10/04/16 Dom: At 5,27b-32.40b-41 – Sl 29 – Ap 5,11-14 – Jo 2,1-14

Neste 3º Domingo do Tempo da Pascoa, o Evangelho de João 21,1-14, traz a ‘pesca milagrosa’. É a terceira aparição de Jesus ressuscitado, contada por João. Embora tenha traços semelhantes em Lucas 5,1-11, no chamado dos primeiros discípulos missionários, em João a passagem está no contesto da ressurreição. Todo o capitulo 21 é um acréscimo importante ao Quarto Evangelho, pois destaca o primado de Pedro como responsável pela missão de conduzir a Igreja. Temos uma nova aparição de Jesus Ressuscitado, desta vez à beira do Mar de Genesaré na Galileia. Mas o evangelista o chama com o nome romano de Tiberíades, talvez para indicar que a missão deve se estender a todos os povos, os pagãos. Jesus aparece a sete discípulos missionários. Esta pode ser uma referência que a missão deve ser perfeita e ir a todas as nações. É a única lista no Evangelho de João. Simão Pedro é o primeiro do grupo. Depois vem Tomé e Natanael e os dois filhos de Zebedeu e dois discípulos missionários não nominados. Um destes quatro é o discípulo missionário amado, figura enigmática no Evangelho de João. Seria João o filho de Zebedeu, ou um dos dois anônimos? Jesus aparece num momento da pesca. Eles estão lançando as redes. Isso deve significar o contesto da missão. A noite é ‘escura’ e eles não pescaram nada. Pode significar as dificuldades da Igreja no tempo da redação do Quarto Evangelho. Mas ao amanhecer Jesus aparece entre eles. Mesmo falando, eles não o reconhecem. Jesus manda jogar a rede de novo. A rede está tão cheia que eles, os sete discípulos missionários, não conseguem puxá-la. O discípulo missionário amado, o mesmo que na ceia reclinou-se sobre Jesus é o primeiro a reconhecer que é o Senhor! Assim como foi o discípulo missionário amado o primeiro a chegar ao túmulo vazio. O título de “Senhor” representa a fé pascal, é o mesmo título dado a Jesus por Maria Madalena; pelos Onze e por Tomé. Geralmente fazemos o contrário: tiramos a roupa para nos jogarmos no mar. Mas aqui a ‘roupa’ tem outro sentido. “A veste representa a conduta dos santos”. Em João 13,4 Jesus colocou o avental para se lançar a serviço de lavar os pés e amar até o fim. Pedro veste a roupa, o avental, para ir ao encontro de Jesus; para ir, em missão servindo e amando. É Jesus que prepara a refeição para os seus discípulos missionários com peixe assado e pão, mas é preciso a participação dos discípulos missionários, pede alguns dos peixes que eles mesmo pegaram. Pedro sozinho consegue puxar a rede. Antes todos eles não conseguiam puxá-la. Significa que quando se está com Jesus a força é maior. Simão Pedro não é somente o primeiro da lista, é a ele que foi confiada a missão de conduzir o barco e de “puxar a rede”. A rede tinha 153 grandes peixes. Segundo São Jerônimo, este era o número de grandes peixes catalogados na época. Na rede e na barca de Jesus cabem todos. Mais um sinal da universalidade da missão da Igreja. Igual a túnica de Jesus que não foi rompida, a rede de Jesus não se rompe. São as duas únicas vezes que João utiliza este verbo no seu Evangelho. A Igreja precisa ser a rede que não se rompe, não se divide, mas o lugar onde cabem todos. Ele mesmo rezou por esta unidade necessária: “Que todos sejam um para que o mundo creia”. A fórmula é parecida com o gesto de Jesus durante a multiplicação dos pães, e muito parecido com o que ele fez à mesa com os discípulos missionários de Emaús. Isso remete com certeza ao rito eucarístico. Noites escuras e traiçoeiras, pescarias sem peixes. Quem já foi em missão deve ter feito esta dura experiência onde tudo parece estar afundando.

11/04/16 – Seg: At 6,8-15 – Sl 118– Jo 6,22-29

12/04/16 – Ter: At 7,51-8,1a – Sl 30 – Jo 6,30-35

13/04/16 – Qua: At 8,1b-8 – Sl 65 – Jo 6,35-40

14/04/16 – Qui: At 8,26-40 – Sl 65 – Jo 6,44-51

15/04/16 – Sex: At 9,1-20 – Sl 116 – Jo 6,52-59

16/04/16 – Sáb: At 9,31-42 – Sl 115 – Jo 6,60-69

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