Por mais que queiramos mudar as coisas, basta recorrer a memória ou aos arquivos e vamos notar que a história não se renova, ela se repete. Eu tenho provas suficientes, que se minha memória me trai, os papéis que foram arquivados são incontestáveis ao que acabo de afirmar. Por dias estou tentando me livrar de arquivos do tempo das pastas AZ e quando ainda se mandavam cartas manuscritas ou datilografadas. Me arrependo de já ter rasgado e queimado muita coisa. Coisas das quais sequer me lembrava, mas que o arquivo guardou. Antes de incinerar ou rasgar tive que dedicar horas a fio para ficar lendo o que iria destruir ou que poderia cair em mãos menos avisadas. Confesso que me surpreendi com conteúdos, lavras e assinaturas. Foi então que resolvi não mais destruí-las, e talvez tornar todas públicas. Muitos irão se surpreender como eu, com o conteúdo, as acusações e comparar com os comportamentos de hoje. Vou relatar apenas um fato que me fez rever que apenas os anos passaram, eu fiquei mais velho, mas as práticas de hoje são apenas uma cópia do que vivi e assisti no passado. Claro que as proporções são bem menores. Mas o que quero contar e está tudo documentado foi em uma campanha política que determinado partido resolveu negar a conta. Como tínhamos tudo publicado, a prova era real. Emitimos uma duplicata e mandamos para o Cartório. Claro que os poderosos entraram com um pedido judicial para sustar o protesto. Conseguiram seu intento. Como fizemos uma carta em que tornaríamos tudo público e escancarado, um certo empresário nos chamou e pagou a conta. Estando bom para ambos, nos demos a mão e a vida continuou. Aguardem o próximo episódio. Tem, como diz o Ratinho muito café no bule.