'A gente não consegue dormir', conta amiga de adolescentes mortas no PR

O clima na comunidade em que Camille Lurdes de Chagas e em que Solange Roseli Vitek, de 13 e de 16 anos, moravam em Cruz Machado, na região sul do Paraná, é de tristeza. Umadolescente de 17 anos confessou ter matado as amigas.

Os três estudavam na mesma escola. Os colegas contam que ainda não acreditam no que aconteceu."Muito triste. A gente não consegue dormir de noite porque fica pensando que pode acontecer com a gente, com outro amigo", diz uma amiga de Solange.

"Triste, né? Eu estudava junto, era a melhor amiga. Triste saber que fizeram isso com ela e que foi um colega nosso. Eu também me dava bem com ele. Triste saber que ele fez isso, a gente não acredita", lamenta outra amiga.

Segundo a Polícia Civil, o adolescente confessou ter matado Camile em dezembro do ano passado porque queria ter um relacionamento com a menina, mas não foi correspondido. Depois, em abril deste ano, ele afirmou ter matado Solange porque ela insinuou saber do primeiro assassinato.

De acordo com a direção da escola, o adolescente sempre estudou no mesmo lugar, mas nunca na mesma sala em que as amigas. Ele reprovou alguns anos e estava na 8ª série. Em outubro do ano passado, abandonou os estudos.

Segundo a polícia, suspeito confessou ter matado Camile porque queria ter um relacionamento amoroso com a menina, mas não foi correspondido (Foto: Reprodução/Facebook)

Mau comportamento
Duas ex-professoras do suspeito, que preferem não se identificar, contam que o adolescente não tinha um bom comportamento. No entanto, elas acrescentam que nunca imaginaram que ele pudesse ser o responsável pelos desaparacimentos.

"Ele ameçava os colegas, passava e empurrava o caderno deles no chão, pegava canetas, lápis, mas, mesmo assim, você não imagina...", relata uma delas.

"Quando você está lá na frente, de jeito nenhum você espera isso de alguém. Não sei, você só pensa que essas crianças são a esperança da sociedade. É muito triste perder alunas assim", afirma outra professora.

Famílias querem Justiça
O colégio fica na mesma comunidade onde os três adolescentes moravam. O caso chocou toda a cidade. "A gente fica com medo, né? Espero que a Justiça seja feita por pena dos pais e das mães das meninas", diz o agricultor Alfredo Frederico Plewk.

As famílias, agora, querem Justiça e lutam para levar a vida adiante.

"Uma vez, ela disse que, de repente, não ia estar mais viva. Eu não escutei, ninguém se tocou. Se falasse que estava sendo ameaçada, a gente protegia, né? Tirava daqui, avisava a polícia", lamenta o pai de Solange, Paulo Vitek.

Segundo o pai, a fé em Deus é o único jeito de seguir em frente. "Nós vamos continuar rezando, vamos continuar tendo esperança. Às vezes, um milagre acontece", acredita.

Sem confirmação
Apesar de o adolescente ter confessado os assassinados, ainda não existe a confirmação de que os corpos encontrados são os das adolescentes. Um exame de DNA está sendo feito no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba e não existe prazo para sair o resultado.

Já o suspeito está apreendido na delegacia de União da Vitória, também na região sul do Paraná. Depois, deve ser encaminhado para um Centro de Socioeducação (Cense).

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Suspeito disse que matou Solange depois porque ela insinou saber do assassinato de Camile (Foto: Reprodução/Facebook]