"Nós colocamos todas as nossas prestações de contas à disposição, inclusive para qualquer auditoria, se for necessária", destacou o responsável pelo 23º Batalhão de Polícia Militar
A semana começou com a participação do comando das duas principais forças de segurança do município na Associação Empresarial de São Bento do Sul (Acisbs). O tenente-coronel Amarildo de Assis Alves, comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar, e o tenente José Ananias Carneiro, comandante do Corpo de Bombeiros, fizeram explanações sobre o fundo criado para reequipar e melhorar a estrutura de ambas as instituições, o Funrebom. Amarildo, que concede entrevista exclusiva ao Evolução nesta semana, afirmou que "pessoas com desconhecimento, sem responsabilidade nenhuma e de maneira leviana" passaram a criticar a PM após algumas denúncias recentes envolvendo o fundo. "O bem coletivo deve sempre se sobressair em relação ao bem individual", frisou.
Amarildo lembrou que o FunrebomPM foi criado através da Lei Municipal nº 512/95, incluindo a previsão de cobrança de Taxa de Segurança Ostensiva Contra Delitos e a Taxa de Segurança Preventiva. A lei explica, em seu artigo 13, que os bens adquiridos pelo fundo devem ser incorporados ao patrimônio do município. O comandante explanou os valores arrecadados e investidos em São Bento do Sul desde 2009, quando assumiu. Naquele ano, segundo ele, foram arrecadados R$ 151.645,45 e investidos R$ 42.915,51. No ano seguinte, a arrecadação foi de R$ 151.129,88 e o investimento, de R$ 137.701,91. Agora em 2011 - o lançamento das taxas acontecerá em agosto - foi arrecadado o montante de R$ 10.260,51, com investimento de R$ 11.176,39. O saldo financeiro do fundo em 31 de maio, de acordo com Amarildo, era de R$ 70.440,73, "para futuros investimentos, que deverão ser realizados ainda este ano", conforme suas palavras.
AQUISIÇÕES
Através de slides, o comandante do batalhão policial militar listou as aquisições efetuadas, conforme segue: 15 coletes balísticos, 15 pistolas calibre .40, 15 rádios portáteis móveis, 2 viaturas Parati, 2 rádios de comunicação para viaturas, 2 motocicletas Honda XRE 300, 5 câmeras para viaturas, 2 giroflex para viaturas, 6 aparelhos de ar condicionado, 5 serviços de caracterização de viaturas, 1 filmadora para o Serviço de Inteligência, 30 algemas, 30 coletes refletivos, 20 tonfas (cacetetes), 1 bafômetro, 5 microcomputadores, 1 impressora e 4 cadeiras. Também constam dos investimentos melhorias na área de telefonia e de informática, a manutenção das viaturas e do quartel, melhorias no refeitório e a capacitação e o treinamento da tropa. Outro investimento realizado foi em relação ao monitoramento da própria frota policial militar, possível através de sistema que apresenta a localização, o histórico, os locais percorridos, etc. "É uma questão de gestão", sentenciou.
Amarildo ainda listou todas as treze viaturas que hoje operam em São Bento do Sul, apresentando a forma de aquisição e as condições de uso. Das treze viaturas, apenas três foram entregues pelo governo estadual - a última em 2009. As outras foram adquiridas ou pelo próprio FunrebomPM (sete delas) ou pelo convênio de trânsito. Além do valor de pouco mais de R$ 70 mil disponível no fundo, já existe uma reserva empenhada para a aquisição de mais dois veículos Parati e também para um Renault Boxer - este através do convênio de trânsito. Questionado pelo Evolução se não estaria faltando força política em São Bento do Sul para reivindicação de maiores investimentos na área, Amarildo disse que "nós merecemos um pouco mais de atenção", frisando, entretanto, que é um profissional de cunho técnico - e não político. "Ainda bem que temos essas pessoas, que são os empresários", elogiou. Amarildo citou nominalmente o empresário Alcides Rudnick, que já fez diferentes doações - não só à PM como aos bombeiros. "Se colocássemos farda no Alcides, eles seria um excelente general", brincou.
BALANÇO PÚBLICO
Direcionando-se ao presidente da Acisbs, Adelino Denk, o responsável pelo 23º Batalhão de Polícia Militar (que inclui, além de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre), declarou: "Nós colocamos todas as nossas prestações de contas à sua disposição, inclusive para qualquer auditoria, se for necessária. É um balanço público e não temos nada a esconder". Por fim, sem citar nomes, Amarildo criticou que há pessoas "querendo execrar a PM, fazendo da PM um trampolim para questões políticas". Adelino, por sua vez, afirmou: "Circularam algumas informações distorcidas".
Pouco depois das explanações do tenente-coronel na segunda-feira, foi realizada mais uma sessão legislativa da Câmara de Vereadores, na qual o próprio comandante da PM deve se fazer presente dentro de algumas semanas. Durante a palavra livre da sessão de segunda, o vereador Josias Terres (DEM) falou sobre o FunrebomPM, destacando que recebeu informações "muito vagas" sobre o assunto, solicitadas ao poder público municipal através de um Pedido de Informações. Ele quer fazer um novo pedido sobre o assunto, solicitando explicações mais detalhadas.
O vereador Luiz Alberto Sieves (PMDB), presente no encontro da Acisbs, destacou que o vereador Josias "deveria ter comparecido" à reunião realizada na Associação Empresarial. Conforme o vereador, as acusações feitas por Luiz Novaski (ex-PM e ex-diretor de Trânsito de São Bento do Sul) "foram levianas, pois todos os recursos estão sendo bem aplicados pelo comando local da PM e dos bombeiros". Para Sieves, "Novaski tem interesses políticos por trás de suas denúncias". Quem também lamentou as declarações e acusações que o ex-diretor de trânsito fez sobre as verbas do FunrebomPM foi o vereador Eduardo Moraes (PP).