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Olhe suas mãos!

Segunda, 20 de junho de 2011

Tu nunca voltarás a ver tuas mãos da mesma maneira...

Meu avô, com noventa e tantos anos, sentado debilmente no banco do jardim, não se movia. Estava cabisbaixo, olhando suas mãos. Quando me sentei ao seu lado, nem notou minha presença.  E o tempo passava... Sem querer incomodá-lo, mas querendo saber como ele estava, perguntei- lhe como se sentia.

Levantou sua cabeça, me olhou e sorriu: “Estou bem, obrigado por perguntar”, disse, com uma voz alta e clara. Expliquei-lhe que não queria incomodá-lo, mas queria ter certeza de que estava bem, já que estava sentado, imóvel, simplesmente, olhando para suas mãos.

Meu avô me perguntou: “Alguma vez já olhaste suas mãos? Quero dizer, realmente já olhou para elas?” Lentamente soltei minhas mãos das do meu avô, abri-as e contemplei-as. Vi rei as palmas para cima e para baixo. Não creio que realmente nunca as tenha observado. Só queria saber o que meu avô queira dizer-me.

Ele sorriu e me disse: “ Pare e pense um momento sobre como tuas mãos tem te servido ao longo dos anos. Estas mãos, ainda que enrugadas, secas e débeis têm sido as ferramentas que usei  toda a minha vida, para alcançar, pegar e envolver.”

Elas puseram comida em minha boca e roupa em meu corpo. Quando criança, minha mãe me ensinou a juntá-las em oração. Elas amarraram os cadarços dos meus sapatos e me ajudaram a calçar as minhas botas. Estiveram sujas, esfoladas, ásperas, entrelaçadas e dobradas.

Foram decoradas com uma aliança e mostraram ao mundo que estava casado e que amava alguém muito especial. Foram inábeis quando tentei embalar minha filha recém nascida. Elas tremeram quando enterrei meus pais e esposa, e quando entrei na igreja com minha filha no dia de seu casamento.

Elas têm coberto meu rosto, penteado meu cabelo e lavado e limpado todo o meu corpo. E até hoje, quando quase nada de mim funciona bem, estas mãos me ajudam a levantar e a sentar e ainda se juntam para orar. Estas mãos têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida. Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar à Sua presença!

Desde lá, nunca mais olhei as minhas mãos da mesma maneira. Mas lembro-me quando Deus esticou suas mãos e tomou as de meu avô e o levou à Sua presença. Na verdade, nossas mãos são uma bênção. Cada vez que uso minhas mãos lembro-me do meu avô, e me pergunto: “Estou fazendo bom uso das minhas mãos?”

E sempre que minha consciência responde que “estou usando minhas mãos para praticar o bem, para trabalhar honestamente, que as estou usando para dar carinho e amparo a quem necessita”, sinto-me em paz… E agradeço ao Criador por tamanha bênção, esperando que Ele estenda Suas mãos para que, também eu, um dia, possa nelas repousar!”



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Elisa Mota


"As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis/sobre um fundo de manchas já cor de terra/ — como são belas as tuas mãos —/pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram na nobre cólera dos justos.../Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,/essa beleza que se chama simplesmente vida." (Mário Quintana - As Mãos de Meu Pai). Recomendo o "Monólogo das Mãos", belo texto de Ghiaroni.

Responder      21/06/2011

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