Com o freio de mão puxado, o setor automotivo encerrou 2016 com queda de 19,47% nas vendas de veículos novos em Santa Catarina na comparação com o ano anterior. O tombo foi menor do que o registado em 2015, quando a retração calculada pela Fenabrave-SC foi de 29,06%, mas coloca o mercado catarinense nos mesmos patamares de 10 anos atrás.
– O endividamento das famílias e a restrição das instituições de crédito para liberar o financiamento impactaram os negócios do setor. O mês de dezembro sinalizou uma recuperação, mas não o suficiente para reverter o resultado – avalia Nelson Fuchter Filho, diretor regional da Fenabrave-SC na Grande Florianópolis.
No Brasil, apesar do resultado negativo no ano inteiro, as montadoras conseguiram emplacar em dezembro o segundo mês consecutivo com produção superior a 200 mil unidades e o segundo crescimento seguido em relação a igual mês do ano anterior. No ano, foram 2 milhões a menos de veículos vendidos em 2016 em relação a 2015, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o que representou uma queda de 20%.
Usados têm cenário estável
Apesar dos números ruins para a venda de carros zero, o mercado de usados teve um leve crescimento de 0,21% no país. É nesse mercado que alguns empresários catarinenses apostam para faturar. Apesar do cenário pouco animador, o empresário Luiz Carlos Telles e outros quatro sócios investiram em um shopping para venda de veículos. O foco do Automotivo Shopping é em seminovos, para os quais Luiz aposta em uma recuperação mais rápida:
– O consumo vem caindo no país desde 2015. Nessa época, alguns benefícios do governo federal com isenções para carros novos foram retirados, então a diferença de preço para os usados ficou muito grande. Também há uma expectativa de a taxa de juros Selic seja menor nos próximos meses, isso deve ajudar o comércio. Acredito que em 2017 vamos sair da crise.
O presidente do núcleo das concessionárias da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (Aemflo), Leandro Nienkotter, acredita que a recuperação deve chegar ainda este ano. Entre os fatores que colaboram para essa retomada está a previsão das montadoras para novos lançamentos e uma estabilidade maior no país, tanto do ponto de vista político quanto econômico.
– Algumas empresas já decidiram, ainda em dezembro, fazer investimentos para renovação de frota. Esse é um sinal de otimismo com os negócios. Eu acredito que possamos crescer de 5% a 10% ainda este ano – afirma Nienkotter.
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