Na última sexta-feira, 28, a Prefeitura de Mafra através da Secretaria de Saúde, realizou o V Seminário de Prevenção ao Suicídio, evento que encerrou as atividades do “Setembro Amarelo”, mês internacionalmente dedicado às campanhas de conscientização e prevenção ao suicídio.
O público-alvo deste seminário foram médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, profissionais da área da saúde, outras áreas que compõem rede de cuidados, bem como estudantes. A programação tratou do luto e posvenção (suporte ao luto e a prevenção do suicídio aos enlutados), e contou com a palestra da Psicóloga Daniela Reis e Silva de Vitória/ Espírito Santo, doutoranda em Psicologia pela PUC-SP e membro fundadora da ABEPS - Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio.
A Secretária de Saúde, Jaqueline de Fátima Previatti Veiga informou que este é um evento da secretaria que foi premiado na 15ª Mostra “Brasil aqui tem SUS”, ocorrido no 34º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e 6º Congresso Norte e Nordeste, realizado este ano em Belém-PA. “Mafra tem levado muito a sério a prevenção do suicídio, nosso objetivo é entender mais sobre o tema, para que possamos ajudar cada vez mais aqueles que precisam, tendo em vista que a forma como os profissionais de saúde atendem as tentativas é fundamental para promover a melhora e recuperação”, concluiu.
Segundo a palestrante Daniela Reis e Silva, o Município de Mafra é reconhecido na ABEPS pela qualidade do serviço e atendimento prestado, nos serviços públicos de saúde. Daniela é especialista em luto e realiza estudos na área desde 2002, e em seus estudos identificou que famílias com um caso de suicídio têm mais chances de novos casos, tendo em vista que muitas vezes a família é julgada pelo ocorrido, e, em alguns casos, é freqüente o enlutado ter a intenção de se juntar a quem morreu. De acordo com Daniela “em aproximadamente 90% dos casos de suicídio há instalada doença mental, e também constatamos que não existe genética para o suicídio, apenas para transtornos psiquiátricos”.
Daniela enfatizou que “se conseguirmos evitar uma morte por suicídio, evitamos que no mínimo oitenta pessoas fiquem enlutadas. Focar na posvensão é a prevenção para a próxima década e a próxima geração”.
De acordo com Ariane Woehl, assistente social e uma das organizadoras do seminário “muitas vezes a intenção de suicídio não é tão explicita, por isso a importância de alertar a sociedade para os comportamentos de risco. Faz-se necessário destacar que alguns sinais só dão sentido após o ato exitoso. Por isso um dos nossos objetivos é exercitar escuta ativa, promovendo acolhimento cuidados, onde todos os setores públicos possam trabalhar de forma conjunta, minimizando os riscos. Precisamos ouvir as pessoas que apresentam sofrimento mental, seus familiares e desenvolver empatia, assegurando apoio e orientação do cuidado”, concluiu.
A Secretaria de Saúde realizou atividades de conscientização durante todo o mês de setembro além do V Seminário, houve participações no II Congresso Brasileiro de Prevenção ao Suicídio promovido pela ABEPS, e capacitação destinada aos Agentes Comunitários de Saúde – ACS, com o objetivo de prepará-los para identificar comportamentos de risco e sinais de alerta ao comportamento suicidário. Todas essas ações têm o objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo, e suas formas de prevenção.
Sinais de alerta
O que fazer?
Onde encontrar ajuda?
Existem diversas formas de se buscar ajuda, orientação, ou conselhos no caso de problemas relacionados ao suicídio. Família, amigos e colegas, igreja, trabalho e grupos de convivência são algumas opções.
A ajuda também pode ser encontrada na Unidade de Saúde mais próxima, no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), através do telefona (47) 3642-5298 ou no Centro de Valorização da Vida – CVV, o acesso pode ser feito pelo site: www.cvv.com.br ou pelo número 188, a ligação é gratuita para qualquer linha de telefone fixo ou móvel.
Falar sobre o suicídio não faz com que a pessoa decida se matar, mas dá a ela a oportunidade de conversar sobre o seu sofrimento e assim obter ajuda.