"A Havan é minha, é sua, é do Brasil".
É com esta frase que Luciano Hang, presidente da Havan, abre um comercial de TV que começa a ser veiculado nesta quarta-feira em todo o país. O empresário está investindo R$ 8 milhões numa campanha que, segundo o material de imprensa apresentado na amanhã desta segunda-feira a jornalistas de todo o Estado, vai "estabelecer a verdade sobre a origem da empresa". No vídeo, o executivo também entra no clima de Natal e apresenta ofertas de fim de ano da rede de lojas.
De homem de negócios avesso a entrevistas, Hang se tornará o principal garoto-propaganda da marca. Nas peças - além de TV, elas serão veiculadas em rádio, jornais e nas redes sociais -, vai desmentir boatos de que a Havan é de "coreanos, chineses e americanos" ou que pertença a filhos de políticos - a empresa já foi apontada como sendo dos filhos de Lula e Dilma Rousseff. Um teaser da campanha circula pela internet desde a semana passada e vai ao ar na noite desta segunda-feira durante o intervalo do Jornal Nacional, da Rede Globo.
Não é de hoje que a Havan é vítima da boataria. Até então, Hang não ligava para os comentários que diziam que a rede era de fora do Brasil. Foi a ligação a políticos, entretanto, que parece ter incomodado mais o executivo. No ano passado, a marca usou as redes sociais para bater de frente contra um internauta que afirmava "de fonte segura" que a empresa era de fachada, pertencia a um dos filhos do ex-presidente Lula e que era financiada com recursos do BNDES. Uma ameaça de processo por calúnia fez o acusador se retratar publicamente.
O ritmo frenético de expansão nos últimos ajudou a alimentar a desconfiança, admite Hang. Vincular a sua imagem física à empresa é a estratégia da vez para deixar bem claro a todos quem é que manda no negócio. E ele enfatiza: é só ele - pelo menos por enquanto.
Ajustes e expansão
Durante o evento desta manhã, Hang também falou sobre os ajustes feitos pela Havan e os planos de expansão para o próximo ano. Nos últimos dois anos, a empresa reduziu o quadro de funcionários de 15 mil para 10 mil. A crise, explicou o empresário, forçou o enxugamento da estrutura operacional e administrativa. O faturamento de 2016 deve ficar na casa dos R$ 4 bilhões - a exemplo de 2015 -, mas o resultado operacional - lucro e produtividade - será melhor.
— Conseguimos aumentar nossa produtividade em 28% — calcula Hang.
Se não fosse a recente turbulência econômica, a Havan poderia ter 130 lojas e empregar 20 mil pessoas, projeta o empresário. Hoje são 94 unidades. A tão sonhada centésima virá no ano que vem. Será em Rio Branco, capital do Acre. Para 2017, a meta é investir R$ 300 milhões em 10 novos pontos de venda.
JORNAL DE SANTA CATARINA