Cerca de 100 mil pessoas circularam pela Expocentro e abraçaram o evento
Os últimos 11 dias foram vibrantes no Expocentro Edmundo Doubrawa com a 14ª Feira do Livro de Joinville. A inovação desta edição, ao trazer o tema “Artes, Literatura e Tecnologia”, abriu um leque diversificado na programação, reunindo autores regionais e nacionais, espetáculos culturais, concursos, seminário, oficinas, vendas de livros, sessões de autógrafos, contações de histórias, exibições de filmes, encontros e bate-papos com convidados muito especiais.
“A Feira deste ano foi um grande desafio, uma enorme responsabilidade de trazer a cidade para os livros. Estamos felizes porque a população atendeu o nosso convite e veio participar. Touxemos grandes nomes da literatura que dialogaram e interagiram com escritores locais e seus leitores. O nome Joinville está fortalecido e encerramos com sentimento de dever cumprido. Gratidão a todos que colaboraram para o sucesso deste evento” afirma Sueli Brandão, organizadora da Feira do Livro.
Crianças de todas as idades voltaram os olhos para as mais de dez contações de histórias que envolveram toda a família. As escolas também marcaram presença: foram mais de 50, reunindo aproximadamente 14 mil alunos, que participaram também dos encontros com os autores. Estas participações vieram também Araquari, São Francisco do Sul, Barra Velha, São João do Itaperiú, Itapoá e Itajaí.
Estudantes de sete escolas municipais tiveram a oportunidade de apresentar alguns espetáculos no palco - e também corredores, como as fanfarras. Os professores também tiveram atenção especial, destacando nesta edição o Seminário Catarinense de Educadores e Mediadores da Leitura, que ocorreu de 11 a 14 de junho, promovendo a reflexão e discussão sobre a experiência prática no aproveitamento da leitura. Nesta edição, os organizadores da Feira do Livro propuseram uma programação de 20 horas de oficinas e palestras com nomes de referência, como Maria Antonieta, Sueli Cagneti, Leo Fraiman, painéis com Luiz Brás, Rosana Rios e Raphael Montes.
A participação do público também foi importante no Concurso Leitores de Joinville, Concurso Contadores de História e espaço dedicado à produção literária independente. A Feira também promoveu encontros entre escritores e leitores nas 40 sessões de autógrafos ao longo da programação.
Quadrinistas e amantes do HQ tiveram um dia inteiro de eventos e bate-papos voltado para o tema. Falando em diversão, além dos livros e brinquedos educativos expostos nos estandes, o espaço infantil criado para momentos de brincadeiras com a criançada chamou tanta a atenção que alguns pais voltaram a pedido dos pequenos.
FOTO: Sueli Brandão inovou nesta edição da Feira do Livro unido literatura, arte e tecnologia.
Crédito: Mauro Artur Schliek
As atrações
Para falar de suas trajetórias como leitores e escritores, uma seleção de convidados enobreceu os encontros na Feira do Livro. Na sexta-feira o tema “Literatura sobre negros e indígenas” com Cristino Wapichana e Conceição Evaristo levantou questões importantes sobre povos brasileiros e discriminação. No sábado pela manhã uma fila de 250 adolescentes já se formou para a sessão de autógrafo com Paula Pimenta. Miriam Leitão, que conversou sobre a economia em tempos de crise, também mostrou seus trabalhos em literatura infanto-juvenil, assim como Lázaro Ramos, que atraiu fãs de todas as idades com o pré-lançamento de “Na minha pele”. No mundo da moda, a blogueira Cris Guerra mostrou em sua palestra que a moda também pode ser intuitiva e defendeu o empoderamento no estilo de cada um. O dramaturgo Walcyr Carrasco, que tem mais de 50 livros publicados, trouxe humor no bate-papo “O livro que transforma”. Nas mídias digitais, as blogueiras Pam Gonçalves e Melina Souza conversaram sobre leitura e criação no mundo virtual.
FOTO: Lázaro Ramos recebeu o público na terça-feira (13) e esbanjou simpatia.
Crédito: Mauro Artur Schliek
Game Jam
Lembrando do homenageado desta edição, o desafio Game Jam - onde desenvolvedores se encontram para criar jogos de forma colaborativa - foi dedicado ao Monteiro Lobato. Desde o dia 10, quando foi lançado, os desafiados aliaram a literatura à tecnologia, trazendo de forma divertida ao público as histórias do escritor. Os vencedores, conhecidos no sábado, desenvolveram o jogo "Pedrinho do Sítio vs Cuquinhas de Ferro". A equipe foi formada por Vinicius Menezes, Adriano Rodrigues, John Lennon da Silva e Daniel Garcia.
FOTO: John L. Esser da Silva ao lado dos professores Paulo Santana e Edicársia Pillon, da Unisociesc.
Crédito: Mauro Artur Schliek
Os expositores
Além oferecer aos leitores várias opções em gêneros, formatos, cores e textura, a Feira também movimenta o comércio literário. Terezinha de Lorenzi, gerente da Livraria La Fontaine, teve que repor o estoque às pressas durante a feira, graças ao aumento do público escolar. “Os livros que mais vendemos foram os infantis. Estamos aqui há seis edições e esta é a melhor em vendas e público que presenciamos”, conta Terezinha, que comenta também o interesse maior de professores em adquirir livros para Associação de Pais e Professores.
Para a Livraria e editora Paulinas, a importância da Feira dá-se também pelos contatos e a vinda de seus escritores, fortalecendo o vínculo com o seu público, que é formado por educadores. “Nós trabalhamos com literatura, que não é de consumo imediato. Há algum tempo identificamos que a procura pelo nosso acervo é maior por professores e profissionais ligados à área educacional e o Seminário ajudou a nos aproximar deste mercado”, relata Fátima Maria Cerbaro.
Foram 32 estandes, que se reinventaram para atrair o público, seja com personagens que estão em alta com a criançada ou até fantasia, como o Mago da Livraria A Página. Mas, nem só de livros é movida a feira. Presente desde a 12ª edição, Douglas Bozato, da livraria itinerante Educaliv, acredita que outras artes podem se aliar à literatura e transformar o momento da interação com letras uma diversão encantada para as crianças. “Fui moldando a apresentação dos nossos materiais pedagógicos às necessidades do público. Resolvemos então trabalhar apenas com opções que valorizassem esse momento nas famílias e escolas. Foi tão assertivo que a procura aumentou em 80% em relação ao ano anterior”, declara Douglas satisfeito. O resultado foi positivo e todos já estão escalados para a próxima edição em junho de 2018.