Base da economia campo-alegrense, a agricultura no município diversificou seus formatos e produtos nos últimos anos. Em vez das tradicionais culturas de milho e soja, agora frutas, verduras e outros produtos que caem no gosto de quem visita Campo Alegre ganham espaço nas lavouras. O motivo? Os agricultores percebem o crescimento da atividade de turismo rural em Campo Alegre.

Hoje, Campo Alegre possui entre 800 e 1000 agricultores que trabalham de maneira convencional; cerca de 80% dessa produção é pequena e familar. Também, há quase 50 famílias produtoras de alimentos orgânicos. De acordo com o engenheiro agrônomo da Prefeitura, Gilson Brunnquell, o município segue a tendência mundial de produção de orgânicos. “Hoje, a procura pelo produto orgânico é muito maior que a oferta, e o agricultor de Campo Alegre está atento ao grande número de visitantes que o município recebe”, comenta Brunnquell.

FRUTAS VERMELHAS

Cada vez mais a procura por morangos, framboesas e amoras produzidos em Campo Alegre aumenta. Atualmente, o município conta com 40 produtores de morangos que, juntos, produzem cerca de 180 mil pés. De acordo com Brunnquell, a produção de frutas vermelhas é uma das melhores alternativas para o agricultor de pequenas áreas otimizar o espaço, vide a valorização do produto. “Em pouco espaço, é possível produzir muito, e apenas o trabalho da família dá conta de cuidar da plantação”, explica Brunnquell.

É o caso de Lucimar Hoff. O jovem agricultor busca soluções para continuar o trabalho no campo junto à família em reuniões, palestras e capacitações. Por último, participou da Formação em Liderança, Gestão Ambiental e Empreendedorismo com Jovens Rurais, oferecida pelo programa SC Rural, que tem o objetivo de oferecer caminhos aos agricultores a fim de evitar o êxodo rural. Saiba mais sobre o programa e o curso aqui.

“Pensávamos em trabalhar em empresas da região, porque o meio rural apresenta muita dificuldade de sobrevivência e altos custos de produção. Achávamos que tínhamos pouca terra e que não dava para termos uma qualidade de vida melhor. Com os conhecimentos adquiridos no curso, vimos que poderíamos plantar mais morangos em pouco espaço. E assim, começamos a produzir. Percebemos que era só a gente se organizar”, afirmou.

Em breve, produtores interessados em beneficiar sua produção também podem contar com o apoio da Coopervita. A cooperativa, hoje, é formada por 25 produtores rurais, e está em fase de receber os equipamentos para transformar frutas em geleias, sucos, polpas, conservas, entre outros produtos com a marca Coopervita, com o foco em disseminar dessa maneira o turismo rural.

A gerente da cooperativa, Lucia Bousses, explana as oportunidades que se abrem para esses produtores. “Será possível, através da Coopervita, criar uma identidade dos produtos de Campo Alegre. O cultivo das frutas, assim, contará com esse valor agregado e vai incrementar ainda mais a renda dos pequenos agricultores”, afirma.

Lucia também acredita que a união dos esforços através da cooperativa seja um caminho para alavancar o turismo rural na região. “É necessário encantar o cliente, e uma boa maneira é oferecer qualidade e variedade. Hoje, o agricultor sabe que sozinho é mais difícil atingir seu objetivo: é melhor ir em grupo”, argumenta.

Na última safra de frutas, os associados já tiveram oportunidade de armazenar a produção nas câmaras da Coopervita. E, quando houver uma nova colheita, a previsão é que as máquinas já estejam no local.

BATATA SALSA

Outra maneira interessante de aproveitar o solo é o plantio de batata salsa. Todos os anos, a Prefeitura Municipal de Campo Alegre distribui mudas aos agricultores através de programa de incentivo. Em 2016, mais de 100 mil mudas beneficiaram centenas de produtores rurais. O engenheiro agrônomo Gilson Brunnquell ressalta a importância da cultura, já que muitos agricultores abandonaram o fumo para investir na batata salsa, conquistando assim maior qualidade de vida e aproveitando bem a pequena propriedade, já que é ideal para a agricultura familiar.

Há cerca de 3o anos, o município era o maior produtor dessa cultura no Estado. Hoje, Campo Alegre continua responsável por expressivo volume de Santa Catarina,  cerca de 40 hectares de batata salsa, dentre os 700 hectares de todo o Estado.

O produtor rural campo-alegrense também aproveita as pequenas áreas para o cultivo de verduras. Um total de 20 hectares de terra é cultivado por cerca de 100 agricultores, entre hortaliças orgânicas e convencionais. As opções mais facilmente encontradas nas propriedades são repolho, brócolis, cenoura, alface e cebola.

Para saber onde adquirir produtos de origem de Campo Alegre, ou mesmo curtir o que o município oferece na área de Turismo Rural, clique aqui. 

http://www.portalturismodaserra.com.br/index.php/agroecologia/862