Coletivos Rainha se pronuncia sobre o aumento da passagem de ônibus em São Bento do Sul

Foi publicado o decreto municipal no Diário Oficial que reajusta a tarifa do transporte coletivo de São Bento do Sul.

A partir de 12 de fevereiro, o valor passa de R$ 4,00 para R$ 4,40.

O reajuste da tarifa do transporte público é imprescindível para a manutenção do serviço e ainda assegurar melhorias no atendimento oferecido à população. O impacto de determinados insumos pesou significativamente no aumento de custos ao longo do ano passado. O percentual autorizado é inferior por exemplo ao aumento de combustíveis no período, que alcançou 16%, sendo sozinho responsável por quase 30% dos gastos da empresa.

         A redução do número de passageiros também interfere muito no valor da tarifa. Quanto menos passageiros, menos pessoas para dividir o custo do sistema. Em 2017, em relação ao ano anterior, houve uma queda de 6,9% no número de usuários. Em relação a 2014, antes do agravamento da crise econômica, somente em 2017 houve uma perda de 648 mil passes comercializados. Atualmente são transportadas, em média, 315 mil pessoas por mês. Mas 27% dos passageiros, que significam aproximadamente 85 mil pessoas, têm direito a desconto na tarifa ou isenção total.

         Segundo o diretor de operações da Coletivos Rainha, São Bento do Sul possui um sistema de transporte superdimensionado. “Temos uma quantidade de linhas muito superior à média de outras cidades brasileiras, além de oferecer o transporte integrado com quatro terminais para troca de ônibus com a mesma passagem”, destaca Flávio Lima. A integração do transporte é uma exigência para municípios com mais de 100 mil habitantes, mas em São Bento do Sul esse sistema já funciona há 20 anos.

         Com 82,8 mil habitantes, São Bento do Sul possui 51 linhas de ônibus. Os 60 ônibus da frota percorrem mensalmente mais de 271 mil quilômetros. O número de linhas chega ao expressivo número de 6,16 por 10 mil habitantes. Em Curitiba, considerada referência em transporte coletivo, a média é de 1,52. O número de linhas daqui é exatamente igual ao de Jaraguá do Sul, que possui 170 mil habitantes. Em Joinville a média de linhas é de 3,25, enquanto em Rio Negrinho é de 2,86 a cada 10 mil habitantes.

BAIXA OCUPAÇÃO DOS ÔNIBUS

         A Coletivos Rainha aguarda com ansiedade os dados do plano de mobilidade, que está sendo desenvolvido pela municipalidade. As informações iniciais mostram uma enorme improdutividade do sistema. Enquanto a média brasileira de passageiros por quilômetro está em 1,53 passageiro, em São Bento do Sul o índice é de praticamente 1 passageiro por quilômetro.

         “Considerando que temos um número insuficiente de passageiros, grande número de linhas e sistema integrado, a situação está distante de parâmetros razoáveis de sustentabilidade”, avalia Flávio Lima. Segundo os primeiros levantamentos do plano de mobilidade, a baixa ocupação dos ônibus é um dos aspectos mais preocupantes.

         Da análise feita em 323 viagens de ônibus nos principais pontos de embarque da cidade, em diversos horários, foi revelado que 89,2% das linhas estavam com baixa ocupação, 10,5% com média ocupação e somente 0,3% com elevada ocupação. “Os números comprovam a ociosidade do sistema, que compromete a sua manutenção e o seu desenvolvimento. É preciso uma revisão urgente para assegurar o futuro do transporte coletivo em São Bento do Sul”, sugere o diretor de operações da Coletivos Rainha.

INVESTIMENTOS PERMANENTES

         Apesar dos momentos de crise e do novo processo de licitação de concessão do transporte urbano, a Coletivos Rainha mantém os investimentos na renovação dos ônibus. No final do ano passado, 12 veículos foram incorporados à frota. Em apenas dois anos, já são 19 ônibus adquiridos pela empresa. Foram investidos R$ 2,5 milhões, com recursos captados no mercado.

         Criada por empreendedores de São Bento do Sul, a Coletivos Rainha já possui 55 anos de atuação. Atualmente atende todo o município e ainda alguns trajetos intermunicipais. São 140 funcionários que trabalham diretamente com o transporte público. Em sua história, a empresa implantou importantes mudanças no segmento, como a instalação de terminais nos bairros, o sistema integrado de transporte e ônibus exclusivo ao atendimento de cadeirantes.