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Toneladas de cocaína apreendidas em porto de Santa Catarina alcançam R$ 60 milhões

Sexta, 11 de novembro de 2016

 

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Foto: Lucas Correia / Agencia RBS
 

As 3,1 toneladas de cocaína apreendidas desde maio em contêineres no porto de Navegantes, litoral Norte, estão avaliadas em mais de R$ 60 milhões. O volume é considerado recorde em apreensões em Santa Catarina.

O cálculo sobre a estimativa de valor é feito por policiais a partir da constatação que traficantes comercializam a R$ 20 mil o quilo da cocaína no Brasil. Na Europa, o destino das cargas que seriam exportadas, a suspeita é que o preço seja ainda o dobro na venda ao atacado.

Foram quatro apreensões grandes desde maio em contêineres no porto catarinense durante fiscalização da Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal. Os destinos eram Bélgica, Espanha e Itália.

Até agora, ninguém foi preso. Em nota divulgada após a apreensão de 944 quilos, na segunda-feira, a PF informou que a ação foi motivada pelo aumento das apreensões de drogas em contêineres brasileiros com destino à Europa em certos tipos de carga. Foram selecionados 25 contêineres para a fiscalização pelo scanner e o cão de faro da PF, sendo que 12 foram abertos para a vistoria — em dois deles havia a droga em mochilas e malas de viagem (850 tabletes).

Segundo a PF, as apreensões ressaltam as suspeitas de que as organizações criminosas dedicadas ao contrabando e ao tráfico internacional de entorpecentes têm preferido não só o porto de Santos, recordista em apreensões, mas também o porto de Navegantes.

 

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Foto: Divulgação / PF

 "A escolha desse porto, ao que tudo indica, decorre do fato de que os mesmos navios que operam nas rotas em Santos, mas também operam nos portos de SC. As autoridades estão atentas e ações conjuntas desse tipo serão incrementadas para coibir e reprimir essa prática criminosa", disse a PF em nota.

Em Florianópolis, na Superintendência da PF, os delegados não dão mais detalhes. A reportagem apurou que esse modus-operandi de ação aponta para quadrilhas internacionais ligadas ao crime organizado. Pelo país, há suspeitas que a cocaína entre em portos por meio de empresas de fachadas, por pessoas que estão inserindo a droga dentro de sacolas em meio às cargas ou em barcos para içar a droga até os navios.

Entrevista: Ildo Rosa, delegado aposentado da PF

Com o conhecimento e a bagagem de mais de 40 anos de Polícia Federal, o delegado Ildo Rosa, hoje aposentado, revela as suas impressões sobre as apreensões recordes de cocaína em SC:

Nunca se apreendeu tanta cocaína em SC. A quantia o surpreende?
O que surpreende é que a cocaína já teve melhor momento, o consumo. A maioria era destinada para Europa e não Estados Unidos. Isso significa que a cocaína vem sendo substituída no mercado americano para onde eram as partidas. O final de rota agora é outro, a Europa, onde se mantém o consumo e buscam rotas alternativas. Ocasionalmente a gente apreendia, mas não com essa regularidade. Para encobrir uma droga em um contêiner é muito fácil. A fiscalização vem se aprimorando com os portais.

Mas nem todos os contêineres passam pela fiscalização?
Não passam. Vi que a Receita teria visto uma certa compatibilidade das empresas que estavam remetendo e fez toda uma triagem, não só naquela que era apreendida, mas de outros produtos também.

É possível o dono do contêiner com carga legal não saber da cocaína no contêiner?
Evidente que em algum ponto, em algum momento, houve alguma facilitação. Se foi uma facilitação criminosa, que tenha alguma relação direta com a carga, evidente que não posso afirmar.

Quais as dificuldades?
É a inversão do momento da investigação. Ao invés de investigar para chegar na droga, você chega na droga para depois investigar. É o contrário. Tem que ir enxugando estágios, identificando os níveis de passagem (dos contêineres).

Pela sua experiência, se tratam de pessoas do Estado ou de outros países?
Normalmente tinha a coparticipação de estrangeiros. Em Imbituba, tempos atrás, tinha uma quadrilha de nigerianos que facilitavam o transporte, de sérvios também. Em Antônio Carlos tinha o Dimi (Tasevski Gordanco, sérvio preso em 2006 na Operação Montenegro, em SC), que usava o porto de Santos. Mas sempre são quadrilhas internacionais.

A polícia avalia as três toneladas apreendidas em R$ 60 milhões.
Isso aqui, no Brasil. Na Europa pode botar o dobro. É muito dinheiro. A pessoa que trabalha com valor dessa monta vai ser chinelão? É gente que tem confiança da quadrilha. A cocaína é cada vez mais para uma elite.

Apreensões de cocaína em SC pela Receita Federal e Polícia Federal:
7 de novembro de 2016 - Porto de Navegantes
900 quilos escondidos em contêineres carregados de madeira que seriam enviados à Bélgica.

 17 de outubro de 2016 - Porto de Navegantes
1,1 tonelada em uma carga de abacaxis em calda que seria enviada à Espanha. Foi a maior apreensão de cocaína já feita em SC. Os exportadores eram de Ji-Paraná, em Rondônia, e as latas de abacaxi em calda foram produzidas em Minas Gerais.

10 de outubro de 2016 - Porto de Navegantes
300 quilos de cocaína escondidos em bobinas de aço que seriam exportados para a Itália. O exportador era uma empresa de São Paulo.

6 de maio de 2016 - Porto de Navegantes
811 quilos dentro de blocos de granito em oito contêineres que seriam exportados para a Espanha.

28 de maio de 2008 - Porto de Imbituba
570 quilos escondidos em contêiner vindo do Equador. O destino da carga era Florianópolis.

Apreensão de cocaína em SC pelas polícias Civil e Militar:
2016 -  52 quilos até 30 de setembro
2015 - 133 quilos
2014 - 126 quilos


Fonte: Secretaria de Segurança Pública.

http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/11/toneladas-de-cocaina-apreendidas-em-porto-de-santa-catarina-alcancam-r-60-milhoes-8239015.html



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