A Justiça decretou, nesta quinta-feira (2), a prisão temporária por 30 dias do presidente da Câmara de Vereadores Piên, na Região Metropolitana de Curitiba. Leonides Maahs (PR) é suspeito de envolvimento da morte do prefeito eleito de Piên, Loir Dreveck (PMDB).
O crime foi em dezembro de 2016. O prefeito eleito foi baleado por um motociclista enquanto viajava com a família para Santa Catarina. O político chegou a ser internado, mas morreu três dias depois.
O despacho da prisão temporária foi assinado pelo juiz da cidade de Rio Negro, no sul do Paraná, Rodrigo Morillos. Maahs foi preso em flagrante na terça-feira (31), durante uma operação Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
Inicialmente, os policiais iriam cumprir o mandado de condução coercitiva contra o presidente da Câmara, mas ele acabou sendo autuado em flagrante por posse ilegal de munição e material para recarga de munição de arma de fogo.
Na terça-feira, o ex-prefeito de Piên Gilberto Dranka (PSD) foi preso, também suspeito de participação no homicídio. Ele foi encontrado pelos policiais escondido no forro de casa.
O motoqueiro suspeito de ter atirado em Loir também já está preso em Curitiba. Amilton Padilha estava em uma cadeia de Santa Catarina, preso por roubo, mas foi transferido para o Paraná.
Outra pessoa que foi detida na terça-feira é o dono de uma oficina mecânica. Orvandir Pedrini é considerado o responsável por contratar o motoqueiro.
Mandantes
Segundo a polícia, Orvandir afirmou em depoimento que o crime foi encomendado não só pelo ex-prefeito, mas também por Leonides.
A princípio, Leonides tinha um mandado de condução coercitiva contra ele, tendo apenas que prestar depoimento. Entretanto, acabou preso em flagrante por porte ilegal de munição.
Com a declaração de Orvandir, um novo pedido de prisão por suspeita de envolvimento no assassinato precisou ser feito. De acordo com a polícia, como pagamento pelo crime, o motoqueiro ficou com um carro e R$ 10 mil.
Já Orvandir tinha a promessa de contratos com a Prefeitura de Piên. Para a polícia, foram desavenças políticas que motivaram o crime.
O Secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Wagner Mesquita, informou ainda que outra pessoa, parecida com o prefeito Loir Drêvek, pode ter sido morta antes dele a mando do grupo, por engano.
À época do crime, o então prefeito Gilberto divlugou uma nota lamentando a morte.
"É uma grande perda para nosso município, toda a cidade está desolada e torcemos para que logo descubram quem foi o autor desta barbárie, minhas condolências à toda a família", disse ele.
O G1 tenta contato com as defesas de Amilton, Orvandir e Leonides. O advogado do ex-prefeito Gilberto Dranka, Claudinei Szymczak, nega as acusações e diz que o cliente vai provar a inocência.
O crime
O crime ocorreu enquanto Loir viajava para Santa Catarina, pela PR-420, no dia 14 de dezembro. Ele estava em um carro da prefeitura, com a família, quando foi surpreendido pelo motociclista, que disparou contra ele.
O prefeito foi atingido na cabeça e encaminhado em estado grave ao Hospital e Maternidade Sagrada Família, em São Bento do Sul.
Depois, foi transferido para o Hospital São José, de Jaraguá do Sul, no mesmo estado, onde permaneceu internado até a morte.
À época, o delegado responsável pelo caso, Sérgio Luiz Alves, já tinha descartado a possibilidade de assalto. "O motociclista que efetuou os disparos não fez qualquer anúncio de roubo, apenas atirou e fugiu", declarou.
http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2017/02/justica-decreta-prisao-de-presidente-da-camara-de-vereadores-de-pien.html