Sônia Pillon nasceu em Porto Alegre e desde 1996 reside em Jaraguá do Sul.
Formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto pela Univille, atuou como repórter, editora, redatora e assessora de imprensa, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Por mais de 10 anos trabalhou no jornal A Notícia.
É autora de “Crônicas de Maria e outras tantas – Um olhar sobre Jaraguá do Sul” e “Encontro com a paz e outros contos budistas”, com participação em antologias de contos, crônicas e poesias.
Publica também no blog soniapillon.blogspot.com e na fanpage "Sônia Pillon Escritora". É Presidente de Honra da Seccional Jaraguá do Sul da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina (ALBSC).
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Observar o ambiente ao redor pode ser angustiante, irritante, estressante. Vivemos inquietudes internas, algumas expressadas de forma equilibrada, outras não. Quem já teve de manter os olhos e os ouvidos atentos, pisando em ovos, quando se sente em um ambiente hostil, sabe muito bem o que é isso.
Por outro lado, você pode se surpreender positivamente quando aciona os sentidos ao perceber minúcias, pequenos “sinais” aleatórios do mundo que o rodeia. Pequenas alegrias, como o sol que surge depois de uma chuva prolongada, o sorriso puro de uma criança, uma florada, uma revoada de pássaros que surge no céu, ou mesmo um pato nadando tranquilamente em uma lagoa. São imagens consideradas corriqueiras e que não chamam a atenção dos que vivem no automático, escravos da rotina, porque já perderam a capacidade de identificar pequenos prazeres.
Não custa lembrar que são nas pequenas coisas e nos pequenos prazeres que encontramos alegrias genuínas. Recentemente, em uma feira de artesanato, me deparei com uma frase que me sacudiu, porque traz um ensinamento que acredito e nunca é demais lembrar. Era de um quadro em madeira com uma cena leve, de uma bicicleta antiga com um cesto repleto de flores do campo e os dizeres “Seja grato, a vida sempre retribui”. Entender o significado da palavra gratidão faz toda a diferença.
Automaticamente acionei a câmera fotográfica do celular e registrei a sábia mensagem. Em gesto automático, comprei a peça. Hoje o quadro está afixado em local estratégico da sala de estar.
Pode parecer chavão, mas a vida tem a capacidade de nos surpreender todos os dias com acontecimentos que nos gratificam. Mas, é preciso estar aberto para isso. São constatações que valem para o ambiente profissional, social, ou familiar. Muitos aprendem essa lição cedo, outros precisam levar algumas “lambadas” para aprender. Pelo amor, ou pela dor, não é mesmo? A vida é uma escola e idade cronológica não é sinônimo de maturidade para ninguém.
Percebo que hoje o dia amanheceu nublado. Uma chuva fina insiste em cair e as temperaturas baixaram, como é de se esperar na estação em que as folhas caem e forram o chão em nuances que vão do amarelo ao marrom. Pensando bem, é um dia ideal para um chá, ou um café recém-coado, com seu aroma inebriante, para aquecer o corpo e a alma. Agradecer o que se tem, sem esperar perder para valorizar, faz toda a diferença.