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Conheça catarinenses que abrem espaço à diversidade na internet

Youtubers e blogueiras catarinenses que não se encaixam em padrões de beleza, sexualidade, cor e físico reforçam a importância da representatividade

Domingo, 15 de janeiro de 2017

 

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A principal mensagem de Mariana Torquato é a de aceitaçãoLeo Munhoz / Agencia RBS
 

Há cerca de quatro meses, Mariana Torquato, 24, criticava no Youtube a revista Vogue, que estampava na capa atores capacitados fisicamente para repercutir as Paralimpíadas. Depois de outros 19 vídeos publicados semanalmente, a estudante e servidora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que nasceu com má formação no braço esquerdo segue abordando em todas as produções audiovisuais um mesmo conceito: representatividade. 

Esse é só mais um exemplo de catarinenses que democratizam na internet a voz das minorias — pessoas com deficiência, gordas, negras, lésbicas, gays, travestis e transexuais (LGBT).

A ideia é desconstruir o preconceito em torno daqueles que não se encaixam em padrões de beleza, sexualidade, cor e físico ditados pela mídia, conforme resume a porta-voz do canal Vai uma mãozinha aí?, que já ultrapassou os 20 mil inscritos. 

— A representatividade é importantíssima para pessoas com deficiência porque todos os dias os nossos direitos são negligenciados pelo governo e pela sociedade em geral. E, para representar, você tem que estar vivendo a causa. As situações pelas quais a gente passa existem e elas ser ditas para a sociedade — defende. 

O engajamento por meio do discurso de aceitação é comprovado pela audiência crescente: número de visualizações, compartilhamentos e, principalmente, comentários.

"Sou cadeirante e sempre me senti do jeito que você se sentia quando criança, mas quando conheci seu canal, me senti muito melhor", escreveu Giovana Gentile no vídeo em que Mariana conta com naturalidade como nasceu assim. Outros conteúdos que chamam a atenção do público são os que mostram o dia a dia, como aquele em que ela toca violão e faz penteados.

 

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Visibilidade lésbica é a bandeira de Louie Ponto, de Florianópolis Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS

 Também movida por esse tipo de interação, Louie Ponto, 25, criou em 2008 o canal que leva o seu nome. Inicialmente previsto para divulgar músicas autorais, mais recentemente o espaço no Youtube vem sendo dominado por vídeos que garantem a visibilidade lésbica a partir da própria experiência da mestranda em Literatura. Em relação ao público LGBT, ela aposta no acolhimento que não teve enquanto jovem que descobria a própria sexualidade. 

— Achei interessante falar de alguns temas que já tiveram menos, mas ainda têm pouca representatividade na internet, como o lesbianismo, o feminismo e o vegetarianismo. Esse tipo de vídeo me deixa mais realizada porque vejo que estou fazendo um trabalho importante, que tem papel político e ainda ajuda algumas pessoas que hoje encontram abrigo — garante Louie, que tem mais de 110 mil inscritos no canal onde seus vídeos já foram visualizados 2,5 milhões de vezes.

INTERNET GARANTE ESPAÇO

Especialista em mídias digitais, Aline Melo acredita que as minorias têm ganhado voz nos últimos tempos devido ao que chama de "poder inclusivo da internet". Nesse sentido, os discursos tendem amplificar-se e não ficam mais restritos aos públicos contemplados por esse tipo de conteúdo. 

— O marketing para minorias é um sinal da evolução da sociedade inclusiva. Algumas marcas já saíram na frente, e até do lugar comum, assinando campanhas que abraçam causas sociais como a feminista, LGBT, entre outras, com o objetivo de se destacar, de se apropriar de algum desses discursos e se aproximar do seu público por meio da identificação — exemplifica. 

Andressa Mafra, que é diretora administrativa da Dia Estúdio, única agência credenciada ao Youtube em Santa Catarina que gerencia 35 canais de todo o Brasil, comprova o potencial desse tipo de mensagem entre os vloggers (quem mantém um blog de vídeos). 

— Na internet, tudo é muito mais pessoal. As pessoas que assistem podem entrar em contato com quem produz esse conteúdo, conseguem tirar dúvidas, compartilhar experiências próprias e ter um relacionamento mesmo, porque as taxas de retenção são muito altas, principalmente se os autores repercutem temas atuais com agilidade.

 

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Ana Lopes, blogueira do mundo plus size, defende a liberdade do corpo das mulheres gordas Foto: Ana Lopes / Divulgação
 

Pela linguagem escrita em vez da falada é que a lageana Ana Lopes comunica-se com seu público desde 2014. Quando aceitou-se gorda e passou a vestir o que queria, a garota, que tem avô alfaiate e mãe costureira, criou o Blog da Lopes para mostrar às garotas que estão acima do peso que elas podem usar a moda a seu favor. 

— Sempre foi muito difícil encontrar roupas legais e fashionistas nesse segmento. Sentia a necessidade de trocar esse tipo de informação. E foi aí que comecei a receber mensagens de minhas leitoras pedindo ajuda para aceitar o próprio corpo e então começaram as trocas. Também aprendo muito com as minhas leitoras, que são de vários biotipos, não só plus size, todos os dias — explica Ana, e acrescenta que ainda tem muito o que lutar pela liberdade do corpo. 

Para dar conta de assuntos relacionados às mulheres negras, realidade pouco abordada em outros sites, as blogueiras de Criciúma Dainara Idalino dos Passos, Daniele Idalino dos Passos e Miriele Machado mantém o Vou de Preta. Os assuntos vão de beleza, passam pela moda e chegam a comportamento, sempre conectados ao universo feminino e negro.

— O que estamos vivendo hoje, de vermos todos os tipos de beleza na sociedade, mesmo que sejam em mídias alternativas, reforça o empoderamento feminino, trazendo mais auto-estima e confiança. Quando nos vemos representadas, passamos a existir para a sociedade, é como se as pessoas nos enxergassem além do que somos — explica Miriele.

 

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Transição capilar é um dos assuntos abordados pelo trio de blogueiras negras do Sul de SC Foto: Vou de Preta / Divulgação
 

CANAIS PARA FICAR DE OLHO

Os cinco youtubers abaixo também têm se destacado com vídeos publicados semanalmente sobre questões relativas às minorias no Brasil. Confira: 

Puta Canal: Dan Bonfim aborda o universo gay sob a perspectiva de um homem jovem. Na descrição, ele diz que prostitui ideias e ideais. 

LubaTV: Lucas Rossi Feuerschütte, mais conhecido como Luba, é um catarinense de Tubarão. O youtuber tem 26 anos e produz conteúdo desde 2010 na plataforma. No canal LubaTV, Lucas conquistou a turma, como carinhosamente chama os fãs, com vídeos de desafio, vlogs e esquetes de seus personagens. O conteúdo vai desde temas mais sérios até o puro humor.

Canal das Bee: O Canal das Bee é referência quando se trata de diversidade e discussão de gênero no YouTube Brasil. A equipe traz para debate importantes pautas sobre questões sociais, com vídeos descontraídos e didáticos. O Canal das Bee é formado por seis integrantes de São Paulo.  

Joana Castanheira: Joana Castanheira é de Florianópolis e tem 20 anos. Além de ser cantora, a youtuber participa de uma companhia de teatro e cursa faculdade de Jornalismo. Ela produz vídeos semanais, variando entre covers e vlogs _ em um deles, ele fala sobre orgulho LGBT. A youtuber interpreta canções da MPB, lançamentos nacionais e internacionais e também compartilha um pouco de sua vida vegana com os fãs.

Afros e afins: Mulher negra e feminista Nátaly Nery fala sobre brechós, costura e moda. O objetivo é incentivar a autonomia de quem assiste, aprendendo a garimpar, achar as melhores opções de consumo de moda, discutindo questões importantes sobre o lugar das pessoas negras no mundo. 

http://m.horadesantacatarina.com.br/noticias/todas/a9325323



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