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Verão começa com movimento maior para 53% dos donos de bares e restaurantes em SC

Sábado, 06 de janeiro de 2018

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Foto: Marco Favero / Diário Catarinense
 

Vindos de uma temporada de 2016 para 2017 com muita expectativa e pouco resultado, os donos de bares e restaurantes do litoral catarinense agora voltam a se animar com as vendas nesta virada de ano. É o que aparece na primeira etapa da pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de Santa Catarina, que consultou empresários de 117 estabelecimentos impactados pelo turismo no Estado, obtida com exclusividade pelo Diário Catarinense. Além de maior movimento, os proprietários percebem um maior gasto médio dos turistas com alimentação e bebidas fora de casa. 

Se na pesquisa do último verão o movimento foi melhor somente para 6,2% dos entrevistados, neste ano 53% dos donos de bares e restaurantes já dizem notar maior fluxo de visitantes na semana após o Réveillon. Ainda que de forma mais tímida, os consumidores também desembolsaram mais pelas refeições na avaliação de 36% do segmento consultado, que no ano anterior eram apenas 10%. Por esse motivo, o presidente da Abrasel em SC, Raphael Dabdab, acredita que a recuperação em relação ao último ano será gradual.

— A perda de poder aquisitivo do consumidor foi real e a recomposição do poder de compra vai ser lenta. Além disso, a própria crise faz com que as pessoas passem a pesquisar e ser mais criteriosas com os gastos, principalmente aqueles com lazer. Vamos ter uma retomada, mas acredito que não será como antes — analisa o representante da entidade, que lança nesta semana o aplicativo gratuito Portal Gastronômico Abrasel SC com uma lista de estabelecimentos catarinenses mais próximos dos viajantes. 

Já na visão do presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares, e Similares de Santa Catarina, Estanislau Bresolin, o cenário positivo apontado pela pesquisa é justificado exatamente pelo maior gasto dos visitantes com comida e bebida. Para ele, a motivação com os gastos vem da percepção do público, em especial de uma nacionalidade específica, a respeito da manutenção dos valores dos cardápios de um ano para o outro. 

— O fator preponderante é o aumento do tíquete-médio, já que as pessoas estão com um pouco mais de poder aquisitivo: pedindo mais pratos e dividindo menos as porções, por exemplo. Os preços se mantiveram e isso, inclusive, a gente ouviu muito dos argentinos. Para eles, a inflação aumentou. Aqui, está estabilizada, o que nos permitiu fazer poucos ajustes — garante.

O sindicalista acrescenta que a taxa de ocupação de hotéis e pousadas na Grande Florianópolis também subiu entre o Natal e o Ano-novo: 94,59% (no ano passado o percentual foi de 89,03%). A expectativa de melhora contínua até o final da temporada, quando devem chegar 1,5 milhão de hermanos, conforme projeção da Santa Catarina Turismo (Santur), é positiva para 68,1% dos proprietários de bares e restaurantes litorâneos. Até lá, a Abrasel deve divulgar a segunda etapa do levantamento. Segundo Dabdab, além da situação econômica do país, o clima quente e seco dos últimos dias, a campanha de divulgação do Ministério do Turismo O Sul É Meu Destino e os feriados prolongados propiciaram esse quadro. Em Florianópolis, tal perspectiva foi de 55,8%, enquanto no litoral Norte ficou em 86,7%.

O revés da pesquisa frente ao mesmo período do ano passado foi o trânsito e a segurança _ 66,7% e 33,3% dos consultados disseram que esses quesitos apresentaram piora, respectivamente. No litoral Norte, os percentuais foram menores: 60% e 13,3%.

Operação aumentada

A perspectiva positiva traduziu-se em investimento para uma parcela dos proprietários de bares e restaurantes do Estado, como o Amalfi Ristorante, em Florianópolis. Depois de um ano com as portas abertas, a casa especializada em frutos do mar adquiriu outro ponto em frente ao restaurante para passar a oferecer um café e um empório com produtos próprios, além de espaço para crianças e animais de estimação dos visitantes. O gerente do estabelecimento, Fábio Henrique Land, explica a decisão.

— Faltou espaço no restaurante, então decidimos ampliar para atender melhor o nosso cliente e também para poder oferecer uma experiência completa. A decisão foi tomada em cima do resultado do primeiro ano e da expectativa para este, que já é melhor que o anterior — salienta. 

Para o líder do grupo de pesquisa em gestão do turismo do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Tiago Savi Mondo, esse posicionamento do empresariado é respaldado por uma mudança de comportamento do turista de massa. No raciocínio do professor, se há duas décadas os turistas de temporada que vinham ao Estado para passar o verão cozinhavam na casa ou no apartamento que alugavam, agora eles permitem-se maior investimento em gastronomia. 

— Essa era uma época em que a economia do turismo não era forte, não se tinha consumo de equipamentos turísticos. Mas hoje o setor de alimentos e bebidas está inserido na cadeia produtiva do turismo. Santa Catarina vem conseguindo atender bem à demanda em oferta e qualidade — avalia. 

Mondo, que também atuou no levantamento da Abrasel, participou de outra pesquisa no ano passado, quando foram avaliados os comentários de turistas em bares e restaurantes no TripAdvisor (site de recomendação de viajantes). Como resultado, Florianópolis teve nota média equiparada às demais capitais do país, exceto São Paulo, que se sobressai nesse cenário. 

 FLORIANÓPOLIS, SC, BRASIL - 04/01/2018Pesquisa da Abrasel sobre movimentação nos bares e restaurantes. Na foto, Amalfi Ristorante no bairro Santo Antonio de LisboaRestaurante de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, ampliou as operações com café, espaço pet e kids, além de empórioFoto: Marco Favero / Diário Catarinense

Cadeia produtiva do turismo

Outro investimento comum desse segmento nesta época do ano consiste na contratação de mão de obra. Dos entrevistados pela Abrasel, 74,3% têm novos empregados temporários, o que se traduz em sete vagas por estabelecimento. Somente na Grande Florianópolis, foram gerados 14 mil postos de trabalho nas contas de Dabdab, que acredita que a alimentação fora de casa responda por 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da capital e 5% do Estado. 

Tudo isso, na visão do presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav) em SC, Eduardo Loch, incrementa a arrecadação do turismo catarinense, que também pode ser revertida em investimentos aos moradores. Ele defende que o poder público continue investindo com mais vigor na divulgação dos destinos para impulsionar as transações feitas tanto por operadoras de turismo, quanto por ferramentas mais recentes tais como o Airbnb, que foca no aluguel de hospedagem por temporada. 

— As cidades ainda precisam ver de forma diferente a atividade turística. Enxergar que não está trazendo renda só ao hoteleiro, ao agente de viagem, mas também a quem aluga a propriedade e ao município como um todo, que deve retornar a renda ao cidadão em educação, saúde e segurança. Um bom exemplo nesse sentido é Portugal, que investiu em registros históricos de pontos turísticos, em  pacotes de passeio das praias do Algarve à Serra da Estrela e em campos de golfe, por exemplo, e agora vive uma boa fase econômica, além de ter ganhado o prêmio máximo do turismo [Word Travel Awards] — comenta. 

Clicrbs



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