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Inteligência e criatividade na feira

Segunda, 23 de maio de 2011

A Móvel Brasil chega a mais uma edição exclusivamente focada no mercado nacional. Após passar por diversos estandes na Promosul, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) concedeu a presente entrevista ao Evolução. Praticamente no final do seu segundo mandato na presidência, Alcântaro Corrêa elogiou os produtos e o polo moveleiro do Planalto Norte, acreditando que futuramente o setor poderá novamente investir em exportação, "mas não como antes, concentrado em um, dois ou três países". O presidente também faz um breve balanço da sua atuação na entidade empresarial catarinense.

 

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"Esse nível de informação que temos através da internet faz com que a população mundial perceba certas coisas que não percebia antes. Com isso, quem tem um polo como esse, no norte do Estado, não vai ficar só no mercado interno" (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)
 

EVOLUÇÃO - Na abertura da oitava edição da Móvel Brasil, conversamos com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Alcântaro Corrêa, já no final do seu segundo mandato. Este evento vem comprovar a força da indústria catarinense, em especial a do polo moveleiro do Planalto Norte, presidente?

ALCÂNTARO CORRÊA - É o nosso lema, não é? "A força da indústria de Santa Catarina". Aqui estamos vendo muita coisa, muita inteligência, muita criatividade dos empreendedores, que estão desenvolvendo produtos diversos. Nessa rodada rápida que dei pela feira, percebi que a matéria-prima é basicamente a mesma, ou seja, a madeira - mas transformada de várias formas, trazendo conforto e bem-estar aos nossos olhos. Além disso, a própria distribuição neste ambiente está muito bem feita. Lembro quando estive aqui em 2007, quando colaboramos também: era bem diferente, menor, mais escassa. Mas é assim mesmo! Na primeira tudo começa, na segunda tudo se aprimora, na terceira vai ser melhor - como está sendo. Tenho certeza que em 2013 será muito maior e melhor, porque começa a se tornar conhecido no país e até para clientes estrangeiros. É uma maneira de promover um setor e os seus produtos. Foram cerca de cento e setenta convites direcionados. Isso é uma sutileza, uma estratégia comercial interessante, porque se convida o interessado, o futuro comprador, o cliente, o distribuidor. Ele vem aqui e não vai visitar apenas um fabricante - e sim diversos. Ele tem a oportunidade também de ir à fábrica. Acho uma maneira talentosa e inteligente de promover e desenvolver o comércio e os produtos aqui fabricados.

 

EVOLUÇÃO - A Móvel Brasil agora está fazendo jus ao seu nome, pois está totalmente voltada ao mercado nacional. Até então, tínhamos uma indústria basicamente exportadora, mas, com a chamada crise financeira internacional e com a valorização do Real - ou a desvalorização do Dólar -, o polo moveleiro local teve que se adequar a essa nova realidade. O resultado está aí. É um sinal de que a criatividade realmente faz diferença?

ALCÂNTARO CORRÊA - Faz! E para haver criatividade, tem que ter pessoas! Essas pessoas têm que ser preparadas, têm que ser treinadas - desde a pessoa mais humilde dentro da empresa até o presidente. Quer dizer, todos têm que se adequar, estudar, se preparar. O conjunto todo, depois, dará o tom e a harmonia, proporcionando a criatividade para se desenvolver produtos. Isso não vai ficar assim, entretanto. O mercado nacional é grande - e a feira está sendo voltada ao mercado nacional. Daqui a pouco, porém, aparecem interessados em outros países. A madeira não existe à vontade em qualquer parte do mundo. São poucos países que têm disponibilidade. Estive correndo pelo mundo, vendo feiras - inclusive de móveis. Por exemplo: estive em uma grande feira em Taiwan, na cidade de Taipei, e havia apenas um produtor de móveis de madeira. Os demais eram móveis com vidro, com plástico, com metal, ou seja, era uma miscelânea, porque eles não têm madeira. Conversei com um expositor que era o único que fabricava móveis - que, a meu ver, eram muito grosseiros e brutamontes. Sabe para onde ele exportava? Para o Canadá e para os Estados Unidos. Ele tinha um faturamento anual de dois bilhões de Dólares! Olha o tamanho dessa empresa! As pessoas, em qualquer lugar aonde a gente vá, gostam da madeira, gostam de sentir a madeira, apalpá-la, porque não é um produto frio, e sim agradável ao contato humano.

 

EVOLUÇÃO - Além da beleza natural da madeira.

ALCÂNTARO CORRÊA - Os móveis são produtos que acompanham a vida, que estão conosco. Por muitos anos, muitos móveis fazem uma família, uma segunda, uma terceira família. São produtos cada vez mais apreciados. Esse nível de informação que temos através da internet faz com que a população mundial perceba certas coisas que não percebia antes. Com isso, quem tem um polo como esse, no norte do Estado, não vai ficar só no mercado interno. Amanhã esse polo vai voltar (ao mercado externo), mas não como antes, concentrado em um, dois ou três países.

 

EVOLUÇÃO - A madeira, evidentemente, é um símbolo da indústria moveleira. Melhor se tiver o Selo Biomóvel, que reflete a aplicação da sustentabilidade, com resultados que estamos vendo na prática.

ALCÂNTARO CORRÊA - Isso aí vai ser uma condição sine qua non de existir. Caso contrário, se o interessado saber que essa região não produz assim, ele nem vem para cá. Sabendo, tendo informações, ele vai receber isso muito bem.

 

EVOLUÇÃO - Tivemos o prazer de publicar uma foto sua andando de bicicleta. O que foi aquilo, presidente?

ALCÂNTARO CORRÊA - Foi um momento em que demonstramos um prêmio aos diretores da Fiesc, no Natal. Então havia uma bicicleta guardada - e eu estava falando sobre ela. De repente alguém disse: "Então demonstre, ande!". Eu peguei e saí pedalando. Isso é coisa que não se esquece, porque a gente aprende desde criança.

 

EVOLUÇÃO - Mas foi um momento também de apresentar um programa de apoio ao uso da bicicleta, certo?

ALCÂNTARO CORRÊA - Exatamente - no sentido de os empresários proporcionarem aos seus empregados a utilização da bicicleta, que é mais econômica, mais saudável e proporciona contato com a natureza.

 

EVOLUÇÃO - E acaba refletindo na própria produtividade do trabalhador e da empresa...

ALCÂNTARO CORRÊA - Mas totalmente! A pessoa estará mais ativa, mais cuidadosa. Enfim, aquilo foi um "toque", para que todos procedam dessa forma, quem sabe até comprando e presenteando seu funcionário.

 

EVOLUÇÃO - Para encerrarmos, presidente: o senhor está deixando o comando da Fiesc depois de seis anos. O senhor pode fazer um balanço a respeito desse período? O que valeu a pena no comando da federação?

ALCÂNTARO CORRÊA - Não gosto de falar sobre o passado e dizer "Eu fiz". Foi um grupo de pessoas! Eu estava como maestro dessa orquestra. Fizemos muitas coisas. Mudamos muitos conceitos. Houve uma transformação. Houve um aumento de credibilidade da nossa instituição, porque focamos e atingimos a nossa base. Qual é a base da Fiesc? São os sindicatos patronais filiados a ela. Isso não se fazia no passado. Veja o exemplo desta feira. No passado não existia essa coisa de doar recursos. Foi um período interessante, porque aprendi muito. Conheci muitas pessoas talentosas, com muita estima, com muito respeito. Infelizmente algumas pessoas não cooptaram com o meu estilo, com a minha forma, mas isso é problema deles - e não meu. Felizmente, foram poucos. É bom, aliás, que haja alguém criticando, porque, caso contrário, fica sem graça.

 

EVOLUÇÃO - E isso vale para todas as áreas!

ALCÂNTARO CORRÊA - Lógico. Foi um período que achei muito legal, pelo aprendizado, pela linha que está sendo deixada e continuada. Houve um empenho total, em tempo integral, para que pudéssemos realmente elevar o nome e a credibilidade da instituição, não só em Santa Catarina, mas no Brasil e no exterior.

 

EVOLUÇÃO - Ok. Acabamos de conversar com o presidente da Fiesc, Alcântaro Corrêa, bastante solícito com a nossa Reportagem. Obrigado pela entrevista!

ALCÂNTARO CORRÊA - À disposição sempre que precisar.



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