RICARDO OLIVEIRA 1
Encontrar-me-ei inteiramente na busca incessante pela alegria que vejo em seu
rosto. Tento pedir a capacidade dessa rara e fantástica sintonia, mas não é
possível. Completo em mim, um pouco de quem desejo ver quase todos os dias, na
mente, pois é um mistério saber, quando meus olhos verão os seus outra vez. Entro
num estado de pura inspiração, e a carta a qual escrevo, transforma minha alma em
tempo…
Tempo este, a ser companheiro das leituras que faço ao longo da existência!
Confesso que, se Carlos Drummond de Andrade se reunisse comigo nesta época
do ano, me faria um convite: Vamos fazer um poema ou qualquer outra besteira.
Fitar por exemplo uma estrela por muito tempo, muito tempo e dar um suspiro
fundo ou qualquer outra besteira. Sim, é um poema intitulado de Convite Triste.
Ah, seria um sonho poder fazer disso, um momento simples, porém, especial,
enquanto meus lábios refrescam do dia a amanhecer ou da névoa da noite a sugerir
uma compreensão além dos sentidos. O coração sabe do poema indeterminado, até
pelo fato de ser extenso e profundo demais. Esquivo-me de qualquer relação com a
vida sem brilho, sem motivação, sem nada. Lembro dos bons fluidos, e sua
essência.
Permitir estar vivo, já é o começo de uma nova verdade. Se não é válido te fazer
andar pelo caminho dos meus passos, é interessante contemplar seus passos nos
meu caminho! E quem pode descobrir os segredos de quem estou me dirigindo?
Então, vou ficar calado, e deixar a criatividade dos leitores ter a oportunidade de
voar como pássaros a irem a lugares distantes. Desta forma, todos podem viajar.
CARTA ROMANCISTA nº 51 - 10/12/2019