Com a confirmação do vírus da febre amarela no litoral do Paraná, o Estado de Santa Catarina iniciou uma campanha de vacinação intensificada contra a doença. Em São Bento do Sul, nesta quarta-feira (30), equipes de Saúde percorreram a zona rural da Bela Aliança, a fim de vacinar os moradores que ainda não foram imunizados.
Segundo a enfermeira do Centro de Vigilância à Saúde, Cristiane Jantsch Sestren, os trabalhos de vacinação e orientação da população iniciaram pelo bairro Bela Aliança por uma questão estratégica. “Seguindo pelo corredor ecológico da Mata Atlântica, o bairro é o primeiro de São Bento do Sul após a divisa com o Paraná. Por isso, é apontado como área suspeita de circulação do vírus”, explicou.
Os trabalhos na Bela Aliança seguem até sexta-feira (1), das 13 às 16 horas. Mas as pessoas também podem se dirigir à Unidade de Saúde para se vacinarem.
Cristiane lembra que Santa Catarina é área de risco da doença desde 2010, e que no ano passado as equipes intensificaram a importância da imunização em toda a área rural do município. “As pessoas entre nove meses e 59 anos, onze meses e 29 dias que nunca tomaram nenhuma dose da vacina devem procurar as Unidades de Saúde. A vacina é gratuita e é a única forma de evitar a febre amarela”, disse.
No dia 4 de fevereiro as Unidades de Saúde dos bairros Centenário, Cruzeiro e Serra Alta que atendem no período da noite, os chamados plantõezinhos, estarão abertos também, para a vacinação contra a febre amarela. O horário será das 17h30 às 21 horas.
Os plantõezinhos ficam localizados no bairro Centenário, no ESF 3 (Rua Hans Dieter Schmidt, em frente à Escola Carlos Zipperer). No bairro Serra Alta, no ESF 1 (Rua Mathias Nossol). E no bairro Cruzeiro, no ESF 5 (Rua Papanduva).
Também no dia 9 de fevereiro, a Unidade de Saúde central estará aberta para vacinação das 7h30 às 12 horas.
No Paraná - Em janeiro deste ano foi confirmada a presença do vírus da febre amarela na cidade de Antonina, no litoral do Paraná, após a realização de exames em três macacos que foram encontrados mortos. Como o estado faz divisa com Santa Catarina, foi necessária uma campanha intensificada de vacinação contra o vírus.
Apesar da confirmação do vírus em macacos, o alerta é para que as pessoas não matem os animais com medo da doença, uma vez que eles não transmitem a doença. A desinformação já levou pessoas a cometerem o crime de matar macacos em diversas regiões.
A enfermeira lembra que os animais são aliados no combate à doença, pois podem sinalizar para a existência do mosquito com o vírus transmissor. “Os macacos são sentinelas na vigilância da doença. O óbito de macacos em determinada área é um dos principais indícios de circulação do vírus em regiões de matas e florestas, servindo como um alerta para as autoridades de saúde adotarem medidas de prevenção, com a vacinação dos moradores da região”, disse.
A orientação às pessoas é para que, ao perceberem um macaco aparentemente doente, ou encontrar algum desse animal morto, mesmo que seja somente a carcaça, avise imediatamente a Secretaria de Agricultura, pelo telefone 3635-4234.
Primeiro caso – Na terça-feira (29) foi confirmado o primeiro caso de febre amarela no Paraná. Um jovem de 21 anos, morador de Antonina e que nunca havia sido vacinado, é o primeiro caso de confirmação da doença no estado. O jovem está internado e passa bem, com uma forma leve da febre amarela.
A doença e os sintomas - A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) e transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente.
Qualquer pessoa que não tenha sido vacinada e que resida em áreas onde há transmissão da doença ou apenas as visite, independentemente da idade ou do sexo, pode adquirir a doença.
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem a doença na forma grave podem morrer.
O que fazer? - Depois de identificar alguns dos sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima. Informe-o sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas e, também, se houve mortandade de macacos próximos aos lugares que você visitou. Comunique, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela e a respectiva data.
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como dores no corpo e na cabeça com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
Mais informações consulte o site http://www.dive.sc.gov.br/febre-amarela/ ou ligue para o Centro de Vigilância à Saúde, no telefone 3635-2228.
Viviane de Vargas Miranda