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Desenvolvimento Econômico e Senai viabilizam Projeto de Brinquedos Inclusivos

Quarta, 17 de outubro de 2018

 

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 A dobradinha acessibilidade e recreação em breve será inserida no dia a dia dos jaraguaenses. Uma parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços e Turismo e a Faculdade Senai de Jaraguá do Sul está viabilizando os protótipos de balanço, gangorra e gira-gira para pessoas com necessidades especiais. A iniciativa, voltada aos adultos e crianças cadeirantes, foi idealizada pela servidora Cristiana de Souza, arquiteta e urbanista da Secretaria Municipal de Urbanismo. O Projeto “K” - Brinquedos Inclusivos surgiu em 2014, apresentado como trabalho de conclusão de curso (TCC) de Arquitetura e Urbanismo da Furb, sob orientação da professora arquiteta Daniela Sarmento. As primeiras peças do gira-gira começaram a ser fabricadas. O projeto teve o envolvimento dos alunos do 2º e 6º semestres do curso de Tecnólogo em Fabricação Mecânica do Senai, como base para outros projetos, e para desenvolvimento e execução. Segundo Cristiana, que é vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comped), o produto foi patenteado em 2018 e o próximo passo será buscar patrocínio para a fabricação dos brinquedos adaptados. A medida atende determinação da lei federal 13/443/17, de maio de 2017, que obriga parques públicos a fazerem adaptações nos brinquedos, de acordo com as normas do Instituto Nacional de Metrologia e Normas Técnicas (Inmetro). Inicialmente, o balanço e o gira-gira devem ser instalados no parquinho do complexo Sesi/Senai e, posteriormente, na sede do Parque de Inovação Jaraguá do Sul, localizado entre os bairros Rau e Três Rios do Sul. 
Acessibilidade e respeito
Cristiana, que nasceu sem a perna direita, hoje arquiteta e urbanista e pós-graduanda em Gestão Pública, conta que é apaixonada por Planejamento Urbano e Desenho Universal. “Jaraguá do Sul é considerada um grande polo industrial e, com todo o processo de urbanização e industrialização, nasce a necessidade de dotar a cidade de espaços adequados para atender as diferentes demandas sociais”, aponta Cristiana. Ressalta que o projeto “K” foi pensado para contribuir com a qualidade de vida das pessoas com deficiência, “para promoção da acessibilidade e também para mostrar que merecemos respeito, afinal de contas aceitar é uma escolha, respeitar é um dever”. Explica que a intenção é, além de proporcionar lazer às crianças que utilizam cadeira de rodas, possibilitar que pais cadeirantes levem seus filhos ao brinquedo, “promovendo a integração e socialização entre todos, inserindo ainda mais humanidade aos espaços públicos”. Segundo Cristiana, que sempre teve o apoio da família, seu pai Varildo foi um dos maiores incentivadores: “A falta de dinheiro não o impediu de tirar a ideia do papel, ele até fazia protótipos de palito de picolé e isopor”. A arquiteta revela que a elaboração do projeto foi motivada pela memória de uma criança com quem conviveu. Explica que a menina, já falecida, era cadeirante, não movimentava os membros superiores e inferiores, e não tinha mais como ser conduzida aos brinquedos convencionais do parquinho por causa do peso. “Escorriam lágrimas pelo rosto da Karina quando via as outras crianças se divertindo no parquinho, e essa imagem nunca esqueci”, recorda Cristiana, emocionada. “A ideia desse balanço é não precisar tirar a criança da cadeira de rodas e proporcionar a mesma sensação dos brinquedos convencionais”, esclarece.
Protótipo e fabricação
A mentora do projeto de brinquedos inclusivos, Cristiana Souza, conta que a parceria começou a partir de uma conversa sobre o projeto com o gerente de Desenvolvimento Econômico, Newton Gilberto Saloman, que somou 35 anos de Senai, como instrutor dos cursos de mecânica e diretor, cargo que ocupou por 18 anos até o desligamento, em 2013. Nascia ali a parceria entre o poder público e a instituição de ensino. Saloman esclarece que o Senai prevê trabalhos de cunho social, e que o projeto apresentado pela servidora Cristiana se encaixa nesse perfil: “O cadeirante terá acesso ao brinquedo, com os movimentos das mãos, ou com auxílio. Acredito que esse balanço terá uma grande aplicação em playgrounds e parques”.Para mobilizar ao projeto, Cristiana ministrou palestra no Dia do Desafio de Ideias do Senai, no início do ano letivo.
Projetos Integradores
A coordenadora pedagógica da Faculdade Senai, Rosimeri Likes, atesta que o projeto de Cristiana Souza vai de encontro à metodologia da instituição, “baseada em competências, relacionadas a aprender a aprende, a fazer e conviver e a ser”. Dentro dessa premissa estão incluídas a aproximação da formação ao mundo real, ao trabalho e às práticas sociais, assim como integração entre teoria e prática. Entre as competências que a metodologia contempla estão os seguintes princípios norteadores: aprendizagem mediada, interdisciplinaridade, contextualização, desenvolvimento de capacidades que sustentam as competências, aproximação com o mundo real, ao trabalho e às práticas sociais, integração da teoria com a prática, avaliação da aprendizagem (diagnóstica e formativa) e afetividade como condição para uma aprendizagem significativa.
Desafio aceito
O coordenador do curso de Tecnólogo em Fabricação Mecânica da Faculdade Senai, Mário Cleiton Stephani, conta que o desafio fornecido pela Prefeitura, em junho, foi muito bem-vindo: “Há algum tempo buscávamos um projeto de aplicação social. Em setembro concluímos o projeto e iniciamos a fabricação das peças do gira-gira”. A primeira parte fabricada do gira-gira foi a base de aço SAE 1.045. Entre novembro e dezembro está prevista a execução e conclusão das demais peças e a montagem final. A ideia é promover um evento interno para a entrega da peça, que deve ser inserida no parquinho de recreação do complexo Sesi/Senai. “O projeto mecânico, em 3D, será entregue à Secretaria de Desenvolvimento Econômico”, complementa. Ainda de acordo com o coordenador Stephani, a viabilidade econômica para a produção em série do gira-gira deve ocorrer em 2019.O professor Fernando Persike atesta que o desafio foi apresentado de maneira que os 17 acadêmicos se colocassem no lugar de quem usufruirá do brinquedo, a partir do conhecimento agregado: “O aluno já tem a condição e a capacidade para identificar o melhor processo, simulando o dia a dia de uma fábrica. Eles são instigados a buscarem as respostas”.



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