Se tem uma maneira de aprender o sistema monetário de forma diferente, os alunos do 1º ano da EMEB Professor Quiliano Martins conhecem bem. Nas aulas da disciplina de artes da professora Sirlei Terezinha Cordeiro, as crianças fizeram uma releitura da obra de Romero Britto em tela e as colocaram em um leilão de obras na unidade. A ação coordenada pela professora Cleide Riher com auxílio da educadora do programa Mais Alfabetização Márcia conquistaram a atenção dos alunos. Cada aluno sugeriu um lance no quadro que desejou e após a batida do martelo pagaram com moedas e notas que simulavam o sistema monetário.
Saber lidar com o dinheiro é indispensável para o bem estar de cada pessoa. A educação financeira possibilita ao cidadão o consumo com inteligência e sem exageros, ensinando a programar despesas e investir adequadamente independente da classe social. Dessa forma, os alunos também estão exercitando o perfil de um empreendedor em que devem ficar atentos ao fluxo monetário dos lances. Outro ganho ressaltado é o convívio familiar, as crianças se tornam mais conscientes sobre as despesas com bens materiais.
Para a realização da atividade, os alunos foram organizados para o pintura colocando a prática a percepção e análise do artista Romero Britto. Além de trabalhar essa função, os estudantes ainda integraram as atividades com o sistema monetário. A expectativa dos alunos era evidente, eles analisavam as obras para dar o melhor lance na escolhida. Por fim, eles ainda tiveram que incorporar os personagens, como estrategistas e consumidores.
No currículo escolar
Nos próximos dois anos, a educação financeira deve chegar às salas de aula de todo país. Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o assunto agora está entre os temas que irão compor os currículos de redes e escolas. Apesar de ser destacado apenas na área de matemática, a proposta é que estados e municípios possam abordar o consumo consciente e o planejamento financeiro em diferentes disciplinas.
A inclusão do tema na categoria segue uma tendência de pesquisas recentes da área, que mostram que quanto mais cedo a educação financeira é abordada, maiores são as possibilidades dos alunos a adotarem um consumo consciente. Conforme os resultados da Pesquisa Nacional de Educação Financeira nas Escolas, feita pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), pela Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin) e o Instituto Axxus, 81% dos alunos que têm educação financeira gastam parte do que recebem e guardam outra a parte para realizar seus sonhos.