Mais de 60% das obras de infraestrutura em Santa Catarina estão atrasadas

Um levantamento divulgado ontem pela Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) revela que 60,4% das 58 obras estaduais e federais acompanhadas pela instituição estão atrasadas. O documento traz uma radiografia da situação das principais obras em andamento e apresenta propostas para melhorar a infraestrutura de transportes catarinense.

Glauco Côrte comentou os números apresentados - Marcus Quint/Divulgação/ND

Nos últimos 11 anos, o percentual de execução dos recursos do Orçamento da União previstos para Santa Catarina na área de transporte foi de 48,6% de um total de R$ 12,5 bilhões. Quase metade de tudo o que foi pago no período foi direcionado para as obras de duplicação do trecho Sul da BR-101. “É uma obra imprescindível, ainda não totalmente concluída, mas com a destinação dos recursos nessa proporção é fácil perceber que outras obras essenciais não tiveram o aporte necessário para o seu cronograma”, afirmou o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.

As principais propostas da entidade para a melhoria do transporte e da logística de Santa Catarina estão fundamentadas em quatro matrizes: planejamento; política e gestão; investimentos e logística interna das empresas. Para o 1º vice-presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, diante da falta de recursos e da incapacidade do governo de investir em infraestrutura, as alternativas seriam as concessões e as parcerias público-privadas.

O deputado federal Mauro Mariani propôs a realização de reunião entre a bancada federal do Estado, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente Michel Temer para que parte dos recursos de repatriação que serão aportados em obras estratégicas para o Brasil sejam investidos em obras catarinenses.

Estudo para pedágio em rodovias estaduais avança 

A malha rodoviária estadual tem cerca de 6.000 quilômetros, dos quais 2.200 quilômetros estão recebendo intervenções dentro do programa Pacto por Santa Catarina. “Isso envolve 180 obras ou contratos. Temos obras de R$ 250 milhões a R$ 1 bilhão”, relatou o secretário de Infraestrutura, João Carlos Ecker. Segundo ele, o governo fez um diagnóstico que mostra a situação dos modais catarinenses. Foram identificados os investimentos que o Estado precisa.

“Na questão rodoviária, temos hoje em carteira 1.400 quilômetros que totalizam 78 projetos. Desses, cerca de 700 quilômetros precisam de pavimento e em torno de 700 quilômetros necessitam de melhorias e investimentos”, afirmou Ecker.

De acordo com o secretário, há estudo “bem adiantado” que envolve 1.500 quilômetros de rodovias estaduais que “eventualmente” poderão ser concessionadas. “Poderá acontecer no ano que vem a implantação de pedágio em alguns trechos de nossas rodovias”, afirmou.

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