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MÉDICO JUDEU ENTUBOU PACIENTE DE COVID-19 COM TATUAGENS NAZISTAS

Terça, 08 de dezembro de 2020


Taylor Nichols é médico, judeu e atendeu paciente com tatuagens nazistas na Califórnia Foto: Reprodução

Taylor Nichols atua na linha de frente do combate a pandemia na Califórnia e relatou experiência em seu perfil no Twitter

Taylor Nichols é médico, judeu e atendeu paciente com tatuagens nazistas na Califórnia Foto: Reprodução
Taylor Nichols é médico, judeu e atendeu paciente com tatuagens nazistas na Califórnia Foto: Reprodução

“Quando nós o levamos para a maca e tentávamos trocar sua camisa por um roupão de hospital, houve uma coisa que todos nós vimos: as tatuagens nazistas”. Foi assim que o médico judeu Taylor Nichols, que trabalha na linha de frente do combate ao coronavírus na Califórnia, relatou uma experiência que teve com um paciente no fim de novembro.

 
  • O médico contou como ocorreu o atendimento em seu Twitter e no jornal The Washington Post. Em um dos trechos, Taylor Nichols diz que além dele, uma enfermeira negra e um terapeuta respiratório atenderam o homem. “Todos nós vimos. Os símbolos de ódio em seu corpo anunciavam com orgulho seus pontos de vista. Todos nós sabíamos o que ele pensava de nós. Como ele valorizava nossas vidas”, escreveu.

 

 

 



O paciente, segundo Nichols, já estava sem fôlego na ambulância, com dificuldade para respirar e apresentava aparência de assustado. A certa altura do atendimento, o homem pediu ao médico que não o deixasse morrer. Havia em seu peito uma suástica, desenhos nazistas pelos braços e inscrições que remetiam a SS, a organização paramilitar do nazismo.

  • O médico relatou ainda que o homem era usuário de metanfetamina e por isso seus dentes estavam “quase perdidos”. Já hospitalizado e com suporte respiratório, o paciente ainda se esforçava para respirar. Nichols então recomendou a intubação.


“Ele disse que se um tubo de respiração era a única maneira de sobreviver, ele queria que fizéssemos tudo. Então nós faríamos. Estávamos sem outras opções neste ponto, então nos preparamos”, contou Nichols também em seu perfil no Twitter.

Depois que o paciente foi intubado, o médico afirma que não o viu mais. No decorrer do texto, Nichols faz uma reflexão sobre o momento que havia acabado de viver, com pensamentos voltados principalmente para o que ocorreria se fosse o contrário.

“Vejo a tatuagem da SS e me pergunto o que ele poderia pensar de ter um médico judeu cuidando dele agora - ou o quanto ele se importaria em salvar minha vida se nossos papéis fossem invertidos. E pela primeira vez em minha carreira, reconheço que hesito, ambivalente. A pandemia me atingiu; meu mantra de cuidar de todos não está tendo o mesmo impacto no momento. Eu percebo que talvez eu não esteja bem”, confessou.

  • Apesar da insegurança e da dúvida que surgiu, Nichols tentou se manter firme nas convicções que tem.


“Ele me ensinou uma lição que sei ser uma experiência compartilhada entre os profissionais de saúde: essa pandemia está testando e fortalecendo ao mesmo tempo as profundezas de nossa compaixão. Nos apoiamos uns aos outros para garantir que podemos continuar a dar o nosso melhor atendimento. Nossas portas estarão sempre abertas, não importa quem você seja, para que você possa buscar atendimento quando precisar”, finalizou.



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