma grande expectativa. Embora ainda não correspondida, como mostram os demais índices levantados na pesquisa, é um dado que revela um clima ainda favorável para a governabilidade no estado, diz.

"Outro aspecto relevante é a opinião da população com relação aos impostos, deixando claro que a carga tributária não é uma questão que preocupa apenas os empresários", completa Corrêa.

A pesquisa quantitativa encomendada pela FIESC foi realizada por meio de entrevistas com base em questionários estruturados, junto a uma amostra de 624 pessoas da população economicamente ativa, entre 18 e 65 anos de idade, e de 100 empresários das indústrias de vários portes e ramos, de Santa Catarina. O período de coleta dos dados em campo foi de 25 de junho a 13 de julho de 2011.