Atendimento é voltado diretamente para os alunos com dificuldade de aprendizagem
Muitos fatores podem estar ligados a dificuldade de aprendizagem do estudante, desde a falta interação com os colegas em sala de aula, problemas neurológicos, atrasos de desenvolvimento, traumas na infância, ou, até mesmo, as interferências dos problemas familiares. Como forma de driblar e prevenir essas dificuldades, a Prefeitura, através da Secretaria de Educação, vem contando com o auxílio de três psicopedagogas que atuam nas unidades de ensino do município. A iniciativa é realizada em conjunto com os professores, como forma de orientar e descobrir as causas das dificuldades desses alunos. O serviço vem sendo oferecido através de avaliações, encontros mensais e intervenções clínicas.
A psicopedagogia tem como campo de atuação a Psicologia, a Saúde, a Educação e outras áreas do conhecimento. Como lidam com processos de ensino e aprendizagem, as profissionais possuem um olhar amplo sobre a complexidade das abordagens. Isso envolve os modos de aprender e ensinar as práticas educacionais e seus contextos de intervenção – que podem ser ainda voltados as esferas estudantil, familiar, social e contexto sócio histórico.
No município, o atendimento vem sendo oferecido há mais de cinco anos pelas psicopedagogas Iliane Roeder, Lilian Juraski da Luz e Andréia Cristina Fischer. A cada ano o atendimento é remodelado, pois os casos atendidos demandam um planejamento diferente para cada um. “Todo esse processo acompanha laudos, testes de aprendizado e conversas com os responsáveis. Às vezes, a causa dessa dificuldade pode estar lá nos primeiros anos de vida, quando começou a engatinhar, a falar e a comer sozinho”, conta Iliane Roeder.
Para diagnosticar a dificuldade dos alunos, as psicopedagogas analisam aspectos que vão desde a forma de aprender até a forma como eles se relacionam com as pessoas. “No orgânico, por exemplo, observamos os aspectos físicos. Já os cognitivos são os processos de memória, atenção e antecipação desse aluno”, explica Iliane Roeder. Ainda há a influência do emocional, como o estudante constrói o seu lado afetivo, e os aspectos pedagógicos, as formas como são ensinadas as disciplinas. “Ainda tem o aspecto social, que é analisado como é o dia a dia dessa criança. Por exemplo, como é o espaço de estudo em casa ou se os pais motivam o seu aprendizado”, complementa.
Para Lilian Juraski da Luz, o acompanhamento nas escolas atende uma perspectiva inclusiva. “Buscamos compreender e intervir nos diferentes modos de aprendizagem, considerando que todo aluno tem potencial para aprender. Ter essa aproximação com as crianças e jovens, com a família e com a comunidade escolar é muito importante para o aprendizado agora e ao longo dos anos”, ressalta. A inserção da psicopedagogia, através da produção de laudos de análise, ainda auxilia os estudantes na vida acadêmica. Com a comprovação do documento mostrando que o aluno possui, por exemplo, dificuldade de leitura ou escrita, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), dispõe de uma pessoa para acompanhar o aluno durante a prova.
Projetos realizados neste ano
Neste ano já foram realizados dois projetos nas unidades escolares. O projeto “Vida em Movimento: Resgate da autoestima e valorização pessoal” ocorreu em encontros mensais, no período da manhã e à tarde, com cerca de 150 adolescentes. Já com o projeto de intervenção clínica foi trabalhado com 55 crianças, realizando um atendimento fixo conforme a dificuldade dos alunos. Para que o atendimento seja realizado pontualmente são realizadas 10 sessões em quatro unidades escolares. Nas segundas-feiras, é feito na EMEB Professora Lucinda Maros Pscheidt e na Secretaria de Educação, na terça-feira acontecem na EMEB Prefeito Frederico Lampe e na EMEB Prefeito Henrique Liebl. Quinzenalmente, nas quartas-feiras, é realizado na EMEB Pioneiro Marcelino Stoeberl.
Nas quartas e quintas, no período da tarde, são realizados atendimentos nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e nas demais escolas. Nas quintas, período da manhã, as psicopedagogas participam da formação de professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Já nas sextas-feiras, o espaço é usado para estudos de casos e planejamento das atividades, mas, conforme a necessidade, também pode ser realizado atendimento nas unidades de ensino.
Alunos com altas habilidades
Os alunos com altas habilidades também são atendidos pelas psicopedagogas, já que é necessário desenvolver diferentes formas para que todos se sintam parte da sala de aula. “Cada um tem a sua forma de aprender, uns compreendem melhor pela fala e outros são melhores na escrita. Ao analisar de perto os casos conseguimos passar aos professores o que pode ser feito para ajudar essas crianças e adolescentes”, conta Lilian Juraski da Luz.
Demanda de atendimentos
A cada ano, as psicopedagogas planejam novas ações para que mais estudantes sejam atendidos. “Nosso trabalho é complexo e que demanda tempo, que varia de aluno para aluno, mas acreditamos que as crianças que estão sendo atendidas estão tendo a oportunidade de resgatar a autoestima e gerenciar suas dificuldades de aprendizagem, buscando outras alternativas”, ressalta Iliane Roeder.