Produtores de banana do Norte do Estado acompanharam de perto o debate sobre a proibição da pulverização aérea na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) nessa terça-feira. Projeto de lei que pedia o fim desse tipo de técnica no Estado recebeu parecer contrário do deputado e relator Milton Hobus (PSD), decisão que tranquilizou os produtores.
Segundo o parlamentar, a proposta é inconstitucional porque afronta normas da Constituição Federal, além de colocar em risco a sobrevivência econômica de milhares de produtores. Santa Catarina tem hoje 3,4 mil famílias que vivem da bananicultura.
“O caso da banana no Estado, que exporta 80% do que produz, não sobrevive sem a aplicação de algum defensivo agrícola. Há pragas que é preciso pulverizar cinco vezes ao ano. Imagina o produtor com aquela bombinha tendo que passar em cada pé. Muitos agricultores morriam por isso, afirma Hobus.
Ele defendeu ainda o uso da tecnologia, do aprimoramento da agricultura e da eficiência da produtividade, citando estudo que utiliza drones para pulverização aérea.
“Não podemos admitir um projeto que proíbe enquanto o mundo está avançando nessa direção”, destacou Hobus.
O deputado Fabiano da Luz (PT) pediu vistas ao projeto – ele tem prazo até a próxima semana para entregar o pedido de vistas sem parecer ou apresentar voto contrário ao de Hobus. Porém, a maioria dos parlamentares da comissão defenderam o voto do relator pela rejeição ao projeto de lei.