Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
M E N S A G E M
de Amor, Esperança e Fé
Neste, 2º Domingo do Tempo do Advento, o Evangelho de Mateus 3,1-12, insere a aparição de João Batista logo após narrar o nascimento e infância de Jesus e seu retorno do Egito. Ambos os fatos são momentos de cumprimento das promessas messiânicas, que se realizam em múltiplas dimensões. Com isso, une a história do povo de Israel e evidencia o tempo especial que todos vivem, tempo de concretização da esperança e realização das promessas divinas. Provavelmente resgata Mateus 2,1, referindo-se ao nascimento de Jesus. Esta expressão era usada no Antigo Testamento para anunciar um intervento divino, especialmente em vista do fim dos tempos. É a figura que une o Antigo e o Novo Testamento.
Em Malaquias, o último dos profetas, diz-se que Elias, o maior dos profetas para o povo judeu, voltará, o que era esperado por todos os judeus e posteriormente, Jesus relaciona sua figura com João Batista. Os rabinos ensinavam que Elias está voltando toda vez que nasce um novo Profeta. Mateus está preocupado com o que João Batista diz, mais do que com sua função de batizador, inserindo-o como um elo que resgata a pregação dos profetas, mas que anuncia o cumprimento dos desígnos divinos. É um umbral, uma porta pela qual entra na história um novo tempo, tempo de salvação. Assim como o povo foi lançado ao deserto depois do Êxodo, iniciando um caminho redentor, agora a nova história é construída a partir do deserto, lugar de perdão e onde Deus fala ao coração do homem. Trata-se de uma mudança no homem, a ‘metanoia’, que geralmente implica um caminho de arrependimento e conversão. É um processo interior que deve se expressar nas ações.
Diferente de outros evangelistas, Mateus não usa ‘Reino de Deus’, provavelmente escolhendo uma variante para substituir o nome por excelência. Mateus resgata o profeta Isaías em tempos de esperança no exílio. Uma grande comparação para mostrar como João Batista é uma ponte na história, mas que não pode ser confundido com o Messias: sua função é gritar a esperança que logo se manifesta em intervenção divina! João Batista prepara o caminho; Jesus é o Caminho. O cinturão de couro e a cobertura feita com pelos era a mesma vestimenta de Elias e de outros profetas. Vestir-se e comer de maneira diferentes mostram que Deus os havia separado para uma missão que os ligava intimamente a Ele e separava-os dos demais. À sombra da perseguição do Messias por Herodes, do qual José e Maria haviam sido vítimas, exilando-se longe de Jerusalém, João Batista une todos os povos na esperança de se encontrar com o que havia sido prometido. O deseja do povo encontra a força de Deus. O anuncio do Reino dos Céus mostra que a justiça de Deus está chegando. Esta era o coração da pregação profética, representada no “Dia do Senhor”, que é mostrada como realidade iminente. Não há como dizer que se cumprem as regras e tudo está bom se não há conversão interior.
A salvação não é conquistada pelo legalismo, pelo poder dos saduceus, está reservada para os que mostram uma vida nova! João Batista é modelo de anúncio, porque o que quer é mostrar a mensagem que anuncia e não a si. Sabe de seus limites e dos limites de sua missão. Ele deixa claro que o Messias está chegando, que os tempos se cumprem. Ele trará uma mudança no mundo purificando-o com o fogo e infundindo nele o amor, com seu Espírito Santo.
No final do Evangelho, Mateus volta a falar do mesmo tema, que é central: ninguém pode escapar do julgamento do Filho, Ele é capaz de transformar todas as coisas! Para os que nele creem, neste momento será de aliança e pertença a Deus. No tempo do Advento nós refletimos sobre esta passagem como um sopro de esperança diante das injustiças. Ninguém pode escapar da justiça divina, que não vem para condena, mas para transformar o mundo desde dentro. A partir de sua ação transformadora, todos os homens são convidados a fazer o bem e deixarem que sua vida de conversão frutifique em bonitas obras de amor.
A esperança ganha sentido e vida em João Batista, que não anuncia mais um futuro longínquo, mas permite que todos saibam que Deus sempre cumpre suas promessas e que o tempo de Deus está próximo!
05/12/16 – Seg: Is 35,1-10 – Sl 84 – Lc 5,17-26
06/12/16 – Ter: Is 40,1-11 – Sl 95 – Mt 8,12-14
07/12/16 – Qua: Is 40,25-31 – Sl 102 – Mt 11,28-30
08/12/16 – Qui: Gn 3,9-15.20 – Sl 97 – Lc 1,26-38 – Ef 1,3-6.11-12
09/12/16 – Sex: Is 48,17-19 – Sl 1 – Mt 11,16-19
10/12/16 – Sáb: Eclo 48,1-4.9-11 – Sl 79 – Mt 17,10-13
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