Na atividade, os alunos incorporaram as de funções de agricultor, comerciante e comprador
As crianças também são consumidoras e, como tal, precisam ser preparadas para lidar bem com o dinheiro. Na EMEBI Padre Claudio Longen, os alunos do 1º ano aprenderam sobre educação financeira com o plantio de hortaliças. O projeto ainda ensina sobre a importância em planejar, poupar e estabelecer compromissos. A iniciativa coordenada pela turma da professora Marli Stoeberl mobilizou as disciplinas de Ciências, Matemática, Língua Portuguesa, Iniciação aos Experimentos Científicos e Filosofia.
Segundo a professora, saber lidar com o dinheiro é indispensável para o bem estar de cada pessoa. A educação financeira possibilita ao cidadão o consumo com inteligência e sem exageros, ensinando a programar despesas e investir adequadamente independente da classe social. “Dessa forma, os alunos também estão exercitando o perfil de um empreendedor em que devem ficar atentos ao fluxo monetário do estabelecimento”, conta. Outro ganho ressaltado é o convívio familiar, as crianças se tornam mais conscientes sobre as despesas com bens materiais.
Para a realização da atividade, os alunos foram organizados para o preparo da terra, plantio das mudas, manutenção da horta, colheita e venda dos produtos entre os colegas da sala. Além de trabalhar essas funções, os estudantes ainda acompanharam pacientemente por três meses o crescimento das hortaliças. “Era muito evidente a expectativa deles em ver a plantinha crescer, eles checavam como elas estavam, se estavam precisando de água ou não”, lembra a professora. Por fim, os estudantes ainda tiveram que incorporar os personagens, como agricultores, comerciantes e consumidores para a venda dos alfaces colhidos.
Nos próximos dois anos, a educação financeira deve chegar às salas de aula de todo país. Com a homologação da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o assunto agora está entre os temas transversais que irão compor os currículos de redes e escolas. Apesar de ser destacado explicitamente apenas na área de matemática, a proposta é que estados e municípios possam abordar o consumo consciente e o planejamento financeiro em diferentes disciplinas.
A inclusão do tema na Base segue a tendência de estudos recentes da área, que apontam que quanto mais cedo a educação financeira é abordada, maiores são as chances dos estudantes adotarem hábitos de consumo consciente. De acordo com os resultados da Pesquisa Nacional de Educação Financeira nas Escolas, realizada pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), Abefin (Associação Brasileira dos Educadores Financeiros) e Instituto Axxus, 81% dos alunos que têm educação financeira gastam parte do que recebem e guardam outra a parte para realizar seus sonhos.