Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Padre Antônio Taliari

padretaliarigmail.com

Padre Antônio Taliari

Jornalista (DRT 3847/SC)

Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR


Veja mais colunas de Padre Antônio Taliari

Dom 31 de dezembro de 2017 Domingo da Sagrada Família

Domingo, 31 de dezembro de 2017

 Clique para ampliar
 


MENSAGEM DO EVANGELHO

        Neste, Domingo da Sagrada Família, o Evangelho de Lucas
2,22-40, vemos que o menino Jesus é apresentado no Templo de Jerusalém
onde os pais oferecem um sacrifício para o resgate. É a oferta dos
pobres. Surge um ancião, o velho Simeão, pleno do Espírito Santo, que
toma o menino em seus braços e, com seu cântico, bendiz a Deus. É a
alegria e satisfação de quem esperou, confiou e viu as promessas se
realizaram antes de sua morte. O justo vive pela fé e pode descansar
em paz. Entre as pessoas simples e piedosas que se aproximara para ver
o menino, está Ana. Ela profetizou sobre o futuro de Jesus. Depois
Jesus retornará para Nazaré, onde crescerá silenciosamente em
sabedoria e graça. A Encarnação não é somente no ventre de Maria, mas
na vida, na comunidade, em toda a Criação. A apresentação do
recém-nascido no Templo de Jerusalém não era obrigatória, mas podia
ser feita. Lucas inicia se Evangelho no Templo em Jerusalém e é no
Templo que o mesmo se conclui. A partir de Lucas 9,51, todo o
Evangelho converge para Jerusalém, pois é lá que se cumprirão os
acontecimentos pascais e é de onde partirá a missão cristã. Segundo a
Leia, ao dar a luz, a mãe tornava-se impura ritualmente. Isto
acontecia pelo fato de derramar sangue durante o parto. O sangue é a
vida e deveria ser oferecido um sacrifício de reparação. Este ritual
devia ser cumprido 40 dias depois do nascimento do filho. O
primogênito pertencia a Deus e devia ser resgatado, segundo a Lei. O
fundamento desta prática vem da libertação do povo do Egito, quando
Deus poupou os primogênitos dos hebreus. Ao resgatar o filho, o pai
diz: “Eu te resgato porque também eu fui resgatado”. A presença do
primogênito no Templo de Jerusalém não era necessária. Jesus está lá
porque foi trazido pelos seus pais, mas para fazer com que tudo o
relato gire ao redor da sua presença. Segundo o sistema ritual, havia
vários tipos de ofertas para os holocaustos e sacrifícios. Os animais
podiam ser grandes ou pequenos, dependendo da condição do ofertante. A
oferta para o primogênito consistia num cordeiro. Para que todos
pudessem cumprir os preceitos, aos pobres era concedida a prerrogativa
de oferecer um casal de pombas. A ausência do cordeiro no texto de
Lucas confirma que Jesus nasceu num ambiente pobre, escolheu nossa
fraqueza e se humilho para nos salvar: esperava-se a presença de um
sacerdote no Templo de Jerusalém para receber a oferta e conceder a
bênção, mas quem aparece é um personagem novo: Simeão, um home justo,
o qual exerce a função de sacerdote e profeta. Simeão é movido pelo
Espírito Santo. Na sua idade avançada, devia ‘ver’ a morte chegando,
mas ele ‘ve’ a salvação se realizando. Toma o menino nos braços e
bendiz com seu cântico. José e Maria apresentaram Jesus no Templo de
Jerusalém; Simeão o apresentou ao povo de Deus. Mais breve que o
‘Magnificat’ e o ‘Benedictus’, o cântico de Simeão é uma ação de
graças e uma voz de esperança pelo cumprimento das promessas da parte
de Deus e das expectativas de Israel. Enquanto os antepassados
esperaram pelo Messias. Simeão o viu com os seus olhos. O Messias veio
da história do povo de Israel, mas será para todos, bem como a
salvação que Ele traz. Israel tem a prioridade, com a missão de abria
a sua fé a todas as nações, cumprindo as professias de Isaías. Há um
sinal de contradição. Jesus, veio trazer a paz, será sinal de divisão;
ele que veio trazer a salvação, provocará a ruína de muitos; portador
da alegria, se fará humilhar. Isso se dará porque as pessoas deverão
escolher se estarão a seu favor ou contra; sua mensagem do Reino de
Deus será acolhida pelos pequenos e será rejeitada pelos escribas e
fariseus; os pecadores e excluídos querem ouvir suas palavras e as
autoridades murmuraram contra Ele. A Palavra de Deus muitas vezes é
comparada a uma espada cortante. Maria sofrerá o martírio no coração
ao ver que seu filho será condenado à morte de cruz. As palavras de
Simeão se transformam em profecia do mistério pascal. Assim como no
nascimento, aqui já está presente o mistério da Paixão. Lucas iniciou
com uma dupla: Zacarias e Isabel; depois Maria e José. A terceira
dupla é o velho Simeão e a profetiza Ana. Junto com os anteriores, ela
representa os pobres e piedosos que esperavam a redenção de Israel e a
vinda do Messias. Ana é chamada de profetiza. Junto com Simeão, formam
as duas testemunhas para um reconhecimento autêntico. Ana viveu casada
sete anos. Está com 84 anos, que é a multiplicação de 7x12. Números da
perfeição e da escolha, indicando que Ana viveu toda uma vida dedicada
a Deus. Ela tem todas as condições de ser testemunha. Lucas é o
evangelista que mais cita as viúvas: Jesus recorre a figura da viúva
de Sarepta a quem foi enviado o profeta Elias; Ele ressuscita o filho
único da viúva de Naim; conta a parábola da viúva que importuna o juiz
iníquo clamando por justiça; é a viúva indigente que está ofertando
duas moedinhas. Na obra de Lucas, encontramos ainda outras menções de
“viúvas” em Lucas 20,28.30; 20,47 e Atos dos Apóstolos 6,1; 9,39.41.
Junto com o órfão e o estrangeiro, a viúva forma o tripé que a Lei e
os Profetas defendem e protegem. Deus é o “Pai dos órfãos e o protetor
das viúvas” e denuncia os ímpios que massacram o povo e “matam a viúva
e o estrangeiro e assassinam os órfãos”. A Carta de Tiago recorda que
religião pura diante de Deus Pai é aquela que “socorre os órfãos e as
viúvas nas suas aflixões”. A atitude de Ana representa a missão do
povo de Deus. Quando o povo saiu do Egito devia “servir” a Deus. O
povo devia se apresentar diante de Deus para celebrar, mostrando a
santidade e a justiça. Na Assembleia de Siquém o povo proclama: “nós
serviremos o Senhor”; os cantos do Servo Sofredor do II Isaías
identificavam Israel como o servo do Senhor. Ana vivia no Templo de
Jerusalém servindo a Deus dia e noite, sinal da sua fidelidade à
Aliança. Ela canta a alegria, louva a Deus e fala bem do menino. No
capítulo 2 de Lucas, Jesus é chamado nove vezes de “menino”, o mesmo
número de vezes de Mateus 2. Nosso Deus se torna humano, um menino,
para que ninguém tenha medo. Assume nossa condição humana, nossa
fragilidade, demostrando sua humildade e correndo todos os riscos.
Lucas quer mostrar como estas pessoas piedosas são aquelas que
realmente cumprem a Lei do Senhor, na sua piedade popular e simples.
Muito diferente será a atitude dos fariseus e doutores da Lei. Quem
vive servindo a Deus cumpre a Lei e não aqueles que se julgam os
melhores por conhecerem todas as leis e mandamentos, mas que não o
praticam. A Sagrada Família retorna à cidade onde aconteceu o anúncio
do anjo a Maria. Nazaré significa ‘broto novo’ pequena cidade no
Norte, com aproximadamente 150 pessoas. Jesus retorna a Nazaré, onde
cumprirá a sua preparação silenciosa em família, em comunidade, junto
com seu povo. Jesus cresce como o grão de mostarda e como a Palavra.
Jesus crescerá em sabedoria, que é conhecimento da Lei e dos desígnus
do Senhor e em graça, que é a bondade e a benção de Deus. A Encarnação
continua na vida oculta da pequena comunidade de Nazaré. O exemplo do
velho Simeão e da profetiza Ana, pessoas justas e que esperaram contra
toda esperança, convida-nos a perseverar na fé, a sermos justos. Somos
levados a tomar o menino nos braços e apresentá-lo ao mundo como a boa
notícia de Deus. Não devemos ter vergonha da pobreza de Jesus, que se
fez pobre e humilde para nos salvar. Jesus primeiro se encarnou no
seio de uma jovem e se encarna silenciosamente no seio da comunidade,
na qual vai crescendo em sabedoria e graça. Em meio as turbulências do
mundo, somos convidados a participar de nossas comunidades e ali
servir e silenciosamente dar nosso testemunho. Seja fiel, ofereça o
Dízimo!



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2024 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA