Na rua do Gramal, no Campeche, um ônibus tentou desviar do poste caído e acabou ficando preso nesta manhã
Foto: Felipe Carneiro / Agência RBS / Agência RBS
O prefeito Cesar Souza Junior se reuniu com secretários e Defesa Civil na manhã desta segunda-feira para fazer balanço dos estragos provocados pelo vendaval em Florianópolis. Foram avaliadas ações envolvendo serviços como fornecimento de energia elétrica, saúde e educação.
Sobre a normalização da energia elétrica, a Celesc informou que está com 45 equipes nas ruas. Outras 10 foram acionadas de Blumenau para reforçar os trabalhos. A previsão é de que 95% do serviço seja retomado até o fim do dia.
Equipes dos Bombeiros, Floram e Comcap ajudam no corte de árvores e recolhimento dos destroços. Levantamento indica que ao menos 182 árvores foram derrubadas pelo vento, sendo que 92 já foram removidas.
O agente da Defesa Civil, Luiz Eduardo Machado, informou que os registros indicaram que hou 161 mm de chuva em 18 horas. As regiões mais afetadas foram o Sul da Ilha e a Lagoa da Conceição.
Sobre moradias danificadas, cerca de 5,4 mil metros de lonas foram distribuídos para atender casas destelhadas. Os Bombeiros informaram ainda que enfrentam dificuldades para atender a demanda, mas que entre 7 e 10 dias o serviço deve ser normalizado.
Saúde
Segundo o secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Daniel Moutinho, 12 unidades de saúde foram afetadas na Capital, sendo 50% das unidades no Sul da Ilha. Até por volta das 11h ele ainda não havia conseguido contato com a unidade da Costa da Lagoa e da Caeira da Barra do Sul.
O balanço na manhã desta segunda indica que 13 unidades de saúde seguem se luz, sendo nove no Sul da Ilha. Além disso, cinco unidades estão sem água. A secretaria optou por recolher vacinas em alguns pontos para evitar que elas estraguem.
Unidades abertas
Conforme Moutinho, a UPA Sul está funcionando normalmente. O local sofreu alguns danos nos forros e chegou a ficar sem luz, mas o gerador funcionou e a unidade retomou o serviço. A UPA Norte também teve prejuízos estruturais nos forros e alguns vidros quebrados, mas segue aberta.
Já a unidade de saúde do Campeche foi destelhada. A empresa que faz a manutenção não está conseguindo atender a demanda.
Uma estimativa inicial indica prejuízo na casa dos R$ 150 mil.
Educação
A secretaria de Educação de Florianópolis informou que das 134 unidades da Capital, 34 foram atingidas e tiveram estragadas de grande e médio porte. O caso mais grave é na E.D. Retiro da Lagoa, em que houve destelhamento geral e grande destruição. Uma árvore caiu sobre a unidade da Costa da Lagoa, quebrando telhas e ainda não foi removida. No total, são 13 unidades de educação infantil e ensino fundamental sem atendimento, principalmente na região do Sul da Ilha e Leste, e duas com atendimento parcial.
O secretário de Educação, Rodolfo Pinto da Luz, destacou a urgência no restabelecimento da energia, principalmente nas creches, onde são armazenados os alimentos da merenda.
Defesa Civil
Uma das principais preocupações da Defesa Civil é com a liberação de recursos. O órgão solicitou que os setores façam o quanto antes o levantamento sobre os prejuízos para que tenham acesso a recursos do Estado e da União.
O representante da Defesa Civil Estadual e o da Defesa Civil Municipal, Luiz Eduardo Machado, explicaram que existe um prazo de até dez dias para a comprovação dos prejuízos, tantos públicos como privados, para que o órgão possa preencher os documentos e as pessoas tenham acesso a liberação ao fundo de garantia (FGTS).
O Prefeito Cesar Souza Junior, explicou que o trâmite depende de aprovação de órgãos estaduais e federais.
— Para isso precisamos do reconhecimento do Estado. Não é um processo fácil e dependemos da comprovação dos prejuízos econômicos e estruturais, conforme a legislação federal — explicou.
A Defesa Civil explicou que os prejuízos econômicos públicos devem ultrapassar os 2,77% da receita líquida anual do município, o que equivale a cerca de R$ 40 milhões. Já os prejuízos econômicos privados devem ultrapassar 8,33% da receita corrente líquida do município, cerca de R$ 125 milhões. O prefeito acredita que deve chegar ao número:
— Com certeza vamos nos aproximar disso, além dos danos materiais, tem todo o prejuízo com o comércio fechado — disse.
Em conjunto com a Assistência Social, a Defesa Civil informou que nenhum morador requisitou abrigo. Quem precisou sair de casa em razão dos estragos acabou buscando ajuda de amigos e parentes.
Em razão dos prejuízos com a ventania, o prefeito Cesar Junior decretou situação de emergência em Florianópolis. As rajadas de vento entre a noite de sábado e a manhã de domingo superaram os 100km/h.
Infraestrutura e Obras
O secretário Rafael Hahne explicou que estão tendo dificuldades em tapar os buracos nas ruas emergencialmente pois o fornecedor de asfalto também foi prejudicado e continua sem luz. A usina própria da Prefeitura foi atingida por uma árvore e e está sem energia.
No final da reunião, Cesar Souza Junior informou que irá na tarde desta segunda visitar as regiões mais atingidas e um nova reunião foi marcada para a próxima sexta-feira, às 10h, no gabinete do prefeito.