Nesta quinta-feira (1º de dezembro) é o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. A data, criada pela Organização Mundial de Saúde em 1987, alerta para a prevenção da contaminação do vírus HIV, mas também quer desmistificar tabus e incentivar pessoas sexualmente ativas a realizarem os exames que detectam a infecção do vírus logo no início.
Em São Bento do Sul, para isso, existe o Programa DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, que atende com uma equipe de profissionais no Centro de Vigilância à Saúde. São médico, psicólogo e enfermeiras à disposição do paciente.
Segundo a diretora do Centro de Vigilância à Saúde, Luciane Scatolon, o primeiro passo é a pessoa procurar a Unidade de Saúde para fazer o teste rápido. Caso o resultado der positivo, a pessoa é encaminhada para o CVS, onde passa por uma triagem que consiste em consulta médica e outros exames confirmatórios. “Somente o médico dá o resultado ao paciente”, diz Luciane.
O tratamento é iniciado de imediato. “Casos com gestantes são acompanhados até o nascimento da criança, com visita ao hospital e todo o acompanhamento na cesária”, explica a diretora.
Casos – Pelo cadastro do Programa DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais de São Bento do Sul, em 2016, são 212 pessoas em tratamento. “Esse número equivale a pessoas de São Bento e Rio Negrinho (que também recebem tratamento no município)”, explica a técnica em enfermagem do Programa, Solange Nardelli Pchbilski, que completa: “Esse número é somente de casos que temos conhecimento, que recebem tratamento, mas acreditamos que é muito maior, por isso a importância da prevenção”.
Desses 212 casos registrados (48 casos em Rio Negrinho e 164 em São Bento), 192 casos foram através de transmissão sexual, 9 por transmissão vertical (a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto), um por acidente de trabalho e 10 por compartilhamento de seringas. Os números também apontam que 139 pessoas são empregadas, 46 desempregadas, 17 aposentados, 4 encostados pelo INSS e 5 estudantes. “Temos ainda 43 pessoas que abandonaram o tratamento e 105 pessoas que foram transferidas”, comenta a diretora.
“A maioria encontra-se na faixa etária dos 30 aos 45 anos, mas tem crescido o número em pessoas mais velhas. Toda pessoa infectada no município têm direito a tratamento e recebe medicação gratuita”, destaca Solange.
A equipe do Programa DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais de São Bento do Sul é composta pela técnica em enfermagem, Solange Nardelli Pchbilski, a farmacêutica, Carin Luciane Denk Tschoke, a enfermeira, Cristiane Aparecida Jantsch Sestren, e o médico Rodinei Jose Garcia.
Conscientização – A equipe do CVS atua, durante todo o ano, em diversas frentes com campanhas educativas, palestra em empresas e escolas, e também com a intensificação dos testes rápidos, que são oferecidos em todas as Unidades de Saúde do município. “Acreditamos que esse trabalho não deve ser feito somente no dia, mas é uma constante. É importante que as pessoas se conscientizem da importância do uso do preservativo e pedimos aos pais que orientem seus filhos a usar camisinha. Todas as unidades disponibilizam gratuitamente o preservativo”, enaltece a diretora do CVS.
Nesta quinta-feira (1º), as Unidades de Saúde estarão realizando o teste rápido de HIV e Hepatite. “Mas não é somente nesse dia. Pode agendar o exame ao longo de todo o ano”, completa Luciane.
Sífilis – Outra preocupação da equipe está nos casos de Sífilis. Até junho deste ano, foram registrados 36 novos casos. A maioria sendo com homens. São 52 casos masculinos e 16 gestantes. “Isso demonstra que as pessoas não estão se prevenindo e que é necessária essa preocupação”, finaliza a diretora.
Viviane de Vargas Miranda