Em 2017, a UniSociesc vai ampliar o número de cursos de graduação em Joinville, Florianópolis, Blumenau e Balneário Camboriú. Passará dos atuais 55 cursos presenciais para 114 – 59 deles com pedido encaminhado ao Ministério da Educação. Os investimentos nesta direção somam R$ 15 milhões. A instituição de ensino superior também vai expandir sua atuação para outros municípios catarinenses, do Rio Grande do Sul e do Paraná. Em Santa Catarina, o planejamento prevê presença nas dez maiores cidades. De agora em diante, o foco são lugares mais distantes do litoral. As informações são do presidente do Grupo Ânima, Daniel Castanho, que concedeu entrevista exclusiva à coluna Livre Mercado. A seguir, os principais trechos da conversa.
A Ânima adquiriu a UniSociesc há vários meses. O que mudou e quais são os planos para 2017?
Daniel Castanho – A UniSociesc é uma instituição com origem na Escola Técnica Tupy. Nasceu com qualidade alta de seus cursos, valor agregado para os alunos, e próxima das necessidades das empresas de Joinville. Desde o começo, com governança corporativa e gestão profissional. Evoluiu, ampliando atividades e mantendo essas características.
O que a Ânima traz de novo?
Castanho – Trazemos a possibilidade de maior expansão da UniSociesc, do que havia antes. Temos capacidade de investimento, conhecimento em várias outras áreas do ensino. Queremos tornar a UniSociesc uma universidade completa. E cada vez mais forte no laço social e comunitário e foco nas discussões dos problemas da sociedade. Entendemos que não existe sociedade sem universidade pensante. Universidade é ambiente de diversidade.
Qual é o maior desafio?
Castanho – A grande pergunta é como a tecnologia vai ampliar a capacidade de aprendizado e como pode melhorar a relação entre professor e aluno. Temos área dedicada à inovação. E temos parceria com empresa que produz em 3D, em Ohio, nos Estados Unidos, com laboratório de realidade virtual e simuladores.
O curriculum, em geral, é engessado e pouco atualizado no conjunto das universidades...
Castanho – O curriculum deve ser flexível e o curso customizado para cada aluno. Quando o aluno entra, fazemos um plano de potencialidades dele. E, então, o curso deve mirar na diversidade e na identidade. A diversidade de conteúdos para ele entender o mundo. O fator identidade é para ele ser protagonista de sua história. Os espaços de aprendizado, na UniSociesc, já são para além das salas de aula. O campus do Boa Vista, em Joinville, é um campus maker. Laboratórios de engenharia são os melhores do Brasil.
Como foi 2016?
Castanho – 2016 foi um ano de desafios. A situação no Brasil é complexa. Mesmo assim, para nós foi um ano de realizações. Na UniSociesc o modelo dos cursos foi unificado, com software integrado. O banco de dados da Ânima opera com informações de 100 mil alunos. Este é o momento de olharmos para dentro e verificarmos o que pode ser melhorado. Em dez meses de integração, mudamos o jeito da UniSociesc se mostrar. Era muito acanhada para falar de si mesma.
Que impacto tem a crise para os negócios?
Castanho – A crise está sendo muito boa para o País porque a sociedade está mais madura. A produtividade era muito baixa.
Os estudantes procuram que tipo de cursos ou universidades?
Castanho – Os brasileiros estão à procura de melhores escolhas e cursos mais aprofundados. Buscam-se, hoje, cursos que agreguem valor e instituições de ensino de qualidade reconhecidas pelo mercado.
Quando conversamos há meses, no dia da assinatura do contrato de compra e venda da UniSociesc, o senhor falou em crescimento do centro universitário. Quais são os planos?
Castanho – Até 2015, a UniSociesc tinha 55 cursos na rede: em Joinville, Blumenau e Florianópolis. Em Joinville eram 24 cursos até o final de 2015. Abrimos dois novos cursos em 2016 – biomedicina e enfermagem –, entrando na área da saúde. No vestibular de 2017 lançamos mais 14 cursos e outros dois aguardam por aprovação do MEC: psicologia e odontologia. Também oferecemos o curso de medicina veterinária, o primeiro da cidade. Outros cursos inéditos na cidade são
cinema e estética.
E em outras cidades?
Castanho – Em Balneário Camboriú temos dois cursos e pediremos mais 15 até 2017. Dois deles já foram autorizados (gastronomia e engenharia de Produção). Em Blumenau, além dos 11 cursos atuais, queremos mais 13 cursos até 2017. E para Florianópolis há quatro cursos, um novo (arquitetura) foi autorizado e temos pedido para outros 12. No total, passaremos de 55 para 114 cursos presenciais (59 pedidos) na rede.
E os investimentos para isso tudo?
Castanho – Estão previstos investimentos na construção de laboratórios e contratação de professores e coordenadores. Os investimentos totais para os novos cursos somam R$ 15 milhões.
Haverá expansão para outras cidade catarinenses?
Castanho – Temos oportunidades de crescimento em Joinville e em outras cidades de Santa Catarina. Olhamos para as dez principais cidades do Estado. Estaremos lá! Já estamos bem na região do litoral. Vamos, sim, entrar em outras regiões. E também queremos estar em municípios do Rio Grande do Sul e do Paraná.
Claudio Loetz
http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/noticia/2016/12/loetz-unisociesc-revela-planos-de-expansao-em-santa-catarina-8614392.html