São Bento do Sul - A Tuper, empresa do ramo metalúrgico, uma das mais importantes de Santa Catarina e que já contou em seus quadros com mais de 2.500 colaboradores, enfrentou no ano passado uma turbulência que culminou com várias demissões e para sanar dívidas com fornecedores cedeu para a Arcelor Mittal - maior produtora de aço do mundo - 40% de suas ações ordinárias com direito a voto. Na época a transação foi considerada como salvadora e que levaria novamente a empresa a liderança de mercado e estabilização de suas atividades.
Não foi isto que aconteceu. Nesta semana voltaram as demissões. Cerca de 60 colaboradores da área de produção tiveram seus contratos de trabalho rescindidos e os pagamentos parcelados. Em contra partida a empresa assegura aos demitidos e dependentes, 6 meses de atendimento atraves do plano de saúde da Unimed.
O que diz o Sindicato
diretor do SINTIMESC Valdir Provesi Por telefone nossa reportagem entrou em contato com o SINTIMESC - Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Material Elétrico e Informática de Santa Catarina, com sede em Florianópolis, ocasião em que fomos atendidos pelo diretor Valdir, que se mostrou surpreso com a notícia das demissões e informou que faria contato com a Empresa e em seguida formularia denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
Contradições
Fomos informados por um dos demitidos que a advogada Sandra Jelinski, com quem tentamos contato sem resultado, é a representante do Sindicato em São Bento do Sul e que a mesma estava homologando os acordos em nome da entidade. Ligamos novamente para o senhor Valdir em Florianópolis que não se encontrava mais na sede do Sindicato e o funcionário que nos atendeu disse não saber de nada.
Empresa se manifestou
Para a assessoria de imprensa da Tuper enviamos o e-mail abaixo e cuja resposta segue:
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13:44 (Há 3 horas)
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Boa tarde. Tomei conhecimento de novas demissões pela Tuper em torno de 80 funcionários. Conversei com o Sindicato em Florianópolis, cujo diretor Valdir disse que faria contato com a Empresa e estaria formulando denúncia ao Ministério Público e do Trabalho.
Também fui informado por funcionário demitido que a Empresa está parcelando as rescisões e que o clima entre os remanescentes é de intranquilidade devido a instabilidade na produção e inclusive falta de matéria prima que a acionista Arcelor tem restringido o fornecimento por atraso nos pagamentos.
Gostaria de obter informações da Empresa a respeito do assunto.
Agradecendo pela atenção
cordialmente
Pedro Skiba
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16:26 (Há 25 minutos)
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Prezado Pedro Skiba, boa tarde. Segue abaixo retorno a respeito da sua solicitação.
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“Estamos em fase de adequação da empresa. Naturalmente não é nossa vontade fazer cortes de pessoal, uma vez que todos nossos colaboradores são pessoas preparadas, que poderão - assim que as coisas se normalizarem - ser convidadas a fazer parte novamente do quadro de funcionários. Esperamos que no curto prazo o mercado se normalize.”
Frank Bollmann - Presidente & CEO
Tuper S/A
Situação é preocupante
O ano de 2017 começou com muita preocupação para a economia são-bentense e também para os trabalhadores. No início do mês a Rudnick tradicional indústria moveleira reduziu seu quadro de colaboradores próximo a 200 demissões o que causou grande impacto na classe trabalhadora. A Tuper que já reduziu seu efetivo em mais de 1.000 colaboradores, assusta com novas demissões. Entre seus colaboradores a preocupação maior é que novos cortes sejam efetuados o que demonstra que a situação de instabilidade permanece. Comentam inclusive que a nova sócia diante do não pagamento de fornecimentos tem efetuado bloqueios em novos suprimentos de matéria prima, causando picos de paralisações na produção e consequentemente o atraso na entrega de alguns pedidos.
Manifestação
Ouvimos também manifestações de colaboradores demitidos que disseram estar tristes com a situação da empresa, mas por outro lado conscientes que a medida é preventiva e que com uma reversão da situação econômica poderão novamento serem recontratados.
Para Ministro crise já acabou
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (21) que a recessão no Brasil já terminou. Entretanto, o país ainda sente as consequências geradas pela crise econômica que, segundo ele, é a “maior da história”.
“O Brasil hoje já está crescendo. Isso é muito importante porque todos nós passamos por um momento muito difícil quando o Brasil enfrentou a maior recessão de sua história. Mas a mensagem aqui importante é que essa recessão já terminou. Vivemos ainda as consequências dela em muitos aspectos. Ela foi longa, difícil, dura, gerou esse número de desempregados, mas o Brasil já começou a crescer”, disse Meirelles.