Se depender de briefing de executivos e opinião de funcionários mais graduados da atual RBS TV Santa Catarina, as emissoras vendidas ao grupo NC, do empresário paulista Carlos Sanchez, voltarão a ser chamadas de TV Catarinense. É o antigo nome, que ainda tem recall na população, e que foi trocado para RBS TV, em 1979, quando o grupo gaúcho padronizou as emissoras (chegou a ter 18, a maior afiliada da Globo). Um amplo trabalho institicional e de marketing durante vários anos entrelaçou as marcas, de modo que uma passou a ser sinônimo da outra: grupo RBS e RBS TV.
Com a necessidade de troca, prevista para ocorrer no final deste ano, conforme a Making Of tem divulgado, o desafio é ter nome, logo e conceito que não distanciem tanto da imagem construída nos últimos 28 anos. A missão foi entregue a uma empresa terceirizada paulista. O negócio realizado entre o grupo gaúcho e o paulista previa execução em três anos, mas é visível que houve um apressamento tático – primeiro com a divulgação ainda sem a negociação finalizada nos órgaos competentes e neste mês, depois de aprovado pelo CADE, quando os jornais passaram a conter o selo do grupo NC.
A mudança da TV será o toque final para que os catarinenses se deem conta que há um novo player no mercado, cujos ideais e objetivos deverão ser claramente colocados para o público. Parece evidente que isso será realizado no momento em que houver a mudança na televisão, a maior grife do grupo. Os demais veículos comprados pelo NC, jornais e rádios, continuarão com nomes originais, mas por conta própria. Os jornais catarinenses, por exemplo, a partir de dezembro não terão mais acesso ao material produzido por Zero Hora, que ainda hoje inclui os editoriais.
O grupo NC Santa Catarina está sendo tocado pelos mesmos diretores da RBS, com o acréscimo ao time do representante direto do novo dono, Guilherme Neto, com poderes significativos. O grupo está tomando atitudes gerenciais para melhorar os resultados dos negócios e validar as credenciais.
Na questão de orçamento o grupo NC terá uma vantagem importante, pois não deixará de lado o custo RBS – serviços da Corporação instalados no Rio Grande do Sul. Mas, por outro lado, tem que montar estrutura e tomar decisões próprias em áreas significativas como TI e Tecnologia. Essas diretorias instaladas em Porto Alegre deliberavam por 18 emissoras com vantagens de produtividade. Agora isso passa para o NC, bem como o custo total de produção dos jornais e outros conteúdos, como vinhetas de TV. Tem a vantagem de continuar com a programação Globo, uma garantia de competitividade considerável, mas que inclui manter o padrão de qualidade.
O grupo gestor da NC neste momento de transição e de crise econômica está segurando custos, chegando a ter pequenos impactos no produto, como a não substituição de funcionários – repórteres experientes inclusive – e representando aumentos salariais. Havia expectativa interna de melhorias com a chegada do NC.
Uma atitude mais emblemáicas da contenção de custos e do novo perfil que desejam implantar no jornalismo será a reunião das redações dos jornais no morro da Cruz, deixando a SC 401, prédio que foi alugado para ser a sede do grupo em Santa Catarina. O NC ficará com um andar, onde serão agrupadas todas as áreas comerciais. Dos cinco jornais em Santa Catarina, - DC, Santa, A Notícia, Hora e O Sol – o jornal de Itajaí já é exclusivamente online. Não existe decisão conhecida sobre alteração no portófio de jornais, mas isso poderá ocorrer devido a crise que passa o meio impresso em geral, com diminuição de circulação e receitas.
É preciso esperar o final do ano para ver o que o topo do grupo NC pensa. Os executivos que detêm o poder agora são experientes, mas falta a voz do dono. Sabe-se, no entanto, que ele é craque em remédios genéricos.
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